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21/06/2005 - 20h42

Para Miro Teixeira, Jefferson pode ter feito denúncia motivado por novas alianças

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ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília

Em seu depoimento ao Conselho de Ética, o ex-ministro das Comunicações Miro Teixeira (PT-RJ) declarou que as denúncias feitas pelo deputado Roberto Jefferson (RJ), presidente licenciado do PTB, podem ter sido motivados pela possibilidade de realizar novas alianças.

Indagado se saberia dos motivos que levaram Jefferson a falar sobre o caso no final de 2003, quando estava "de bem" com o governo Lula, Miro avaliou que o presidente licenciado poderia estar fazendo novas alianças político-eleitorais.

Adriano Machado/FI
Miro Teixeira, em depoimento no Conselho de Ética
Miro Teixeira, em depoimento no Conselho de Ética
"Eu percebo Roberto Jefferson fazendo algumas alianças. Ele não bate no PFL, ele não bate no PMDB, e ontem ele escorregou um pouquinho e bateu no PSDB, dizendo que teve caixa dois na campanha do [ex-presidente] Fernando Henrique. Se for somando aí estes deputados [bancadas de PFL, PMDB e PSDB] o Roberto Jefferson não está sendo mal advogado. Como advogado, não estou falando como parlamentar. Ele está fazendo uma minissérie."

O deputado também disse que vê com reservas todas as denúncias feitas por Roberto Jefferson. Por isso, ele defende uma investigação profunda sobre o suposto esquema do "mensalão". "A verdade não está com Roberto Jefferson, mas com a Câmara", afirmou.

Teixeira foi a primeira testemunha a depor depois de Roberto Jefferson. O ex-ministro das Comunicações afirmou que desde o seu retorno ao Congresso tem procurado provas das denúncias de mensalão, "mas esta busca foi em vão".

"Comecei a investigar, mas jamais tive provas à mão. Se existir o 'mensalão', não tenho dúvida de que as provas vão aparecer", afirmou. O depoimento de Miro Teixeira durou cerca de três horas.

Em seu depoimento, o deputado confirmou as declarações de Jefferson. Segundo Teixeira, Jefferson nunca falou de cifras ou sobre nomes.

"Algo obscuro"

O ex-ministro avaliou que "tem algo obscuro" no gesto de Jefferson de vir a público fazer estas denúncias sem prova. "Não seria a gravação dos Correios que o levaria a isto. O porquê daquele momento em que ele falou comigo [em dezembro de 2003], ele se recusou a falar como o presidente [Lula]? Por que no plenário ele se recusou a ir para a tribuna? O que estava acontecendo? Tinha alguma pressão?", indagou.

Teixeira disse que pressionou Jefferson para fazer abertamente as denúncias no plenário da Câmara. "Encostei literalmente o Roberto Jefferson na parede, sem o uso de força, e disse: 'Temos que denunciar isso aqui no Plenário, você descreve as conversas que presenciou'. Infelizmente, o deputado Roberto Jefferson se negou a ir falar com [o presidente] Lula e não topou a empreitada de fazermos a denúncia em conjunto na tribuna", declarou.

Miro disse ainda que em nenhum momento Jefferson conversou com ele sobre a participação, no esquema do "mensalão", do tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e do publicitário Marcos Valério. Miro garantiu que só ouviu falar de Valério recentemente, em matérias divulgadas pela imprensa.

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