Ministro da Justiça diz que alternância de poder causa fragilidade na política do DF

O ministro Luiz Paulo Barreto (Justiça) afirmou nesta quinta-feira que a alternância de poder no Distrito Federal causa uma "fragilidade" na política local. Em 12 dias, o governo do DF contou com três governadores: José Roberto Arruda (sem partido), Paulo Octávio (sem partido) e, agora, o deputado Wilson Lima (PR).

Arruda foi preso e afastado do governo por decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ele é acusado de ter participado da tentativa de suborno do jornalista Edson dos Santos, o Sombra, uma das testemunhas do esquema de arrecadação e pagamento de propina.

Com o afastamento de Arruda, o então vice, Paulo Octávio, que também é citado no inquérito sobre o esquema de corrupção no DF, assumiu o governo, mas renunciou nesta semana por falta de apoio para garantir a governabilidade no DF. Com isso, o presidente da Câmara, Wilson Lima, assumiu o lugar de Paulo Octávio.

Para o ministro da Justiça, a situação no DF é "grave". "Essa alternância de poder implica em fragilidade na política do DF."

Sobre o pedido de intervenção federal, Barreto disse que a decisão cabe ao STF (Supremo Tribunal Federal). "Ainda confiamos que haja uma solução que não dependa de intervenção, mas compete ao Supremo decidir sobre o assunto."

No pedido de intervenção no DF encaminhado ao STF, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, argumentou que o Executivo e o Legislativo do Distrito Federal não têm condições institucionais de comandar o DF, já que seus principais integrantes estariam envolvidos no suposto esquema de corrupção, conhecido como mensalão do DEM.

Barreto participou hoje de uma reunião com ministros da Justiça de países da OEA (Organização dos Estados Americanos), em Brasília.