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22/03/2005
-
18h13
da Folha Online
O médico Drauzio Varella defendeu hoje a criação de regras para a pesquisa na região amazônica. Ele afirmou que a falta dessas regras impede o avanço de pesquisas iniciadas na região.
Disse ainda que a medicina moderna muito pouco tem a aprender com os índios na Amazônia.
Drauzio, que também é escritor e colunista do jornal, participou hoje de sabatina na Folha. Foi a primeira de uma série de sabatinas com personalidades de destaque no noticiário nacional.
Segundo ele, a falta de regras está marginalizando qualquer pesquisa feita por estrangeiros no local. "Hoje os estrangeiros estão praticamente impossibilitados de fazer qualquer tipo de pesquisa na região. Tem gente que passou a vida na Amazônia classificando uma quantidade enorme de plantas. Se não fossem esses pesquisadores estrangeiros, nós teríamos conhecidos muito mal a Amazônia. Mas hoje eles são tidos como biopiratas. Temos que ter regras rígidas."
Drauzio afirmou que ficou frustrado com suas incursões na pesquisa sobre plantas medicinais na Amazônia.
"Chegamos a fazer dois ou três giros pela floresta. Desanimei no ato: 90% [dos remédios naturais dos índios] fazem bem para o fígado. Tudo é para o fígado. E tem chá bom para curar doença. Tá doente, toma chá e fica bom. Cheguei à conclusão que chá é bom e faz bem. E realmente faz. O sujeito está doente, está gripado, se sentindo miserável. Em geral, a miserabilidade do estado em que você se encontra é por desidratação", disse.
Ele contestou a chamada medicina alternativa, que prega que os índios têm muito a ensinar em termos de cura de doenças.
"É uma coisa errática essa coisa de que a medicina dos índios é sábia. É lógico que eles descobriram os curaris [veneno extraído da casca de um cipó e usado em flechas]. Descobriram para matar uns aos outros. Descobriram umas drogas que assopram no nariz um dos outros. Mas a medicina dos índios... Infelizmente a gente não tem nada a aprender com isso. Eles sofrem de doenças terríveis. Estamos vendo aí o que acontece com as crianças desnutridas. Eles não têm remédios, ficam tomando chá porque não têm acesso à medicação, aos antibióticos", disse ele.
Regras
Dráuzio defendeu a criação de regras para que a Amazônia possa ser pesquisada. "A Amazônia está aí para ser estudada. A única chance de preservação é através do estudo. Estudando, coloca lá cientista, gente que vai tomar conta, cria uma finalidade para aquilo que pode levar riquezas para a região, desde que estabeleçam as regras."
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Medicina não tem o que aprender hoje com índios da Amazônia, diz Varella
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O médico Drauzio Varella defendeu hoje a criação de regras para a pesquisa na região amazônica. Ele afirmou que a falta dessas regras impede o avanço de pesquisas iniciadas na região.
Disse ainda que a medicina moderna muito pouco tem a aprender com os índios na Amazônia.
Drauzio, que também é escritor e colunista do jornal, participou hoje de sabatina na Folha. Foi a primeira de uma série de sabatinas com personalidades de destaque no noticiário nacional.
Segundo ele, a falta de regras está marginalizando qualquer pesquisa feita por estrangeiros no local. "Hoje os estrangeiros estão praticamente impossibilitados de fazer qualquer tipo de pesquisa na região. Tem gente que passou a vida na Amazônia classificando uma quantidade enorme de plantas. Se não fossem esses pesquisadores estrangeiros, nós teríamos conhecidos muito mal a Amazônia. Mas hoje eles são tidos como biopiratas. Temos que ter regras rígidas."
Drauzio afirmou que ficou frustrado com suas incursões na pesquisa sobre plantas medicinais na Amazônia.
Flávio Florido/Folha Imagem |
O médico Drauzio Varella durante a sabatina da Folha |
"Chegamos a fazer dois ou três giros pela floresta. Desanimei no ato: 90% [dos remédios naturais dos índios] fazem bem para o fígado. Tudo é para o fígado. E tem chá bom para curar doença. Tá doente, toma chá e fica bom. Cheguei à conclusão que chá é bom e faz bem. E realmente faz. O sujeito está doente, está gripado, se sentindo miserável. Em geral, a miserabilidade do estado em que você se encontra é por desidratação", disse.
Ele contestou a chamada medicina alternativa, que prega que os índios têm muito a ensinar em termos de cura de doenças.
Flávio Florido/Folha Imagem |
O médico Drauzio Varella durante a sabatina da Folha |
"É uma coisa errática essa coisa de que a medicina dos índios é sábia. É lógico que eles descobriram os curaris [veneno extraído da casca de um cipó e usado em flechas]. Descobriram para matar uns aos outros. Descobriram umas drogas que assopram no nariz um dos outros. Mas a medicina dos índios... Infelizmente a gente não tem nada a aprender com isso. Eles sofrem de doenças terríveis. Estamos vendo aí o que acontece com as crianças desnutridas. Eles não têm remédios, ficam tomando chá porque não têm acesso à medicação, aos antibióticos", disse ele.
Regras
Dráuzio defendeu a criação de regras para que a Amazônia possa ser pesquisada. "A Amazônia está aí para ser estudada. A única chance de preservação é através do estudo. Estudando, coloca lá cientista, gente que vai tomar conta, cria uma finalidade para aquilo que pode levar riquezas para a região, desde que estabeleçam as regras."
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