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13/07/2005
-
22h21
da Folha Online
O diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Mauro Marcelo de Lima e Silva disse na noite desta quarta-feira que pediu para sair do cargo. A demissão ocorreu depois que o líder do PFL na Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ), leu na sessão da CPI dos Correios uma carta na qual o diretor chamou os integrantes da CPI de "bestas-feras". "Eu pedi para sair", disse.
Lima e Silva também criticou na carta a AGU (Advocacia-Geral da União) por não se empenhar, na opinião dele, para defender o servidor e diz que a CPI é um "picadeiro".
A divulgação do documento, que circulou internamente na Abin e foi repassada ao PFL por um informante, causou reação imediata aos integrantes da comissão. A CPI aprovou requerimento para que o ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Jorge Félix, e Lima e Silva, sejam convocados para prestar depoimento.
Na carta, o diretor fez uma espécie de protesto ao depoimento público do agente Edgar Lange, que falou à CPI na semana passada. A Abin havia pedido que o depoimento fosse secreto para não expor a imagem do agente, sob o argumento de que o servidor teria problemas para fazer investigações depois do depoimento. Os integrantes da CPI decidiram fazer uma sessão aberta.
"Se vocês procurarem no dicionário 'Houaiss', besta-fera é situação humilhante e picadeiro é o palco onde ele [o agente Edgar Lange] foi exposto. A mensagem não era ofender os deputados nem o Congresso, mas dizer que ele foi humilhado a execração pública", declarou Lima e Silva, ao tentar esclarecer o teor do documento.
Os integrantes da CPI também aprovaram outro requerimento solicitando que o Ministério Público abra processo criminal contra o diretor-geral. Na avaliação dos congressistas, Lima e Silva "ofendeu" deputados e senadores.
Cargo de confiança
Lima e Silva tomou posse do cargo em julho de 2004. É paulista, 45 anos, delegado da Polícia Civil de São Paulo, com cursos nos EUA e conhece há cerca de dez anos o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sua posição é um cargo de confiança do presidente da República.
A função da Abin é subsidiar a Presidência da República com informações estratégicas para melhor tomada de decisões. O órgão foi criado para substituir o SNI (Serviço Nacional de Informações), que promoveu espionagem e perseguição política durante a ditadura militar (1964-1985).
Com Agência Brasil
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Após divulgação de carta, diretor-geral da Abin pede demissão
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O diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Mauro Marcelo de Lima e Silva disse na noite desta quarta-feira que pediu para sair do cargo. A demissão ocorreu depois que o líder do PFL na Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ), leu na sessão da CPI dos Correios uma carta na qual o diretor chamou os integrantes da CPI de "bestas-feras". "Eu pedi para sair", disse.
3.dez.2004/Folha Imagem |
O delegado Mauro Marcelo Lima e Silva, ex-diretor da Abin |
A divulgação do documento, que circulou internamente na Abin e foi repassada ao PFL por um informante, causou reação imediata aos integrantes da comissão. A CPI aprovou requerimento para que o ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Jorge Félix, e Lima e Silva, sejam convocados para prestar depoimento.
Na carta, o diretor fez uma espécie de protesto ao depoimento público do agente Edgar Lange, que falou à CPI na semana passada. A Abin havia pedido que o depoimento fosse secreto para não expor a imagem do agente, sob o argumento de que o servidor teria problemas para fazer investigações depois do depoimento. Os integrantes da CPI decidiram fazer uma sessão aberta.
"Se vocês procurarem no dicionário 'Houaiss', besta-fera é situação humilhante e picadeiro é o palco onde ele [o agente Edgar Lange] foi exposto. A mensagem não era ofender os deputados nem o Congresso, mas dizer que ele foi humilhado a execração pública", declarou Lima e Silva, ao tentar esclarecer o teor do documento.
Os integrantes da CPI também aprovaram outro requerimento solicitando que o Ministério Público abra processo criminal contra o diretor-geral. Na avaliação dos congressistas, Lima e Silva "ofendeu" deputados e senadores.
Cargo de confiança
Lima e Silva tomou posse do cargo em julho de 2004. É paulista, 45 anos, delegado da Polícia Civil de São Paulo, com cursos nos EUA e conhece há cerca de dez anos o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sua posição é um cargo de confiança do presidente da República.
A função da Abin é subsidiar a Presidência da República com informações estratégicas para melhor tomada de decisões. O órgão foi criado para substituir o SNI (Serviço Nacional de Informações), que promoveu espionagem e perseguição política durante a ditadura militar (1964-1985).
Com Agência Brasil
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