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17/05/2005
-
18h29
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
O presidente nacional do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), distribuiu nesta terça-feira, mais de 200 cópias da fita gravada na qual o ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios Maurício Marinho é flagrado cobrando propina para autorizar licitações. O congressista afirmou ainda que vai assinar o pedido de CPI para investigar a estatal e colocou os cargos que o PTB ocupa no governo à disposição.
A distribuição das fitas foi uma das táticas de defesa de Jefferson, acusado de participar de um esquema de corrupção na Empresa de Correios e Telégrafos segundo apurou a revista "Veja".
Jefferson entregou uma cópia da fita divulgada pela "Veja", e uma carta de Marinho na qual ele confessa ter mentido e usado em falso o nome do PTB. Segundo Jefferson, fica claro, ao ouvir a transcrição total da fita, que Marinho "não está vendendo nem comprando nada. Está sendo contratado para ser consultor".
"Maurício Marinho confessa na carta que mentiu, foi leviano e tentou mostrar importância que não tem. Durante toda a conversa ele tenta mostrar relações que não tem e intimidade comigo, o que ele não possui", afirmou Jefferson, em discurso no plenário da Câmara.
Segundo o presidente nacional do PTB, é comum que pessoas façam este tipo de papel, "cobrar propina, vender prestigio, tentar passar a noção de intimidade e confiança. Maurício Marinho tentou mostrar mais importância do que possui. Ele não é dos quadros do PTB, é funcionário de carreira dos Correios há 28 anos".
Ainda de acordo com o deputado, a fita demonstra que Marinho envolveu não só o seu nome, mas o de outros integrantes do governo, na tentativa de parecer ser mais importante do que era. "Ele envolveu pessoas sérias e corretas."
O deputado afirmou que foi procurado por uma pessoa que se identificou como comandante Molina, suposto representante de uma empresa de informática interessada em prestar serviços aos Correios e que dispensou o comandante, alegando não fazer negócios e sim presidir um partido.
Molina teria insistido no encontro argumentando que conhecia o senador Ney Suassuna (PMDB-PB). "Suassuna me ligou pedindo para recebe-lo [ o comandante Molina] e eu o fiz. Ele veio novamente com a mesma conversa e eu o convidei para se retirar do meu gabinete. Então ele me avisou que tinha em seu poder uma fita gravada na qual o senhor Maurício diz que eu e o PTB fazemos parte de um esquema de corrupção. Diante disto, só pude dizer a ele que fizesse bom proveito desta fita. É ela que foi divulgada pela 'Veja'", declarou.
CPI
O deputado afirmou que não teme uma nova CPI (comissão parlamentar de inquérito) envolvendo seu nome --Jefferson esteve envolvido na CPI do PC (Paulo Cesar Farias), que levou ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor.
"Ao descer desta tribuna, quero avisar que vou assinar o pedido de CPI para investigar as denúncias de corrupção nos Correios. Eu já fui investigado por uma CPI. Não temo passar de novo por este sofrimento. Não sou mais o troglodita que mete medo. Não usei meu mandato para me locupletar. O PTB não teme a CPI. O PTB não é um partido fisiológico e aviso aqui e agora que todos os cargos ocupados pelo partido estão à disposição do governo."
"Troglodita"
Jefferson fez uma autocrítica e afirmou que sua imagem de deputado truculento e "troglodita" foi criada por ele mesmo, como uma forma de defesa devido à sua gordura. "Eu preferia o olhar de temor do que o de rejeição. Posso ser acusado de ter sido um troglodita, mas nunca de ter sido ladrão."
Além de fazer um balanço do seu patrimônio --que segundo ele se resume a uma casa no valor de R$ 500 mil em Petrópolis e um escritório no valor de R$ 100 mil no Rio de Janeiro--, Jefferson também lembrou dos cargos que seu partido ocupa no governo e negou que o PTB tenha indicado qualquer diretor para a Infraero ou para a Braspetro.
"A reportagem [da "Veja", com as denúncias de suposto esquema de corrupção] diz que o PTB indicou dois mil cargos no governo. Eu não sei disto. Nem eu nem a Executiva Nacional do PTB temos conhecimento deste fato. Se tem estes cargos, não me contaram", acrescentou.
