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10/07/2005 - 09h26

Crise adia definição de candidato tucano

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JOSÉ ALBERTO BOMBIG
do Painel da Folha de S.Paulo
CATIA SEABRA
da Folha de S.Paulo

A crise política do governo Lula abriu o apetite dos tucanos pelo direito de concorrer à Presidência em 2006. O abatimento do presidente --segundo tucanos, atestado numa pesquisa encomendada pelo partido-- reacendeu uma disputa interna no PSDB.

Prova disso está na decisão do partido de adiar a escolha do candidato para o primeiro trimestre de 2006 --pouco antes do prazo exigido para desincompatibilização. Antes anunciada para novembro deste ano, a data deverá ficar para fevereiro ou março.

Originalmente, a idéia era lançar um candidato até lá para concentrar o programa num único nome. Mantida a crise, essa estratégia será abortada. Outro argumento é que, segundo pesquisas, a precipitação poderia soar como oportunismo. "Não vamos lançar um candidato num momento de tensão. Não só porque não podemos jogar um nome no meio do fogo mas porque ainda é cedo", avalia o secretário-geral do PSDB, Bismarck Maia (CE).

A decisão impõe mais um freio ao governador Alckmin. O líder na Câmara, Alberto Goldman, reconhece que em 2004 "outros nomes pareciam impensáveis. Hoje, Aécio, Serra e Fernando Henrique não podem ser descartados".

Chefe da Casa Civil de Alckmin, Arnaldo Madeira diz que o governador concorda que este não é o momento para um lançamento prematuro. Ainda assim, Alckmin se dedicará à consolidação de sua candidatura, com uma agenda de viagens na semana que vem.

As chances do prefeito paulistano e do ex-presidente, porém, cresceram à medida em que o PT e Lula se complicaram após as denúncias de Roberto Jefferson.

O primeiro, por conta dos índices de intenção de voto nas pesquisas (apresenta a melhor colocação entre os tucanos em todas as sondagens e cenários); o ex-presidente, por ser o "fiador natural da estabilidade política", nas palavras de um tucano.

Fernando Henrique

Fernando Henrique, que em público afirma não ter intenção de concorrer, dá sinais dúbios em privado. No fim de junho, em encontro com deputados estaduais paulistas, chegou a brincar:

"Para ser presidente do Brasil, a pessoa não pode ter nascido em São Paulo. Eu, por exemplo, nasci no Rio de Janeiro, mas sou paulista de coração. Geraldo e Serra terão de inventar uma desculpa".

Serra e Alckmin são naturais de São Paulo e Pindamonhangaba (SP), respectivamente. Enquanto isso, Fernando Henrique mantém um pé na canoa de cada um.

Serra

O prefeito nega a intenção de disputar, mas deu sinais ao partido --como a manutenção de Eduardo Azeredo na presidência-- de que, se os ventos continuarem favoráveis, deve concorrer novamente. O maior problema seria entregar a prefeitura paulistana ao PFL, que tem o vice Gilberto Kassab, antes de completar um ano e meio no cargo.

Alckmin

Nos últimos dias, Alckmin se aproximou de Tasso Jereissati (CE) e de líderes tucanos do Sul, além de governadores e ex-governadores do PMDB. Com Jereissati, acertou uma espécie de acordo para apoio mútuo: o senador o apoiaria na disputa pela candidatura a presidente e, em troca, o governador o ajudaria a concretizar o objetivo de presidir o PSDB.

Interlocutores de Alckmin avaliam que o melhor cenário para ele seria um "acordão" pelo qual Lula desistisse de 2006, chegasse ao fim do mandato e fosse aprovado o fim da reeleição.

Assim, diante da possibilidade de concorrer em 2011 sem o paulista no páreo, Serra e Aécio poderiam desistir de disputar em 2006.

Aécio

Foi quem mais perdeu força na disputa recente. Respingos da crise de Furnas, onde pairam suspeitas de corrupção, atingiram-no, já que Dimas Toledo, demitido da estatal, teve apoio dele para ganhar uma diretoria em 2003.

Também pegou mal entre os tu canos a ida de Aécio ao Planalto, no final de junho, em plena crise, para se encontrar com Lula. FHC chegou a comentar: "São eles que precisam nos procurar".

O senador Eduardo Azeredo (MG) também foi outro a sentir certo abalo com o tremor de Brasília. A SMPB, uma das agências de Marcos Valério, trabalhou com o tucano quando comandou o governo mineiro.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a presidência em 2006
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