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30/03/2005 - 21h54

Chega a 15 o número de crianças mortas em MS

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HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande

A Funasa (Fundação Nacional de Saúde) confirmou hoje a 15ª morte de criança indígena por desnutrição em Mato Grosso do Sul neste ano. Com isso, o número de casos no primeiro trimestre alcançou o verificado durante os 12 meses de 2004.

O bebê indígena Alex Porfírio, que tinha nove meses de idade, morreu no sábado passado na Santa Casa de Campo Grande, para onde havia sido transferido no último dia 10. Ele estava internado em Dourados (a 218 km de Campo Grande) desde o dia 1º.

"O atestado de óbito aponta septicemia [infecção generalizada], pneumonia, hemorragia gástrica com o quadro de desnutrição", confirmou a Funasa ontem.

As 15 crianças, todas menores de cinco anos, que morreram devido à desnutrição, eram da etnia guarani-caiuá, habitantes do sul do Estado, segundo dados da direção nacional da Funasa, que montou um mutirão de atendimento médico nas aldeias desde o fim de fevereiro.

"Geralmente, a Funasa informa aquele [caso] que chega com atestado de óbito, mas há informações de que tem outras crianças não contabilizadas nestas 15 [mortes]", disse ontem o senador Juvêncio César da Fonseca (PDT-MS), presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado que investiga a responsabilidade pela fome indígena.

Cerca de 27 mil guaranis-caiuás vivem em aldeias do sul do Estado. A Funasa atendeu durante o ano passado cerca de 7.320 crianças dessa etnia menores de cinco anos, das quais quase 2.000 eram desnutridas ou estavam abaixo do peso normal.

A Funasa relatou que ainda faz um levantamento para chegar às causas do aumento no número de mortes por desnutrição. O órgão informou acreditar que o mês de fevereiro foi anormal.

Fonseca disse que a comissão do Senado ainda toma depoimentos, mas não tem dúvidas de que houve violação dos direitos humanos dos índios.

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