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26/05/2005 - 23h50

Petistas que assinaram CPI são oposicionistas do governo, diz Genoino

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LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre

O presidente nacional do PT, José Genoino, disse que os parlamentares petistas que assinaram o pedido da CPI dos Correios são aliados do PSDB e do PFL e oposicionistas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

''Eles preferiram uma aliança com o PFL e o PSDB. São caudatários de uma aliança entre o PFL e o PSDB. Escolheram o caminho de se distanciar, de fazer oposição ao governo, de construir um núcleo próprio, separado da bancada. Sabemos agora quantos deputados da bancada do PT apóiam o governo'', afirmou Genoino.

Questionado a respeito de uma eventual punição aos petistas dissidentes, Genoino evitou o assunto, mas não chegou a descartar essa possibilidade.

''Isso não está na nossa agenda. Eles escolheram um caminho unilateral, de dissidência e desrespeito ao partido, à bancada e ao governo. Não sei o que eles vão fazer. Aí, não é comigo. Não vou transformá-los em vítimas. A vítima, neste caso, é o desrespeito à decisão do diretório nacional, à maioria da bancada e ao governo", afirmou.

"Quem está sendo vítima não são os 11 deputados e o senador [Eduardo] Suplicy [PT-SP], é a maioria do partido, da bancada e do governo. Foram eles que escolheram um caminho'', disse Genoino, que esteve em Porto Alegre para participar do lançamento da candidatura do deputado estadual Estilac Xavier à presidência estadual do PT.

Em razão do comportamento dos parlamentares petistas dissidentes, Genoino disse não ser possível culpar aliados de outros partidos que votaram pela criação da CPI. Segundo ele, não foi dado o exemplo da unanimidade no próprio PT. ''Criaram [os petistas] um constrangimento para nossos aliados'', disse.

Demonstrando contrariedade especialmente em relação ao comportamento de Suplicy, Genoino afirmou que o senador paulista ''assumiu o compromisso de defender a resolução do diretório nacional, assumiu um documento com a bancada, de que não faria nada sozinho'' --o que, segundo Genoino, não ocorreu.

A respeito de Suplicy ter afirmado que corria o risco de não ser o candidato do partido ao Senado por São Paulo, em 2006, o presidente do PT afirmou que ele ''fica projetando coisa que ninguém discutiu''.

Disse que isso é ''uma hipótese que não existe'' e definiu tal possibilidade como ''uma fantasia''. ''Ele [Suplicy] que deixe de ser vítima'', afirmou.

Genoino procurou, reiteradamente, dizer que o PT confia nas investigações feitas pelo governo federal, especialmente pela Polícia Federal.

''Esta CPI nasceu com o DNA tucano-pefelê, de fazer palanque político para desgastar o governo. O que eles menos querem é combater irregularidades. Querem é um palanque político para fazer o enfrentamento pré-eleitoral de 2006. Não somos ingênuos de entrar numa dessas. Os tucanos e o PFL engavetaram a maioria das CPIs, com coisas graves. Vamos fazer um enfrentamento. A maneira depende das circunstâncias.''

Genoino disse não haver constrangimento em defender o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, ex-integrante da chamada ''tropa de choque'' do governo de Fernando Collor (1990-1992). ''Ele se notabilizou por fazer parte da tropa de choque, mas foi investigado'', disse. Questionado sobre qual foi o resultado dessa investigação, recomendou que se procure no Congresso a conclusão da CPI do impeachment de Collor para obter seu conteúdo.

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