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25/04/2005 - 10h36

Caso Jucá mostra "corrupção endêmica" no Brasil, diz "Financial Times"

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VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online

As acusações de obtenção fraudulenta de empréstimos subsidiados e de apropriação de verbas públicas por parte do ministro da previdência, Romero Jucá (PMDB-RO), são mais um sinal da "corrupção endêmica que assola o Brasil", diz nesta segunda-feira reportagem do diário britânico "Financial Times".

"A corrupção é um fato do cotidiano e as chances de se ser punido por isso são próximas a zero", diz o jornal. Sobre as acusações de que é alvo, o ministro disse que isso não o perturba. "Estou dormindo tranqüilo", disse, segundo o "FT".

Lula Marques / Folha Imagem
O ministro da Previdência, Romero Jucá
O ministro é acusado de oferecer fazendas que não existem como garantia a um empréstimo contraído por ele ao Basa (Banco da Amazônia), além de denúncias de abuso de poder econômico na eleição de 1994 e desvio de recursos públicos (relatório da Receita Federal aponta desvios de verbas à TV Caburaí, pertencente à Fundação Roraima).

A despreocupação do ministro, destacada pelo jornal britânico, "pode muito bem ser reflexo da sua inocência", mas, "inocentes ou culpados, tais alegações contra os ricos e poderosos no Brasil raramente os deixam preocupados".

O diário lembra que, em 90% das auditorias realizadas pela CGU (Controladoria Geral da União) em 741 municípios brasileiros descobriram irregularidades graves na aplicação de recursos públicos.

O ministro do Controle e da Transparência, Waldir Pires, disse que os desvios podem ultrapassar 20% do montante transferido aos municípios --equivalentes "ao roubo de mais de R$ 18,5 bilhões no ano passado", lembra.

Tribunais lentos são um dos problemas no combate à corrupção, diz a reportagem. "Temos leis excelentes. O problema é a implementação", disse o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Nicolao Dino. A quantidade quase ilimitada de apelações que se pode interpor em um processo tende a favorecer os "réus poderosos". "Os direitos do réu precisam ser protegidos, mas o preço disso não pode ser um mal social muito maior, que é a impunidade", segundo Dino.

A condenação do juiz Nicolau dos Santos Neto em 2001 pelo desvio de R$ 169,5 milhões e as investigações desde então sobre casos de corrupção e de lavagem de dinheiro são um sinal de que "um alarme pode estar soando para os corruptos no Brasil", diz o jornal. "Mas, por ora, a maioria deles está dormindo tranqüilamente."

Com agências internacionais

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