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08/02/2005
-
09h25
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife
Um policial militar foi morto e outro feito refém e torturado entre a noite de sábado e a madrugada de domingo, em um assentamento controlado pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), em Quipapá (200 km ao sul de Recife, PE).
As vítimas foram rendidas no acampamento e, segundo a polícia, foram torturadas. O carro usado por eles foi depredado. Armas, como pistolas, fuzil e metralhadora, além de equipamentos de trabalho, foram tomados. A PM conseguiu resgatar parte do material. Ninguém ainda foi preso. O MST atribui o conflito a uma ação de uma quadrilha.
Os policiais, do serviço de inteligência da PM, estavam em trajes civis e investigavam um casal supostamente integrante do movimento, suspeito de participar de uma quadrilha especializada em roubos de carga na região.
Segundo o comandante do 10º Batalhão da Polícia Militar de Palmares, major Sillas Charamba, a dupla foi localizada na tarde de sábado, entre Pernambuco e Alagoas, em um Saveiro vermelho.
O sargento Cícero Jacinto da Silva e os soldados Adilson Alves Aroeira e Luiz Pereira da Silva foram ao local e iniciaram uma perseguição. O Saveiro entrou em uma estrada vicinal e foi parado.
Segundo os policiais sobreviventes, assim que eles desceram do carro para render os suspeitos, a dupla acelerou de novo e fugiu. Houve nova perseguição, encerrada somente quando os veículos entraram no assentamento do engenho Bananeira.
No local, relataram os policiais, os supostos integrantes do MST desceram do Saveiro e começaram a gritar por socorro.
Um grupo de aproximadamente cem trabalhadores rurais teria atendido ao apelo. Cercados, os três policiais se renderam e se identificaram. Mesmo assim, o sargento foi imobilizado e levado para uma das casas.
O soldado Luiz Pereira da Silva também foi levado para o interior da gleba e desapareceu. O terceiro policial conseguiu fugir e solicitou reforço à PM. Ainda na noite de sábado, 50 policiais, acompanhados de um representante do Ministério Público do Estado, foram ao local. A área foi cercada, e as negociações começaram.
Ao entrar no assentamento, os policiais encontraram o corpo do soldado desaparecido. Ele foi morto a tiros e, segundo a PM, apresentava sinais de tortura.
Armas
O sargento foi libertado no final da madrugada de domingo. Ele disse em seu relatório que foi amarrado e espancado e que permaneceu em um barraco vigiado por pelo menos seis homens.
Após o resgate do corpo e do refém, os policiais se retiraram da área. Segundo a polícia, um dos ocupantes do Saveiro é José Ricardo de Oliveira Rodrigues. Ele, seu irmão Sérgio, e outras seis pessoas que teriam vigiado o sargento teriam fugido do local.
Segundo o comandante da PM de Palmares, parte do equipamento policial, levado supostamente pelos assentados durante o conflito, foi devolvida em seguida.
"Eles tomaram um fuzil, uma metralhadora, pistolas, munição, coletes à prova de balas, sinalizadores de carros de polícia e dois rádios de comunicação", afirmou o major. Ainda segundo ele, não haviam sido devolvidos até ontem os rádios e a munição.
À noite, Jaime Amorim, líder do MST no Estado, informou que os sem-terra foram orientados a deixar o assentamento. Amanhã representantes do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) deverão acompanhá-lo até o local do crime.
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Sem-terra atribui crime a quadrilha
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Um policial é morto e outro é torturado em área do MST
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da Agência Folha, em Recife
Um policial militar foi morto e outro feito refém e torturado entre a noite de sábado e a madrugada de domingo, em um assentamento controlado pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), em Quipapá (200 km ao sul de Recife, PE).
As vítimas foram rendidas no acampamento e, segundo a polícia, foram torturadas. O carro usado por eles foi depredado. Armas, como pistolas, fuzil e metralhadora, além de equipamentos de trabalho, foram tomados. A PM conseguiu resgatar parte do material. Ninguém ainda foi preso. O MST atribui o conflito a uma ação de uma quadrilha.
Os policiais, do serviço de inteligência da PM, estavam em trajes civis e investigavam um casal supostamente integrante do movimento, suspeito de participar de uma quadrilha especializada em roubos de carga na região.
Segundo o comandante do 10º Batalhão da Polícia Militar de Palmares, major Sillas Charamba, a dupla foi localizada na tarde de sábado, entre Pernambuco e Alagoas, em um Saveiro vermelho.
O sargento Cícero Jacinto da Silva e os soldados Adilson Alves Aroeira e Luiz Pereira da Silva foram ao local e iniciaram uma perseguição. O Saveiro entrou em uma estrada vicinal e foi parado.
Segundo os policiais sobreviventes, assim que eles desceram do carro para render os suspeitos, a dupla acelerou de novo e fugiu. Houve nova perseguição, encerrada somente quando os veículos entraram no assentamento do engenho Bananeira.
No local, relataram os policiais, os supostos integrantes do MST desceram do Saveiro e começaram a gritar por socorro.
Um grupo de aproximadamente cem trabalhadores rurais teria atendido ao apelo. Cercados, os três policiais se renderam e se identificaram. Mesmo assim, o sargento foi imobilizado e levado para uma das casas.
O soldado Luiz Pereira da Silva também foi levado para o interior da gleba e desapareceu. O terceiro policial conseguiu fugir e solicitou reforço à PM. Ainda na noite de sábado, 50 policiais, acompanhados de um representante do Ministério Público do Estado, foram ao local. A área foi cercada, e as negociações começaram.
Ao entrar no assentamento, os policiais encontraram o corpo do soldado desaparecido. Ele foi morto a tiros e, segundo a PM, apresentava sinais de tortura.
Armas
O sargento foi libertado no final da madrugada de domingo. Ele disse em seu relatório que foi amarrado e espancado e que permaneceu em um barraco vigiado por pelo menos seis homens.
Após o resgate do corpo e do refém, os policiais se retiraram da área. Segundo a polícia, um dos ocupantes do Saveiro é José Ricardo de Oliveira Rodrigues. Ele, seu irmão Sérgio, e outras seis pessoas que teriam vigiado o sargento teriam fugido do local.
Segundo o comandante da PM de Palmares, parte do equipamento policial, levado supostamente pelos assentados durante o conflito, foi devolvida em seguida.
"Eles tomaram um fuzil, uma metralhadora, pistolas, munição, coletes à prova de balas, sinalizadores de carros de polícia e dois rádios de comunicação", afirmou o major. Ainda segundo ele, não haviam sido devolvidos até ontem os rádios e a munição.
À noite, Jaime Amorim, líder do MST no Estado, informou que os sem-terra foram orientados a deixar o assentamento. Amanhã representantes do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) deverão acompanhá-lo até o local do crime.
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