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21/03/2005 - 20h32

Desnutrição já matou 14 crianças indígenas em MS

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HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande

A desnutrição matou ao menos 14 crianças indígenas, menores de cinco anos, da etnia guarani-caiuá em Mato Grosso do Sul neste ano. Durante 2004, foram 15 casos no Estado, segundo a Funasa (Fundação Nacional de Saúde), responsável pela assistência médica nas aldeias.

Essa estatística contraria avaliação feita no dia 8 de março passado pelo ministro Humberto Costa (Saúde). Ele disse, durante reunião do CNS (Conselho Nacional de Saúde), em Brasília, que "as mortes estão dentro do número que normalmente acontece".

Na estatística de 14 mortes, a Funasa confirma 13. O outro óbito foi registrado na semana passada pela direção do hospital Regional de Amambaí (393 km de Campo Grande), que é referência no atendimento de crianças indígenas no sul do Estado.

A direção nacional da Funasa analisou atestados de óbitos para chegar ao número 13. A informação foi passada à Folha em entrevista gravada. Sete mortes ocorreram em Dourados, cinco na região de Amambaí, uma em Paranhos e outra em Antônio João (municípios na fronteira com o Paraguai).

No último fim de semana, a Funasa confirmou que a desnutrição foi a principal causa da morte do menino R.C (foram divulgadas apenas as iniciais), de um ano e dois meses. A criança indígena pesava apenas 7 kg. Deveria ter mais de 10 kg.

No início deste mês, o menino chegou a ser internado no Centro de Recuperação de Desnutridos em Dourados (218 km de Campo Grande). Mas, segundo a Funasa, os pais revolveram levar a criança dois dias depois, mesmo contra a orientação médica. R.C morreu no dia 17 deste mês no colo da mãe em uma fazenda onde a família trabalha em Dourados.

Após a quinta morte de criança por desnutrição no dia 24 de fevereiro, a Funasa montou um mutirão de atendimento médico nas aldeias. Entre 2.336 crianças indígenas menores de cinco anos examinadas, o órgão encontrou 124 desnutridas (22 delas em estado grave) e 343 em risco nutricional (abaixo do peso normal). No total são 467 crianças, ou 19,9%, com algum tipo de problema.

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