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22/04/2005
-
21h07
SILVIO NAVARRO
da Agência Folha
Um grupo de índios da etnia macuxi fez nesta sexta-feira quatro agentes da Polícia Rodoviária Federal reféns numa região conhecida como maloca do Flechal, em Roraima, na fronteira com a Guiana.
Segundo o governador Ottomar Pinto (PTB), a prisão dos quatro policiais foi uma retaliação dos índios contrários à homologação da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, no norte do Estado.
O decreto de homologação foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia 15, depois de mais de 20 anos de impasse jurídico. Desde então, Roraima é palco de sucessivos protestos de produtores de arroz e índios contrários à decisão.
A área demarcada terá cerca de 1,75 milhão de hectares --equivalente a 11 vezes a cidade de São Paulo. Deverá abrigar cerca de 15 mil índios dos povos ingaricó, macuxi, taurepangue, patamona e uapixana.
A prisão dos policiais também foi confirmada pelo deputado federal Rodolfo Pereira (PDT-RR), que está em Boa Vista para mediar os conflitos. Ele não soube informar, no entanto, quantos índios formavam o grupo que prendeu os policiais.
A única forma de contato com a área de maloca do Flechal, onde vivem os macuxi, é por meio de rádio amador com um posto da Funai (Fundação Nacional do Índio), processo conhecido como "fonia". O sistema, entretanto, só funciona até as 17h de Boa Vista (18h de Brasília).
A Superintendência da Polícia Federal não confirmou a informação argumentando não ter conseguido contato com o posto. Afirmou apenas não existir postos de fiscalização da PF naquela região e que os agentes, se confirmada a prisão, fariam parte do efetivo deslocado de outros Estados para patrulhar a área.
De acordo com o deputado Rodolfo Pereira, que disse ter feito contato por "fonia" com o tuxaua (líder indígena) Lauro Barbosa, os índios se revoltaram quando os policiais montaram uma barreira de fiscalização na entrada da aldeia.
Os policiais, ainda segundo o deputado, teriam impedido a passagem de carros com excesso de passageiros temendo a organização de manifestação no município de Uiramutã (334 km de Boa Vista), vizinho à maloca do Flechal.
O deputado federal disse ainda que, para libertar os agentes, os macuxi exigiram a presença da imprensa nacional para se manifestarem contra a homologação da reserva.
Os macuxi formam a maior etnia do Estado, com cerca de 16.500 índios. Na região do Flechal, são produtores de feijão.
Os agentes reféns seriam integrantes da força-tarefa formada por 40 homens da Polícia Rodoviária Federal e 60 da Polícia Federal, procedentes de outros Estados, deslocados para Roraima no último domingo para assegurar o cumprimento da demarcação da terra indígena.
A operação foi batizada de "Upatakon", que significa "nossa terra" no dialeto dos macuxi. O deslocamento dos policiais na região da Raposa/Serra do Sol também é feito por meio de helicópteros do Exército.
O efetivo é formado por homens enviados de cinco Estados: Ceará, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Maranhão e Bahia.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre reserva indígena Raposa/Serra do Sol
Índios fazem 4 policiais reféns em Roraima
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da Agência Folha
Um grupo de índios da etnia macuxi fez nesta sexta-feira quatro agentes da Polícia Rodoviária Federal reféns numa região conhecida como maloca do Flechal, em Roraima, na fronteira com a Guiana.
Segundo o governador Ottomar Pinto (PTB), a prisão dos quatro policiais foi uma retaliação dos índios contrários à homologação da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, no norte do Estado.
O decreto de homologação foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia 15, depois de mais de 20 anos de impasse jurídico. Desde então, Roraima é palco de sucessivos protestos de produtores de arroz e índios contrários à decisão.
A área demarcada terá cerca de 1,75 milhão de hectares --equivalente a 11 vezes a cidade de São Paulo. Deverá abrigar cerca de 15 mil índios dos povos ingaricó, macuxi, taurepangue, patamona e uapixana.
A prisão dos policiais também foi confirmada pelo deputado federal Rodolfo Pereira (PDT-RR), que está em Boa Vista para mediar os conflitos. Ele não soube informar, no entanto, quantos índios formavam o grupo que prendeu os policiais.
A única forma de contato com a área de maloca do Flechal, onde vivem os macuxi, é por meio de rádio amador com um posto da Funai (Fundação Nacional do Índio), processo conhecido como "fonia". O sistema, entretanto, só funciona até as 17h de Boa Vista (18h de Brasília).
A Superintendência da Polícia Federal não confirmou a informação argumentando não ter conseguido contato com o posto. Afirmou apenas não existir postos de fiscalização da PF naquela região e que os agentes, se confirmada a prisão, fariam parte do efetivo deslocado de outros Estados para patrulhar a área.
De acordo com o deputado Rodolfo Pereira, que disse ter feito contato por "fonia" com o tuxaua (líder indígena) Lauro Barbosa, os índios se revoltaram quando os policiais montaram uma barreira de fiscalização na entrada da aldeia.
Os policiais, ainda segundo o deputado, teriam impedido a passagem de carros com excesso de passageiros temendo a organização de manifestação no município de Uiramutã (334 km de Boa Vista), vizinho à maloca do Flechal.
O deputado federal disse ainda que, para libertar os agentes, os macuxi exigiram a presença da imprensa nacional para se manifestarem contra a homologação da reserva.
Os macuxi formam a maior etnia do Estado, com cerca de 16.500 índios. Na região do Flechal, são produtores de feijão.
Os agentes reféns seriam integrantes da força-tarefa formada por 40 homens da Polícia Rodoviária Federal e 60 da Polícia Federal, procedentes de outros Estados, deslocados para Roraima no último domingo para assegurar o cumprimento da demarcação da terra indígena.
A operação foi batizada de "Upatakon", que significa "nossa terra" no dialeto dos macuxi. O deslocamento dos policiais na região da Raposa/Serra do Sol também é feito por meio de helicópteros do Exército.
O efetivo é formado por homens enviados de cinco Estados: Ceará, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Maranhão e Bahia.
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