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29/01/2005 - 09h20

Presidente evita ter encontro com Bill Gates

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LEONARDO SOUZA
enviado especial da Folha de S.Paulo a Davos

O presidente Lula recusou o pedido de encontro feito pelo presidente da Microsoft, Bill Gates, que queria vê-lo em Davos. Segundo a Folha apurou, Lula preferiu não receber Gates por considerar o propósito da reunião inapropriado.

Segundo informações divulgadas por agências de notícias duas semanas atrás, Gates iria defender com Lula o principal produto da Microsoft, o sistema operacional Windows. O governo brasileiro tem se empenhado para ampliar o uso de programas de computador livres, cujos códigos fontes são abertos, como o Linux.

Oficialmente, o governo informou a Gates que Lula não podia recebê-lo devido a uma agenda bastante apertada, com vários encontros bilaterais com outros chefes de Estado.

Para o Itamaraty, além do tema pretendido por Gates não ser adequado, o magnata dos softwares deveria vir ao Brasil se realmente quisesse se encontrar com Lula. Na quarta-feira, a Folha perguntou a Gates se ele se encontraria com o presidente brasileiro. Disse que sim, mas num dos seminários do fórum de Davos. Ao ser questionado se havia pedido um encontro diretamente com Lula, Gates desconversou.

Disputa digital

A disputa do governo brasileiro com a multinacional Microsoft remonta ao governo Fernando Henrique Cardoso, quando o Ministério da Ciência e Tecnologia começou a fazer testes com os chamados softwares livres. Na gestão Lula, a eliminação do Windows da Microsoft acabou virando política de governo.

Os órgãos públicos vêm sendo incentivados a adotar programas livres para escapar do pagamento das licenças de uso do Windows. A intenção é abolir o uso dos chamados "sistemas proprietários". Em 2003, o ministro José Dirceu (Casa Civil) enviou uma circular aos demais ministros pedindo que avaliassem "a conveniência da utilização preferencial do software livre nas futuras aquisições de hardware".

Um levantamento feito pelo ITI (Instituto Nacional de Tecnologia da Informação), autarquia ligada à Casa Civil, mostra que 15 órgãos do governo --como Embratur, Embrapa e Ministério da Educação-- conseguiram uma economia de R$ 28 milhões em 2004 com o fim dos gastos com licenciamento de sistemas como o Windows.

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