Publicidade
Publicidade
20/07/2005
-
15h59
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
O empresário Marcos Valério e seu advogado, Marcelo Leonardo, entraram em contato na última sexta-feira com o presidente da CPI mista dos Correios, Delcidio Amaral, para propor um acordo. Valério quer impedir o depoimento de sua mulher, Renilda Fernandes de Souza, e da funcionária de uma de suas empresas Simone Vasconcelos. Em troca, ele assumiria o compromisso de ajudar nas investigações.
Por enquanto, Delcidio preferiu não fechar acordo. Nesta quinta-feira, ele deve se reunir com alguns integrantes da comissão para debater essa possibilidade.
Um acordo semelhante foi proposto na quinta-feira passada ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. O acerto, no entanto, não foi bem sucedido.
A CPI já aprovou o requerimento para a convocação e a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico das duas. A sessão para ouvi-las ainda não foi agendada, mas o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) defende, por exemplo, que Renilda seja ouvida antes do segundo depoimento de Valério à CPI.
Ontem, a documentação repassada à comissão parlamentar de inquérito mostra que Simone é responsável pelo maior volume de saques feitos das contas do empresário. De acordo com integrantes da CPI, a secretária teria sacado valores próximos a R$ 9 milhões.
Em seu depoimento à comissão, Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério, apontou Simone Vasconcelos como uma das responsáveis por receber e separar o dinheiro levado às empresas de publicidade por motoboys em dias prévios às viagens feitas pelo empresário.
O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) defende que o presidente da CPI comunique os integrantes da comissão e se houver a possibilidade de uma acordo com Valério que seja comunicado ao procurador-geral da República.
Apesar considerar prematura a possibilidade de um acerto, Fruet disse que é preciso analisar a importância de ouvir as duas na CPI. "Você não derruba nenhuma facção criminosa se não houver a delação de um dos membros."
O deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) argumentou que a comissão não tem poder legal para fazer um acordo como este --a delação premiada. "Estamos chegando a um ponto em que a delação premiada está se fazendo necessária. Mesmo o depoimento de Marcos Valério à Polícia Federal mostra que ainda há muitas contradições."
Leia mais
Entenda o "mensalão"
Delúbio confirma encontro no dia 11 e diz que Valério é de confiança
Especial
Leia a cobertura completa sobre a CPI dos Correios
Leia a cobertura completa sobre o "mensalão"
Valério propõe colaborar com CPI se mulher e funcionária não forem convocadas
Publicidade
da Folha Online, em Brasília
O empresário Marcos Valério e seu advogado, Marcelo Leonardo, entraram em contato na última sexta-feira com o presidente da CPI mista dos Correios, Delcidio Amaral, para propor um acordo. Valério quer impedir o depoimento de sua mulher, Renilda Fernandes de Souza, e da funcionária de uma de suas empresas Simone Vasconcelos. Em troca, ele assumiria o compromisso de ajudar nas investigações.
Por enquanto, Delcidio preferiu não fechar acordo. Nesta quinta-feira, ele deve se reunir com alguns integrantes da comissão para debater essa possibilidade.
Um acordo semelhante foi proposto na quinta-feira passada ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. O acerto, no entanto, não foi bem sucedido.
A CPI já aprovou o requerimento para a convocação e a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico das duas. A sessão para ouvi-las ainda não foi agendada, mas o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) defende, por exemplo, que Renilda seja ouvida antes do segundo depoimento de Valério à CPI.
Ontem, a documentação repassada à comissão parlamentar de inquérito mostra que Simone é responsável pelo maior volume de saques feitos das contas do empresário. De acordo com integrantes da CPI, a secretária teria sacado valores próximos a R$ 9 milhões.
Em seu depoimento à comissão, Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério, apontou Simone Vasconcelos como uma das responsáveis por receber e separar o dinheiro levado às empresas de publicidade por motoboys em dias prévios às viagens feitas pelo empresário.
O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) defende que o presidente da CPI comunique os integrantes da comissão e se houver a possibilidade de uma acordo com Valério que seja comunicado ao procurador-geral da República.
Apesar considerar prematura a possibilidade de um acerto, Fruet disse que é preciso analisar a importância de ouvir as duas na CPI. "Você não derruba nenhuma facção criminosa se não houver a delação de um dos membros."
O deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) argumentou que a comissão não tem poder legal para fazer um acordo como este --a delação premiada. "Estamos chegando a um ponto em que a delação premiada está se fazendo necessária. Mesmo o depoimento de Marcos Valério à Polícia Federal mostra que ainda há muitas contradições."
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice