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19/07/2005
-
09h24
MARTA SALOMON
RUBENS VALENTE
da Folha de S.Paulo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro-chefe da Casa Civil, deputado federal José Dirceu, e o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) apareceram como devedores de R$ 47,4 mil dos cofres do PT. Os registros de débitos constam da prestação de contas do Partido dos Trabalhadores de 2003, apresentada ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no ano passado.
Por meio de suas assessorias, Dirceu e Mercadante disseram que ambos fizeram gastos, no ano de 2001, principalmente no decorrer de viagens internacionais. Até o início da noite de ontem, o Palácio do Planalto não havia esclarecido os gastos do presidente Lula pagos pelo partido.
A análise da prestação de contas do diretório nacional do PT de 2003 feita pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), integrante da CPI dos Correios, revelou que Lula devia R$ 29,4 mil ao PT em 30 de dezembro de 2003. Parte do débito, R$ 12 mil, foi quitada naquele mesmo dia.
O restante da dívida de Lula foi parcelado em quatro vezes, com vencimentos em 29 de janeiro de 2004 (R$ 6 mil), 27 de fevereiro (R$ 2,1 mil e R$ 3,8 mil) e 29 de março (R$ 5,4 mil). Os documentos analisados, que se referem ao ano de 2003, não esclarecem se Lula de fato quitou as parcelas restantes do empréstimo.
Dois empréstimos
A prestação de contas do PT entregue ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), assinada pelo então tesoureiro nacional da sigla, Delúbio Soares, e todo o diretório nacional da sigla, descreve as dívidas de Lula em dois campos: "adiantamentos a empregados" (R$ 20 mil) e "adiantamentos a terceiros" (R$ 9 mil).
O Palácio do Planalto não esclareceu qual o vínculo formal de Lula com o PT antes ou depois de ter assumido a Presidência. Lula tomou posse como presidente em 1º de janeiro de 2003.
Nos documentos entregues ao TSE, o nome do presidente está grafado de forma abreviada, "Luiz I.L. Silva". Outros devedores, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu de Oliveira e Silva, tiveram seus nomes escritos por extenso.
As dívidas de José Dirceu somavam R$ 14,3 mil em 30 de dezembro de 2003. O débito foi parcelado com seis cheques pré-datados.
O senador Aloizio Mercadante pagaria os R$ 3,7 mil devidos ao PT em duas parcelas, com vencimento em 30 de dezembro de 2003 e 30 de janeiro de 2004.
Delúbio
Os documentos de prestação de contas obtidos pelo senador Álvaro Dias no TSE revelaram ainda que o ex-tesoureiro nacional do Partido dos Trabalhadores Delúbio Soares e o ex-secretário-geral da sigla Silvio Pereira recebem da sigla na qualidade de "prestadores de serviços".
Os vencimentos de ambos, que ficavam numa média de R$ 8 mil mensais para cada um, tiveram uma melhoria significativa a partir da segunda metade de 2003.
Em agosto, por exemplo, Delúbio recebeu R$ 18 mil do PT. Pereira, que declarou à Polícia Federal possuir um apartamento e uma casa em Ilhabela (SP) avaliada em R$ 400 mil, obteve do diretório nacional do PT R$ 19,2 mil no mesmo mês.
Os documentos enviados ao TSE pelo PT foram assinados por toda a executiva nacional do partido, incluindo dois membros da CPI dos Correios, que investiga também as contas partidárias petistas.
O deputado federal Jorge Bittar (PT-RJ) e a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) assinam a prestação de contas ao lado de Delúbio e do ex-presidente da sigla, José Genoino (SP).
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Lula e Dirceu eram devedores do PT
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RUBENS VALENTE
da Folha de S.Paulo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro-chefe da Casa Civil, deputado federal José Dirceu, e o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) apareceram como devedores de R$ 47,4 mil dos cofres do PT. Os registros de débitos constam da prestação de contas do Partido dos Trabalhadores de 2003, apresentada ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no ano passado.
Por meio de suas assessorias, Dirceu e Mercadante disseram que ambos fizeram gastos, no ano de 2001, principalmente no decorrer de viagens internacionais. Até o início da noite de ontem, o Palácio do Planalto não havia esclarecido os gastos do presidente Lula pagos pelo partido.
A análise da prestação de contas do diretório nacional do PT de 2003 feita pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), integrante da CPI dos Correios, revelou que Lula devia R$ 29,4 mil ao PT em 30 de dezembro de 2003. Parte do débito, R$ 12 mil, foi quitada naquele mesmo dia.
O restante da dívida de Lula foi parcelado em quatro vezes, com vencimentos em 29 de janeiro de 2004 (R$ 6 mil), 27 de fevereiro (R$ 2,1 mil e R$ 3,8 mil) e 29 de março (R$ 5,4 mil). Os documentos analisados, que se referem ao ano de 2003, não esclarecem se Lula de fato quitou as parcelas restantes do empréstimo.
Dois empréstimos
A prestação de contas do PT entregue ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), assinada pelo então tesoureiro nacional da sigla, Delúbio Soares, e todo o diretório nacional da sigla, descreve as dívidas de Lula em dois campos: "adiantamentos a empregados" (R$ 20 mil) e "adiantamentos a terceiros" (R$ 9 mil).
O Palácio do Planalto não esclareceu qual o vínculo formal de Lula com o PT antes ou depois de ter assumido a Presidência. Lula tomou posse como presidente em 1º de janeiro de 2003.
Nos documentos entregues ao TSE, o nome do presidente está grafado de forma abreviada, "Luiz I.L. Silva". Outros devedores, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu de Oliveira e Silva, tiveram seus nomes escritos por extenso.
As dívidas de José Dirceu somavam R$ 14,3 mil em 30 de dezembro de 2003. O débito foi parcelado com seis cheques pré-datados.
O senador Aloizio Mercadante pagaria os R$ 3,7 mil devidos ao PT em duas parcelas, com vencimento em 30 de dezembro de 2003 e 30 de janeiro de 2004.
Delúbio
Os documentos de prestação de contas obtidos pelo senador Álvaro Dias no TSE revelaram ainda que o ex-tesoureiro nacional do Partido dos Trabalhadores Delúbio Soares e o ex-secretário-geral da sigla Silvio Pereira recebem da sigla na qualidade de "prestadores de serviços".
Os vencimentos de ambos, que ficavam numa média de R$ 8 mil mensais para cada um, tiveram uma melhoria significativa a partir da segunda metade de 2003.
Em agosto, por exemplo, Delúbio recebeu R$ 18 mil do PT. Pereira, que declarou à Polícia Federal possuir um apartamento e uma casa em Ilhabela (SP) avaliada em R$ 400 mil, obteve do diretório nacional do PT R$ 19,2 mil no mesmo mês.
Os documentos enviados ao TSE pelo PT foram assinados por toda a executiva nacional do partido, incluindo dois membros da CPI dos Correios, que investiga também as contas partidárias petistas.
O deputado federal Jorge Bittar (PT-RJ) e a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) assinam a prestação de contas ao lado de Delúbio e do ex-presidente da sigla, José Genoino (SP).
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