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da Folha Online, em Brasília
O presidente nacional do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), distribuiu nesta terça-feira, mais de 200 cópias da fita gravada na qual o ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios Maurício Marinho é flagrado cobrando propina para autorizar licitações. O congressista afirmou ainda que vai assinar o pedido de CPI para investigar a estatal e colocou os cargos que o PTB ocupa no governo à disposição.
Lula Marques/FI |
O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) |
Jefferson entregou uma cópia da fita divulgada pela "Veja", e uma carta de Marinho na qual ele confessa ter mentido e usado em falso o nome do PTB. Segundo Jefferson, fica claro, ao ouvir a transcrição total da fita, que Marinho "não está vendendo nem comprando nada. Está sendo contratado para ser consultor".
"Maurício Marinho confessa na carta que mentiu, foi leviano e tentou mostrar importância que não tem. Durante toda a conversa ele tenta mostrar relações que não tem e intimidade comigo, o que ele não possui", afirmou Jefferson, em discurso no plenário da Câmara.
Segundo o presidente nacional do PTB, é comum que pessoas façam este tipo de papel, "cobrar propina, vender prestigio, tentar passar a noção de intimidade e confiança. Maurício Marinho tentou mostrar mais importância do que possui. Ele não é dos quadros do PTB, é funcionário de carreira dos Correios há 28 anos".
Ainda de acordo com o deputado, a fita demonstra que Marinho envolveu não só o seu nome, mas o de outros integrantes do governo, na tentativa de parecer ser mais importante do que era. "Ele envolveu pessoas sérias e corretas."
O deputado afirmou que foi procurado por uma pessoa que se identificou como comandante Molina, suposto representante de uma empresa de informática interessada em prestar serviços aos Correios e que dispensou o comandante, alegando não fazer negócios e sim presidir um partido.
Molina teria insistido no encontro argumentando que conhecia o senador Ney Suassuna (PMDB-PB). "Suassuna me ligou pedindo para recebe-lo [ o comandante Molina] e eu o fiz. Ele veio novamente com a mesma conversa e eu o convidei para se retirar do meu gabinete. Então ele me avisou que tinha em seu poder uma fita gravada na qual o senhor Maurício diz que eu e o PTB fazemos parte de um esquema de corrupção. Diante disto, só pude dizer a ele que fizesse bom proveito desta fita. É ela que foi divulgada pela 'Veja'", declarou.
CPI
O deputado afirmou que não teme uma nova CPI (comissão parlamentar de inquérito) envolvendo seu nome --Jefferson esteve envolvido na CPI do PC (Paulo Cesar Farias), que levou ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor.
"Ao descer desta tribuna, quero avisar que vou assinar o pedido de CPI para investigar as denúncias de corrupção nos Correios. Eu já fui investigado por uma CPI. Não temo passar de novo por este sofrimento. Não sou mais o troglodita que mete medo. Não usei meu mandato para me locupletar. O PTB não teme a CPI. O PTB não é um partido fisiológico e aviso aqui e agora que todos os cargos ocupados pelo partido estão à disposição do governo."
"Troglodita"
Jefferson fez uma autocrítica e afirmou que sua imagem de deputado truculento e "troglodita" foi criada por ele mesmo, como uma forma de defesa devido à sua gordura. "Eu preferia o olhar de temor do que o de rejeição. Posso ser acusado de ter sido um troglodita, mas nunca de ter sido ladrão."
Além de fazer um balanço do seu patrimônio --que segundo ele se resume a uma casa no valor de R$ 500 mil em Petrópolis e um escritório no valor de R$ 100 mil no Rio de Janeiro--, Jefferson também lembrou dos cargos que seu partido ocupa no governo e negou que o PTB tenha indicado qualquer diretor para a Infraero ou para a Braspetro.
"A reportagem [da "Veja", com as denúncias de suposto esquema de corrupção] diz que o PTB indicou dois mil cargos no governo. Eu não sei disto. Nem eu nem a Executiva Nacional do PTB temos conhecimento deste fato. Se tem estes cargos, não me contaram", acrescentou.
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