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03/02/2005 - 09h15

Governo é neoliberal, diz núcleo do PT

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RAFAEL CARIELLO
da Folha de S.Paulo, no Rio

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva tem feito uma transição do modelo "neoliberal" do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso "parcial, limitada, contraditória e desigual". Quem afirma é o boletim mensal da Fundação Perseu Abramo e da Secretaria Nacional de Formação Política do PT, o "Periscópio".

Ainda segundo o boletim petista, a política macroeconômica de Lula concentra renda, "amortecendo o impacto de políticas distributivas". O documento, de fevereiro, do principal centro de estudos políticos do PT defende que, contrariamente a uma tese que uniria FHC e setores da esquerda, o atual governo tem "descontinuidades fundamentais" em relação à Presidência do tucano, embora esteja "aquém do possível" na sua trajetória de mudança.

"A gestão macroeconômica do país tem se apoiado em formatos institucionais (...), agendas, equipes de governo e defesa de valores que expressam claramente a continuidade do ideário neoliberal".

O "Periscópio" continua: "Como se trata de uma das políticas estruturantes do Estado brasileiro, submetido a uma volumosa dívida pública, ela tem a capacidade de condicionar o conjunto das políticas de governo".

O texto, intitulado "Diferente do que era, aquém do possível, melhor do que parece", é redigido pelo cientista político Juarez Guimarães, da UFMG, sob responsabilidade da Perseu Abramo e da secretaria de Formação Política do partido. Segundo o texto, a política de juros praticada pelo governo funciona como "um forte mecanismo de concentração de renda", ao estimular a transferência de renda para o setor financeiro, com ganhos para os "grandes aplicadores em títulos públicos".

A avaliação da Perseu Abramo é a de que permanece uma disputa no interior do governo, entre "forças que querem a manutenção e a reprodução ou ampliação das reformas neoliberais e outras que trabalham no sentido da republicanização do Estado".

Uma das diferenças entre Lula e FHC, diz o texto, está no contrapeso à política econômica realizado pela elevação dos gastos sociais, do BNDES, do financiamento habitacional e da agricultura familiar. Esses dispêndios "introduzem novas dinâmicas de expansão, inclusão social e distribuição de renda que explicam, em parte, a dinâmica forte da economia e do emprego em 2004, mais além do "boom" exportador".

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