Publicidade
Publicidade
22/07/2005
-
20h09
JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio de Janeiro
A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Estado do Rio de Janeiro foi marcada pelo enaltecimento às conquistas do governo e pela tentativa de dissociar a imagem do governo da crise política que tomou conta do país.
Em discursos na inauguração do Complexo Tecnológico de Medicamentos da Fiocruz e na cerimônia de posse do novo presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, o teor das declarações foi basicamente o mesmo: na avaliação do presidente, o país está iniciando uma rota de crescimento sustentável e as denúncias devem ser apuradas sem abalar a administração pública.
"O debate no Congresso Nacional é a coisa mais legítima do fortalecimento da democracia brasileira, mas eu tenho dito que o nosso lema é deixar os debates acontecerem, e o papel do governo, meus caros ministros, é trabalhar, trabalhar e trabalhar, porque o que o povo quer mesmo é resultado, o que ele quer mesmo é saber se, no 'frigir dos ovos' a sua vida vai estar melhor do que quando nós entramos no governo", disse.
O tom do discurso, no entanto, ganhou nuances específicas de acordo com a platéia. Para os funcionários da Fiocruz presentes à inauguração da fábrica de medicamentos, Lula destacou as conquistas na área da saúde, do saneamento básico e da geração de empregos. O presidente anunciou medidas de benefício ao sistema de saúde do Rio, como a renovação de contratos de mata-mosquitos, a prorrogação de temporários do SUS, o envio ao Congresso ainda este ano de projeto de reestruturação do plano de carreira dos funcionários da Fiocruz e contratação de 3 mil novos funcionários.
Não faltaram críticas à gestão anterior. Segundo o presidente, ao se despedir o ex-ministro das Cidades, Olívio Dutra, teria afirmado estar tranqüilo por ter investido 14 vezes mais em saneamento básico do que o aplicado de 1999 a 2002. "E vocês sanitaristas sabem que investimento em saneamento básico é condição sine qua non para que a gente possa ter uma boa política de saúde pública no país", disse.
O crescimento da criação de vagas formais também foi lembrado. Lula destacou que a média mensal de novos postos de trabalho com carteira assinada no governo anterior não ultrapassou oito mil, enquanto na nova administração a média subiu para 104 mil, o que significa a geração de 3,135 milhões de vagas desde assumiu a presidência.
Lula alfinetou também os planos econômicos desenvolvidos por seus antecessores. "Quando falamos que é preciso ter um crescimento, mesmo que menor, mas duradouro, é porque nós já vivemos no Brasil exemplos extraordinários de dias em que o povo acordava com a promessa mirabolante de um governo e, três meses depois, o povo ficava com a dívida e o governo criava um outro programa, um outro plano", disse.
Durante a cerimônia de posse de Gabrielli, Lula enfatizou as conquistas do governo na área econômica, como o aumento das exportações, mesmo com uma taxa de câmbio considerada menos favorável aos exportadores, o rigor da política fiscal e o aumento do crédito.
"Tem gente que só que que o câmbio flutue de acordo com seus interesses. Em nenhum momento nós vacilamos, implantei uma política econômica que tinha como base uma política fiscal séria", disse.
Segundo o presidente, o crédito consignado em folha de pagamento e o empréstimo para aposentados vão gerar R$ 37 bilhões em circulação no mercado.
As críticas desta vez foram voltadas aos pessimistas que "vêem desgraça onde não há" e às elites brasileiras. "Sou filho de pai e mãe analfabetos. O único legado que eles deixaram, não apenas para mim, mas para a família, é que andar de cabeça erguida é a coisa mais importante que pode acontecer com um homem e uma mulher. Conquistei o direito de andar de cabeça erguida nesse país e não vai ser a elite brasileira que vai fazer eu baixar minha cabeça", afirmou.
