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02/01/2005
-
02h56
CATIA SEABRA
da Folha de S.Paulo
Embora tenha chamado de "absurdo" esse desfecho --chegando a responsabilizar a antecessora Marta Suplicy (PT)--, o prefeito José Serra orientou sua equipe a tratar como uma decisão interna da Câmara a eleição do presidente. Com isso, a tentativa era que a escolha não fosse computada como derrota do governo.
"A orientação é tratar como uma questão interna da Câmara", disse o secretário de Subprefeituras, Walter Feldman.
"Não vou dar declarações", esquivou-se o secretário de Governo, Aloysio Nunes Ferreira.
O processo na Câmara conturbou a festa da posse. Cinco minutos antes de conhecer a decisão, Serra manifestou sua irritação, especialmente com a bancada do PT, numa conversa com o senador e ex-marido de Marta, Eduardo Suplicy (PT-SP). "Disse que estava preocupado", contou Suplicy. "Ele lamentou essa postura da prefeita. Acha que foi uma diretriz emanada da prefeita. Acha, não. Tem informações."
Minutos depois, ao ser informado pelo líder do governo na Câmara, Marco Zerbini, da manobra de Roberto Tripoli, Serra chamou Feldman e Aloysio para uma reunião. "Isso não é possível. É um verdadeiro absurdo", reagiu.
A negociação foi objeto de preocupação do prefeito ao longo de todo o dia. Na sala da presidência da Câmara, antes da posse, telefonou para Feldman para saber o que acontecia cinco andares abaixo. Perguntou se existia a possibilidade de Carlos Gianazzi (PT), que havia lançado candidatura própria, colaborar com o PSDB.
Desiludido, sugeriu que, mantido o quadro de 27 a 27, o PSDB apoiasse Mário Dias (PTB), o mais velho dos vereadores, para se valer do critério da idade como desempate. "Articula com Mário", disse ele, propondo que Ricardo Montoro ocupasse a vice.
Pouco depois, em discurso improvisado, afirmou: "É necessário compromisso com o interesse público, com superação das desigualdades sociais, com o desenvolvimento e com a ética, sobretudo com a ética, inclusive e principalmente nas relações entre o Executivo e o Legislativo. Ética!"
Duas horas depois, durante a posse, no palco, atrás de Serra, Aloysio recebeu duas ligações pelo celular. Na segunda, foi informado sobre o gesto de Tripoli. "Ele [Jorge Borges, vereador que não foi à cerimônia de posse] apareceu. Mas temos problema", cochichou Aloysio no ouvido do vice-prefeito, Gilberto Kassab.
A manobra azedou o suco de uva que os tucanos tomavam. Já o ex-secretário Ricardo Zaratini deixou a solenidade anunciando: "Vou tomar um prosecco no gabinete do [Antônio] Donato", disse, referindo-se ao vereador petista.
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Serra se irrita com derrota na Câmara
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da Folha de S.Paulo
Embora tenha chamado de "absurdo" esse desfecho --chegando a responsabilizar a antecessora Marta Suplicy (PT)--, o prefeito José Serra orientou sua equipe a tratar como uma decisão interna da Câmara a eleição do presidente. Com isso, a tentativa era que a escolha não fosse computada como derrota do governo.
"A orientação é tratar como uma questão interna da Câmara", disse o secretário de Subprefeituras, Walter Feldman.
"Não vou dar declarações", esquivou-se o secretário de Governo, Aloysio Nunes Ferreira.
O processo na Câmara conturbou a festa da posse. Cinco minutos antes de conhecer a decisão, Serra manifestou sua irritação, especialmente com a bancada do PT, numa conversa com o senador e ex-marido de Marta, Eduardo Suplicy (PT-SP). "Disse que estava preocupado", contou Suplicy. "Ele lamentou essa postura da prefeita. Acha que foi uma diretriz emanada da prefeita. Acha, não. Tem informações."
Minutos depois, ao ser informado pelo líder do governo na Câmara, Marco Zerbini, da manobra de Roberto Tripoli, Serra chamou Feldman e Aloysio para uma reunião. "Isso não é possível. É um verdadeiro absurdo", reagiu.
A negociação foi objeto de preocupação do prefeito ao longo de todo o dia. Na sala da presidência da Câmara, antes da posse, telefonou para Feldman para saber o que acontecia cinco andares abaixo. Perguntou se existia a possibilidade de Carlos Gianazzi (PT), que havia lançado candidatura própria, colaborar com o PSDB.
Desiludido, sugeriu que, mantido o quadro de 27 a 27, o PSDB apoiasse Mário Dias (PTB), o mais velho dos vereadores, para se valer do critério da idade como desempate. "Articula com Mário", disse ele, propondo que Ricardo Montoro ocupasse a vice.
Pouco depois, em discurso improvisado, afirmou: "É necessário compromisso com o interesse público, com superação das desigualdades sociais, com o desenvolvimento e com a ética, sobretudo com a ética, inclusive e principalmente nas relações entre o Executivo e o Legislativo. Ética!"
Duas horas depois, durante a posse, no palco, atrás de Serra, Aloysio recebeu duas ligações pelo celular. Na segunda, foi informado sobre o gesto de Tripoli. "Ele [Jorge Borges, vereador que não foi à cerimônia de posse] apareceu. Mas temos problema", cochichou Aloysio no ouvido do vice-prefeito, Gilberto Kassab.
A manobra azedou o suco de uva que os tucanos tomavam. Já o ex-secretário Ricardo Zaratini deixou a solenidade anunciando: "Vou tomar um prosecco no gabinete do [Antônio] Donato", disse, referindo-se ao vereador petista.
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