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28/04/2005 - 13h54

Humberto Costa recebe ataques do PFL e reage com soco na mesa

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FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

O ministro da Saúde, Humberto Costa, está sob o ataque do PFL. O partido do prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, tenta reverter o prejuízo político à imagem da pré-candidatura pefelista à presidência da República. Humberto Costa, por sua vez, tenta jogar a responsabilidade pela intervenção federal em seis hospitais do Rio --suspensa em parte por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal)-- para a suposta ineficiência administrativa da prefeitura do Rio.

No jogo de troca de responsabilidades, o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, aproveitou a audiência pública com a participação do ministro na CAS (Comissão de Assuntos Sociais) do Senado para desferir críticas à decisão do ministério de intervir no Rio. "Ministro, saúde é coisa séria. Não é para fazer política, para ser candidato ao governo de Pernambuco", afirmou, referindo-se à possível candidatura de Costa em 2006.

O ministro respondeu: "A saúde não deve ser usada para fazer política, mas foi isso [uso político] que foi feito por parte da prefeitura do Rio de Janeiro". Humberto Costa continuou rebatendo as críticas e lembrou que a Lei de Responsabilidade Fiscal pune prefeitos e governadores que, por exemplo, gastarem mais do que o permitido com salários, mas não define penalidades para quem gerir de forma ineficiente o sistema de saúde. "E ele [César Maia] ainda quer fazer discurso de grande gestor neste país", afirmou em tom elevado e dando um soco na mesa da comissão.

Na réplica, Bornhausen voltou a atacar o ministro e lembrou o escândalo do esquema de superfaturamento na compra de hemoderivados pelo Ministério da Saúde, esquema que perdurava desde o governo anterior e foi desmontado em 2004 por uma operação da Polícia Federal.

"O senhor é o ministro dos vampiros, que deixa faltar remédio para Aids. Não venha falar de eficiência administrativa. O senhor tem que respeitar os senadores", afirmou o presidente do PFL. "O que existe no Ministério da Saúde é incompetência, ineficiência e incapacidade. Essa intervenção [no Rio] foi feita para o ministro ficar no cargo e conseguiu. A única coisa que conseguiu foi se dependurar no cargo de ministro", completou.

Logo que retomou a palavra, Humberto Costa manteve o nível dos ataques. "Eu não estou aqui para ser desrespeitado. Da mesma forma que todos os senadores são autoridades eu também sou", afirmou. "Em nenhum momento fiz agressão pessoal a quem quer que seja, diferentemente de quem me chamou de ministro dos vampiros. Eu fui o ministro que desbaratou esse esquema", acrescentou.

Ontem, o presidente do PFL havia adiantado que o partido tentará, judicialmente, reverter os prejuízos políticos para a imagem do prefeito Cesar Maia. Para isso, pedirá que a Justiça garanta ao prefeito do Rio um horário em cadeia de rádio e TV para responder à intervenção federal, considerada inconstitucional pelo STF no caso dos dois hospitais municipais envolvidos --Souza Aguiar e Miguel Couto.

Os advogados do PFL argumentam que o tempo seria igual ao destinado ao ministro da Saúde um dia após a intervenção no Rio.

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