Leia mais
Presidente Lula diz que elite brasileira não vai baixar sua cabeça
Lula diz que não há brasileiro capaz de lhe dar lições de ética
Lula diz que povo não pode ser vítima da "pequenez" do debate político
CPI exibe cheque de Valério para Mentor, deputado do PT
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o governo Lula
Lula tenta dissociar imagem do governo da crise política
Publicidade
da Folha Online, no Rio de Janeiro
A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Estado do Rio de Janeiro foi marcada pelo enaltecimento às conquistas do governo e pela tentativa de dissociar a imagem do governo da crise política que tomou conta do país.
Em discursos na inauguração do Complexo Tecnológico de Medicamentos da Fiocruz e na cerimônia de posse do novo presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, o teor das declarações foi basicamente o mesmo: na avaliação do presidente, o país está iniciando uma rota de crescimento sustentável e as denúncias devem ser apuradas sem abalar a administração pública.
"O debate no Congresso Nacional é a coisa mais legítima do fortalecimento da democracia brasileira, mas eu tenho dito que o nosso lema é deixar os debates acontecerem, e o papel do governo, meus caros ministros, é trabalhar, trabalhar e trabalhar, porque o que o povo quer mesmo é resultado, o que ele quer mesmo é saber se, no 'frigir dos ovos' a sua vida vai estar melhor do que quando nós entramos no governo", disse.
O tom do discurso, no entanto, ganhou nuances específicas de acordo com a platéia. Para os funcionários da Fiocruz presentes à inauguração da fábrica de medicamentos, Lula destacou as conquistas na área da saúde, do saneamento básico e da geração de empregos. O presidente anunciou medidas de benefício ao sistema de saúde do Rio, como a renovação de contratos de mata-mosquitos, a prorrogação de temporários do SUS, o envio ao Congresso ainda este ano de projeto de reestruturação do plano de carreira dos funcionários da Fiocruz e contratação de 3 mil novos funcionários.
Não faltaram críticas à gestão anterior. Segundo o presidente, ao se despedir o ex-ministro das Cidades, Olívio Dutra, teria afirmado estar tranqüilo por ter investido 14 vezes mais em saneamento básico do que o aplicado de 1999 a 2002. "E vocês sanitaristas sabem que investimento em saneamento básico é condição sine qua non para que a gente possa ter uma boa política de saúde pública no país", disse.
O crescimento da criação de vagas formais também foi lembrado. Lula destacou que a média mensal de novos postos de trabalho com carteira assinada no governo anterior não ultrapassou oito mil, enquanto na nova administração a média subiu para 104 mil, o que significa a geração de 3,135 milhões de vagas desde assumiu a presidência.
Lula alfinetou também os planos econômicos desenvolvidos por seus antecessores. "Quando falamos que é preciso ter um crescimento, mesmo que menor, mas duradouro, é porque nós já vivemos no Brasil exemplos extraordinários de dias em que o povo acordava com a promessa mirabolante de um governo e, três meses depois, o povo ficava com a dívida e o governo criava um outro programa, um outro plano", disse.
Durante a cerimônia de posse de Gabrielli, Lula enfatizou as conquistas do governo na área econômica, como o aumento das exportações, mesmo com uma taxa de câmbio considerada menos favorável aos exportadores, o rigor da política fiscal e o aumento do crédito.
"Tem gente que só que que o câmbio flutue de acordo com seus interesses. Em nenhum momento nós vacilamos, implantei uma política econômica que tinha como base uma política fiscal séria", disse.
Segundo o presidente, o crédito consignado em folha de pagamento e o empréstimo para aposentados vão gerar R$ 37 bilhões em circulação no mercado.
As críticas desta vez foram voltadas aos pessimistas que "vêem desgraça onde não há" e às elites brasileiras. "Sou filho de pai e mãe analfabetos. O único legado que eles deixaram, não apenas para mim, mas para a família, é que andar de cabeça erguida é a coisa mais importante que pode acontecer com um homem e uma mulher. Conquistei o direito de andar de cabeça erguida nesse país e não vai ser a elite brasileira que vai fazer eu baixar minha cabeça", afirmou.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice