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05/07/2005 - 02h21

Assinei contrato em confiança a Delúbio, reafirma Genoino

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EPAMINONDAS NETO
da Folha Online

O presidente do PT, José Genoino, reafirmou nesta segunda-feira que assinou o contrato para um empréstimo financeiro de R$ 2,4 milhões em confiança ao tesoureiro do partido, Delúbio Soares.

O contrato foi alvo de uma denúncia publicada na edição deste final de semana da revista "Veja", que mostrou a participação do publicitário Marcos Valério de Souza na operação como avalista, inclusive tendo pago uma parcela de R$ 350 mil atrasada pelo PT.

A denúncia provocou polêmica no meio político porque, além de Marcos Valério ser apontado como um dos operadores do suposto "mensalão", detém participação acionária em agências de publicidade cujos contratos com estatais mais que dobraram no último ano.

"É norma em nosso partido. O nosso aval, diante da assinatura do tesoureiro, é decidido, dado a confiança que se estabelece", afirmou Genoino, durante entrevista de duas horas no programa da TV Cultura "Roda Viva", onde foi sabatinado por duas horas sobre as principais acusações que pairam sobre o governo do presidente Lula e sobre o PT.

A entrevista foi marcada por momentos de nervosismo de Genoino, mas que evitou distribuir ataques pessoais mesmo ao principal acusador do partido, o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), ou a um dos principais protagonistas da crise, o publicitário Marcos Valério.

Nesse sentido, o presidente do PT não chegou a fazer nem reservas ao tesoureiro de seu partido, que teria colocado o publicitário, reconhecidamente um amigo seu, como avalista do contrato financeiro.

Ele acrescentou, por várias vezes, que "esta relação com o avalista não produziu nenhum tipo de influência positiva do PT sobre o governo".

Sobre Marcos Valério, apenas disse que sua relação com o publicitário foi feita por meio do tesoureiro Delúbio Soares. "Eu não o conhecia e assinei [o contrato de empréstimo] em confiança ao secretário de Finanças", disse ele.

Denúncias

O presidente do PT classificou as denúncias do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), citado como um "ex-aliado" como uma "mistura de fatos com fábulas" e afirmou que o "PT nunca recebeu denúncias de mensalão. Essa invenção tem que ser investigada. O PT nunca conversou, não discutiu, não tem conhecimento disso".

Genoino também rebateu as denúncias de que houve desvio de recursos da estatal Furnas Centrais Elétricas para a representação estadual do PT em Minais Gerais. O presidente do partido também voltou a rebater que houve acordo para repasse de recursos financeiros do PT para o PTB no ano passado.

O presidente licenciado do PTB, Roberto Jefferson, afirmou que teria acertado com Genoino e Delúbio um acordo para repasse de R$ 20 milhões, dos quais somente R$ 4 milhões teriam sido repassados.

"O PT nunca fez um acordo financeiro com o PTB. O PT não passou dinheiro para o PTB", disse Genoino e adiantou que o partido prepara o levantamento de todas as contas de campanha.

O presidente do PT foi questionado sobre o fato de que investigações de órgãos federais, como o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiros) estão coincidindo com algumas denúncias de Jefferson.

Umas das coincidências apontadas foi o fato de que o publicitário Marcos Valério foi responsável por saques de quantias milionárias em dinheiro vivo em paralelo com viagens freqüentes à Brasília.

Genoino não rebateu a sugestão das coincidências e afirmou que espera o resultado das investigações no Congresso e na Polícia Federal. "Com a palavra, as investigações. Com a palavra, os depoimentos", disse ele, que repetiu que seu partido "vai cortar na carne" caso algum membro do PT realmente seja incriminado.

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