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22/04/2005 - 22h48

PT faz campanha para melhorar imagem em Roraima

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SILVIO NAVARRO
da Agência Folha

A pedido da direção nacional do partido, o PT de Roraima vai iniciar uma campanha no Estado para tentar amenizar o impacto negativo da homologação da reserva indígena Raposa/Serra do Sol na imagem do governo Lula.

A demarcação da reserva tem sido duramente combatida e vinculada à imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em campanhas nas rádios do Estado e em sucessivas manifestações de produtores de arroz em praça pública, na capital Boa Vista.

A preocupação do partido é que os ataques ao presidente se alastrem por outros Estados da Amazônia e ganhem força empurrados por meios de comunicação locais.

A orientação é que as lideranças regionais do PT trabalhem para massificar o anúncio de que o governo federal investirá R$ 42 milhões para acelerar programas de reforma agrária como forma de compensar a demarcação da
terra indígena.

A estratégia foi elaborada em reunião dos diretórios regionais na noite de ontem e será debatida neste final de semana no Fórum PT Amazonas, com a presença de lideranças da sigla, no Tocantins. Em Roraima, o PT tem 970 filiados.

"Essa reunião foi para discutir com a base, passar as informações para eles terem noção da dimensão do que está acontecendo, da questão da contrapartida, do que vai ser feito", disse o presidente estadual do PT, deputado estadual Antonio Francisco Marques, o Titonho.

"Isso é uma decisão de governo, o presidente Lula tem todo o interesse e exigiu que as contrapartidas tinham de começar de imediato", completou.

O secretário de Comunicação do PT em Roraima, Pablo Sérgio, disse que o trabalho de base visa a "levar o pacote das realizações do governo federal no Estado".

"Temos de mostrar que Roraima recebe recursos acima da média dos Estados do Brasil", disse Pablo Sérgio. "Há uma campanha descarada para difamar o presidente Lula, mas vamos fazer uma contra-informação", completou.

Hoje, o Incra anunciou que "a estimativa preliminar" é assentar 600 famílias não-indígenas que vivem na região da reserva. A meta até o final do ano é que o número chegue a 2.800 famílias.

O Incra afirma que, no total, regulamentará 10 mil propriedades com até cem ha, numa área de 1 milhão de ha.

No total, o orçamento anunciado pelo órgão para o Estado é de R$ 42 milhões. Desse montante, R$ 31 milhões serão destinados para créditos.

Segundo o superintendente do Incra em Roraima, João Batista Ferreira, a ordem é para o órgão agilizar a regularização dos processos fundiários pendentes no Estado num prazo de oito meses e rever a situação dos terrenos maiores sem titulação.

Ferreira disse ainda que a equipe de técnicos que atua na região da Raposa/Serra do Sol será dobrada (de 20 para 40 homens) com o reforço de servidores de outros Estados do Norte do país. Para isso, solicitou R$ 1,6 milhão para custear as despesas.

Além da questão agrária, a Funasa também anunciou a liberação de verbas para Roraima. O órgão anunciou o repasse de R$ 4,1 milhões para saneamento nos municípios com menos de 30 mil habitantes. Também prometeu a ampliação do quadro de servidores do órgão.

Para empenho imediato, foram destinados R$ 4,7 milhões para a implantação de sistemas de abastecimento de água e melhoria em 12 postos de saúde da Casa de Saúde Indígena, e mais R$ 1 milhão para saneamento ambiental nas aldeias.

O governador Ottomar Pinto (PTB), que move ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a medida, informou que deverá se reunir na terça-feira com o ministro da Casa Civil, José Dirceu, em Brasília.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre reserva indígena Raposa/Serra do Sol
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