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11/07/2005 - 20h06

Argumentos sobre origem de dinheiro da Universal são insuficientes, diz PF

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FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

O delegado David Servilo, responsável pelo caso da apreensão das sete malas com pelo menos R$ 10 milhões nesta segunda-feira, em Brasília, afirmou que o deputado João Batista (PFL-SP), responsável pelo transporte do dinheiro não apresentou as comprovações da origem do recurso, que teria origem em doações de fiéis, segundo informou a Igreja Universal do Reino de Deus. Por causa disso, o dinheiro será apreendido e encaminhado para uma instituição financeira oficial.

"Trabalhamos com a investigação de que poderia ser crime de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação fiscal", disse o delegado.

A igreja informou à Folha Online que enviou por fax documento comprovando a origem do dinheiro. A PF, no entanto, não confirma.

O delegado também afirmou que a PF vai apurar o motivo pelo qual o dinheiro não foi depositado e vão apurar se tramitou no sistema financeiro (se passou por alguma conta bancária, por exemplo).

Fiéis

Batista, que é bispo e responde pela presidência da igreja, tentou embarcar com as malas para São Paulo em um avião de propriedade da Universal, na manhã de hoje. Além do bispo, do piloto e do co-piloto, estavam a bordo dois pastores e duas mulheres. O dinheiro estava em notas de R$ 100, R$ 20, R$ 10 e até R$ 5. Nas três primeiras malas, foram encontrados R$ 5 milhões, mas a PF estima que o valor total seja de R$ 10 milhões.

Nos depoimentos à PF, os dois pastores que iriam embarcar com o deputado disseram que os recursos vinham de doação de fiéis das igrejas de Belém, Manaus e Brasília. Segundo um assessor do bispo, as malas vieram de sete Estados.

"São 150, 200 igrejas em Manaus Belém e Brasília e cada uma com 500 membros. Só nas catedrais são 5.000 a 6.000 integrantes. Se cada um der R$ 20 de contribuição, R$ 10 milhões não será nada", disse o deputado.

Segundo Batista, o dinheiro estava sendo levado para São Paulo para ser depositado em uma conta da igreja. Ele disse que se ofereceu para levar o dinheiro pessoalmente porque não trabalharia hoje, embora o Congresso não esteja de recesso. "Eu sou bispo, tenho orgulho disso. Em uma dia de folga trouxe para mim a responsabilidade de acompanhar o transporte desses recursos para São Paulo. Eu não estava como parlamentar, mas como membro da Igreja Universal".

"Impertinente"

Batista refutou qualquer possibilidade de ser "mensalão" e classificou a sugestão como "impertinente".

O delegado, por outro lado, disse estranhar o transporte em dinheiro vivo porque eles disseram ser a primeira vez que o transporte é feito dessa maneira. Outro ponto que não ficou claro para o delegado foi o fato de um deputado levar as malas.

As informações do caso e depoimento serão encaminhadas ao STF (Supremo Tribunal Federal) porque o deputado tem foro privilegiado.

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