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06/06/2005
-
09h21
CATIA SEABRA
da Folha de S.Paulo
Militante da tropa de choque do presidente Fernando Collor, o performático Roberto Jefferson, 51, sobreviveu a momentos turbulentos da política nacional. Além do processo de impeachment de Collor, resistiu à outra CPI, a do Orçamento.
Em 1993, seu nome foi citado entre os envolvidos no esquema de propina na Comissão de Orçamento. Em 1994, durante depoimento, Jefferson chorou por duas vezes, lamentando o fato de sua família ter sido exposta.
No relatório, foi incluído na lista de 14 parlamentares sobre os quais seria necessária maior investigação. Seu capítulo ocupou uma página do relatório do hoje desafeto Roberto Magalhães (PE). Nele, a conclusão era que, com crédito total de US$ 470 mil em cinco anos, seu patrimônio e movimentação bancária seriam compatíveis com o rendimento. A Subcomissão de Patrimônio teria constatado, porém, a existência de bens não declarados à Receita.
Já no governo Fernando Henrique Cardoso --para o qual fez indicações, como a do titular da Delegacia do Trabalho do Rio-- Jefferson teve papel fundamental para o rompimento do PSDB com o PFL: no prazo fatal, o então líder do PTB formalizou um bloco com a bancada tucana, permitindo que o deputado Aécio Neves (MG) concorresse à presidência da Câmara, vaga prometida ao pefelista Inocêncio Oliveira (PE).
No ano seguinte, apoiou Ciro Gomes à Presidência da República. Até então, compara petistas ao demônio. Um deles foi o hoje líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (SP).
Após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que, apesar das diferenças, PTB e PT se uniriam "com afeto". A partir daí, fixou uma estratégia: aceitar cargos pouco expressivos, como o Ministério do Turismo, para crescer dentro do governo e poder exigir mais.
Com o crescimento da bancada, Roberto Jefferson começou a exigir mais e a se queixar publicamente do não-atendimento das reivindicações.
Como presidente do PTB, ano passado, determinou a aliança com o PT nas capitais para as eleições de 2004, contrariando a filha, aliada a Cesar Maia (PFL) no Rio. Em troca, o PT ajudaria financeiramente o PTB.
Jefferson conquistou notoriedade como advogado de pobres no popular "O Povo na TV", na década de 80. Armado e com 170 quilos, Jefferson admite: "Era um troglodita". Hoje, mesmo com a redução do estômago e as aulas de canto, reage quando pedem calma: "Mudei. Mas não virei Mary Poppins".
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Em 1993, seu nome foi citado entre os envolvidos no esquema de propina na Comissão de Orçamento. Em 1994, durante depoimento, Jefferson chorou por duas vezes, lamentando o fato de sua família ter sido exposta.
No relatório, foi incluído na lista de 14 parlamentares sobre os quais seria necessária maior investigação. Seu capítulo ocupou uma página do relatório do hoje desafeto Roberto Magalhães (PE). Nele, a conclusão era que, com crédito total de US$ 470 mil em cinco anos, seu patrimônio e movimentação bancária seriam compatíveis com o rendimento. A Subcomissão de Patrimônio teria constatado, porém, a existência de bens não declarados à Receita.
Já no governo Fernando Henrique Cardoso --para o qual fez indicações, como a do titular da Delegacia do Trabalho do Rio-- Jefferson teve papel fundamental para o rompimento do PSDB com o PFL: no prazo fatal, o então líder do PTB formalizou um bloco com a bancada tucana, permitindo que o deputado Aécio Neves (MG) concorresse à presidência da Câmara, vaga prometida ao pefelista Inocêncio Oliveira (PE).
No ano seguinte, apoiou Ciro Gomes à Presidência da República. Até então, compara petistas ao demônio. Um deles foi o hoje líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (SP).
Após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que, apesar das diferenças, PTB e PT se uniriam "com afeto". A partir daí, fixou uma estratégia: aceitar cargos pouco expressivos, como o Ministério do Turismo, para crescer dentro do governo e poder exigir mais.
Com o crescimento da bancada, Roberto Jefferson começou a exigir mais e a se queixar publicamente do não-atendimento das reivindicações.
Como presidente do PTB, ano passado, determinou a aliança com o PT nas capitais para as eleições de 2004, contrariando a filha, aliada a Cesar Maia (PFL) no Rio. Em troca, o PT ajudaria financeiramente o PTB.
Jefferson conquistou notoriedade como advogado de pobres no popular "O Povo na TV", na década de 80. Armado e com 170 quilos, Jefferson admite: "Era um troglodita". Hoje, mesmo com a redução do estômago e as aulas de canto, reage quando pedem calma: "Mudei. Mas não virei Mary Poppins".
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