Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
28/01/2010 - 07h34

CNJ suspende posse de desembargador "ficha-suja" no TJ de Mato Grosso

Publicidade

RODRIGO VARGAS
da Agência Folha, em Cuiabá

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) suspendeu a posse do juiz Fernando Miranda Rocha no cargo de desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. A solenidade estava marcada para hoje em Cuiabá.

A decisão, dada em caráter liminar pelo conselheiro Felipe Cavalcanti, atendeu a pedido do corregedor-geral do TJ-MT, desembargador Manoel Ornellas, para quem "o passado do juiz não recomenda seu acesso ao cargo de desembargador".

A decisão do CNJ não considerou o mérito da representação da corregedoria. Foi concedido um prazo de dez dias para que o juiz apresente sua defesa.

Titular da 1ª Vara de Família de Várzea Grande (MT), Rocha ganhou a vaga para no TJ pelo critério da antiguidade. Sua indicação recebeu o voto favorável de 18 dos 20 desembargadores presentes à sessão.

Em 16 anos de carreira, o juiz acumulou nove condenações administrativas (cinco advertências e quatro censuras) e foi denunciado pelo Ministério Público do Estado por corrupção passiva --a ação penal tramita em grau de recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça), após ter sido rejeitada pelo TJ.

A denúncia diz respeito, segundo o corregedor-geral, à possibilidade de o juiz ter concedido decisão favorável a um pedido de alvará formulado por sua mulher, a advogada Elizabete Miranda.

Para o corregedor-geral, tal histórico é incompatível com a função. "É inegável que a imagem de um desembargador deve refletir no seu jurisdicionado conduta sem nenhum tipo de mácula, irrepreensível, desde o início da função no passado", afirmou Ornellas.

O corregedor disse à reportagem que não considera o juiz Rocha apto até mesmo para as atuais funções. "Não fui eu que o coloquei como juiz. Pessoalmente, acho que ele não serve nem para ser bandeirinha em jogos de futebol", declarou.

Antes da eleição do novo desembargador, os argumentos de Ornellas foram analisados e considerados improcedente pelo pleno do tribunal. Chamado a se defender, o juiz disse que não há atualmente nenhum "procedimento judicial ou processo administrativo em trâmite" contra si no âmbito do TJ. Declarou ainda que não tem nenhuma condenação penal transitada em julgado.

A Folha falou com a filha do juiz, a advogada Fernanda Miranda, que afirmou que seu pai não iria se manifestar e que as afirmações de Ornellas "não merecem sequer resposta".

Comentários dos leitores
sérgio dourado (371) 02/02/2010 20h35
sérgio dourado (371) 02/02/2010 20h35
Mais uma vez se nota o papel do Estado brasileiro:onerar o povo com maiores impostos e prover os ricos com maiores salários..Ora,gosto de argumentar com fatos,e gostaria de saber em quanto o salário do povo em geral,em sua grande maioria,que é o salário mínimo,está defasado em relação ao que prega a Constituição e o que afirma o IPEA com seus dados alarmantes sobre a altíssima e "injusta" carga tributária brasileira:onde os ricos pagam menos impostos que os pobres.Agora estarão corretos os excelentíssimos ministros da Suprema Corte em exigiram uma correção do salário (em torno de 14%) maior que a própria inflação,enquanto o que prega a própria Constituição sobre a condição do salário mínimo servir à condições básicas que não dão nem pro começo de conversa?Onde está o sentimento de Justiça aí,onde o fosso entre ricos e pobres só aumenta?O roll que o Brasil pretende entrar,de país desenvolvido,está muito distante das atuais condições de mínima "equiparação salarial".Não defendo salários mais baixos para os ministros,mas salários mais justos para os mais pobres,e que pagam mais impostos sobre consumo básico do que os ricos em relação aos seus luxos e sua renda.Como ainda o "efeito cascata",é de se inimaginar o aumento do gasto do poder público com pagamento de pensão e penduricalhos para seus "altos" funcionários e outros que mamam nessa teta gorda..Pra que Lula?Precisamos é do povo gritar e se fazer escutar.Não com violência,ao contrário:com apelação às leis,queremos justiça... sem opinião
avalie fechar
Nivaldo Lacerda (113) 02/02/2010 17h26
Nivaldo Lacerda (113) 02/02/2010 17h26
Usando Martin Luther King
"Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais. Um pais que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça. "Meu Brasil, doce terra de liberdade, eu te canto.Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"E se o Brasil é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.E assim ouvirei o sino da liberdade em Brasilia e em todos os rincoes .E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia"
"Livre afinal, livre afinal.
SERA QUE ISSO VAI ACONTECER? SEM UMA GRANDE PARTICIPACAO DA POPULACAO? ACABANDO COM O DOMINIO DE CORONEIS E CARTEIS?
DA PRA PENSAR NISTO? NESTE MOMENTO E PURA UTOPIA.
sem opinião
avalie fechar
Rui Ruz Caputi Caputi (1958) 28/01/2010 14h22
Rui Ruz Caputi Caputi (1958) 28/01/2010 14h22
A CNJ dá um bom e didático exemplo para todos.
Quisera, todas as demais instituições publicas ou privadas seguissem seu padrão elevado.
2 opiniões
avalie fechar
Comente esta reportagem Veja todos os comentários (2207)
Termos e condições
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página