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06/06/2005 - 21h54

Deputados dizem que ouviram falar de "mensalão", mas nunca receberam

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da Agência Folha

Quatro deputados do PP --partido que compõe a base do governo --ouvidos pela Folhaafirmaram ter ouvido comentários sobre o pagamento de "mesadas" na Câmara em troca de votos, conforme denúncia do presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ).

Luís Carlos Heinze (RS), Francisco Turra (RS), Ricardo Barros (PR) e Zé Lima (PA) disseram ter escutado rumores sobre o assunto, mas negaram ter sido procurados por integrantes do PT para negociar.

"A 'rádio corredor' falava. Ouvia-se falar, mas nunca me procuraram. Parabéns ao Roberto Jefferson pela coragem", disse Heinze, que integra a ala de oposição ao governo no PP e classificou a denúncia como "boa para o Parlamento".

O deputado Francisco Turra disse que o chamado "mensalão" já foi alvo até de piadas nos corredores da Casa. "Até piada saiu, comentários, mas nunca houve pistas concretas. Quem vive lá dentro já ouviu esse burburinho, mas nunca tive contato com nada isso."

Zé Lima (PA) disse que "já havia ouvido alguma coisa nesse sentido". "Mas nunca imaginei que fosse nessa condição. Falavam, mas eu não acreditava. Eu estou fora dessa, meu sigilo bancário e minha declaração de renda estão à disposição."

Integrante do PP de oposição ao governo Lula, o ex- líder do governo FHC na Câmara, Ricardo Barros (PR), disse que, "apesar dos comentários na Câmara", nunca soube de alguém que efetivamente tivesse recebido.

"É claro que por eu ser da oposição, até mesmo uma oposição violenta a esse governo, ninguém iria comentar isso", disse Barros. O deputado disse que agora "acabaram as desculpas para o governo tentar derrubar a CPI dos Correios".

"O mais grave é que a denúncia parte da base de sustentação do governo. Não é a oposição que está denunciando a existência do pagamento, mas sim quem está junto ao governo", afirmou Barros.

Outros deputados

O deputado federal Alex Canziani (PTB-PR) também disse que já ouvira comentários sobre o pagamento de mensalidades à base de apoio. "Eram comentários, mas nada efetivamente provado. Agora as declarações de Jefferson abrem mais uma crise e é impossível evitar a instalação da CPI dos Correios, com esse quadro de fragilidade institucional", disse Canziani.

Deputados do PP da bancada do Amazonas negaram o recebimento da "mesada" alegando que, por serem do chamado "baixo clero", não tinham peso político para participar do suposto esquema.

"Sou do baixo clero, a gente não tem nenhum cargo no governo federal", disse o deputado federal Francisco Garcia, presidente regional do PP. "Nunca recebi proposta nesse sentido", disse Carlos Souza (PP-AM).

O deputado Hamilton Casara (PL-RO), que assinou o pedido de abertura da CPI dos Correios, disse que "quer explicações da direção nacional" de seu partido. "Não conheço a existência desse esquema. Roberto Jefferson atirou lama sobre todos nós e, se realmente existe essa banda podre, eu não faço parte dela nem admito a generalização", disse Casara.

O deputado Welington Fagundes (PL-MT) afirma não poder dizer "nem que sim nem que não" sobre a existência de pagamento de "mesadas" na Câmara, mas afirma não ter recebido dinheiro.

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