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08/03/2005 - 16h55

Lula pede às mulheres para irem "devagar com essa pressa de poder"

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da Folha Online

Em discurso realizado em cerimônia do Dia Internacional da Mulher, em Mossoró (RN), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu às mulheres que não sejam "desaforadas" e para irem "devagar com essa pressa de poder".

"Quero dizer às mulheres brasileiras que vocês já são maioria na população brasileira, já são 52%, vocês já têm cargo de vereadora, de prefeita, de governadora, eu espero que vocês não sejam desaforadas e não comecem a pensar logo na presidência da República, não. Eu espero que vocês vão devagar com essa pressa de poder", disse.

Para o presidente, igualar as condições entre os homens e as mulheres em muito depende dos homens. "Não basta estar na lei, não basta estar na Constituição, porque nós temos na Constituição que as mulheres tem que ser tratadas em igualdade de condições, mas nós sabemos que a mulher ainda ganha a metade que o homem, mesmo cumprindo o mesmo serviço. Essa coisa depende muito de nós."

"Nós [homens] temos que provar a cada dia se nós queremos, de verdade, a liberdade da mulher, nós temos que provar a cada dia se nós somos companheiros da mulher, se na hora de fazer o serviço de casa a gente fica sentado na frente da televisão pedindo para a mulher fazer o serviço que a gente poderia ajudá-la, desde cuidar das crianças até o serviço de dentro de casa, que faz parte da construção do mundo novo que todos nós queremos construir", acrescentou Lula.

O presidente disse, porém, que quando era sindicalista dizia que "os direitos das mulheres e as liberdades que as mulheres precisam não são dádivas de nenhum homem, serão conquistas das mulheres brasileiras".

"Galega"

No discurso, Lula homenageou a primeira-dama, Marisa Letícia. "Esta 'galega', eu não sei se ela teve a sorte de me encontrar ou eu tive a sorte de encontrá-la. O dado concreto é que nós vamos fazer 31 anos de casados e nesses 31 anos nós já passamos por momentos muito difíceis. De vez em quando eu digo que a Marisa foi a mãe e o pai dos meus filhos. Primeiro, pela minha atividade sindical, eu não estava junto com ela em nenhum momento em que nasceram os meus filhos. Depois, eu nunca estava em casa para ver o boletim da molecada, para ver se estava tudo bem na escola ou se não estava bem."

Ele disse ainda agradecer a Deus por estar casado com Marisa e que a primeira-dama fez "o papel de pai e mãe e não permitindo que a ausência do pai fosse razão para que a gente tivesse um filho revoltado dentro de casa ou tivesse algum problema".

O presidente também homenageou sua mãe. "Eu devo parte do que eu sou na vida à minha mãe, uma nordestina de Garanhuns que teve a coragem de colocar oito filhos num 'pau-de-arara' e sobreviver em São Paulo, pensando que ia encontrar o maridão que já estava lá desde 1945, isso foi em 1952, e quando ela chegou para se encontrar com o maridão dela, ele estava casado com outra. E ela não perdeu a ternura e cuidou dos oito filhos sozinha e conseguiu até fazer com que um deles chegasse à Presidência da República."

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