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28/07/2005
-
13h52
FABIANA FUTEMA
da Folha Online
O resultado das próximas eleições internas do PT --previstas para setembro-- pode provocar uma debandada dos representantes das correntes de esquerda. Integrantes dessas correntes já se preparam para abandonar o partido. Essa debandada pode contar com o apoio da prefeita petista de Fortaleza, Luizianne Lins, que se elegeu no ano passado sem o apoio do PT --à época, o PT deu apoio ao candidato do PCdoB, Inácio Arruda.
O deputado federal João Alfredo (PT-CE), que integra o bloco de Luizianne, é um dos que já admitem a possibilidade de deixar o partido. Segundo ele, a permanência ou não desses integrantes de esquerda no partido dependerá do resultado das próximas eleições internas do PT, previstas para setembro.
"A eleição é nossa batalha derradeira. Entendemos que o partido precisa retomar seu projeto original, tanto na política como na economia. Fica difícil permanecer no PT e apoiar a reeleição de Lula se não houver uma guinada à esquerda", afirmou.
João Alfredo disse que a idéia de abandonar o partido já existia mesmo antes da atual crise política. Esse sentimento, segundo ele, foi disparado pelas alianças do governo com "partidos fisiológicos" e com a "continuidade da política econômica de FHC".
"A crise política só agravou esse sentimento. Queríamos uma guinada à esquerda. Mas ocorreu o contrário: o governo deu uma guinada à direita, ampliando a participação do PMDB e PP no primeiro escalão. E reafirmou a política de juros altos."
Segundo ele, foi em cima dessas combinações que vários parlamentares começaram a cogitar a saída do PT. Ele disse ainda que foram suas declarações admitindo a possível debandada do PT que colocaram Luizianne no foco das atenções.
"Ela [Luizianne] disse que nesse momento de crise, o próprio registro do partido estava em perigo. E que o PT poderia perder o símbolo da transformação social. Foi só isso que ela disse."
Procurada pela reportagem, a prefeita de Fortaleza não foi encontrada para comentar a sua possível saída do PT.
Nova legenda
A Folha Online apurou que não existe consenso ainda entre os deputados de esquerda do PT sobre a legenda que eles pretendem integrar. Alguns defendem a adesão ao PSOL, de Heloisa Helena. Outros defendem a criação de uma nova legenda de esquerda. Haveria ainda parlamentares dispostos a aderir ao PV e PSB.
No meio deles, também há quem defenda a permanência do grupo no PT. Nesse caso, o grupo faria parte de uma dissidência, que sempre disputaria as decisões estratégicas com o Campo Majoritário --corrente que controla 60% do partido.
Segundo eles, a opção por essa última hipótese faria do PT um partido com ainda mais divisões do que as existentes hoje --seria um partido dividido como o PMDB.
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da Folha Online
O resultado das próximas eleições internas do PT --previstas para setembro-- pode provocar uma debandada dos representantes das correntes de esquerda. Integrantes dessas correntes já se preparam para abandonar o partido. Essa debandada pode contar com o apoio da prefeita petista de Fortaleza, Luizianne Lins, que se elegeu no ano passado sem o apoio do PT --à época, o PT deu apoio ao candidato do PCdoB, Inácio Arruda.
O deputado federal João Alfredo (PT-CE), que integra o bloco de Luizianne, é um dos que já admitem a possibilidade de deixar o partido. Segundo ele, a permanência ou não desses integrantes de esquerda no partido dependerá do resultado das próximas eleições internas do PT, previstas para setembro.
"A eleição é nossa batalha derradeira. Entendemos que o partido precisa retomar seu projeto original, tanto na política como na economia. Fica difícil permanecer no PT e apoiar a reeleição de Lula se não houver uma guinada à esquerda", afirmou.
João Alfredo disse que a idéia de abandonar o partido já existia mesmo antes da atual crise política. Esse sentimento, segundo ele, foi disparado pelas alianças do governo com "partidos fisiológicos" e com a "continuidade da política econômica de FHC".
"A crise política só agravou esse sentimento. Queríamos uma guinada à esquerda. Mas ocorreu o contrário: o governo deu uma guinada à direita, ampliando a participação do PMDB e PP no primeiro escalão. E reafirmou a política de juros altos."
Segundo ele, foi em cima dessas combinações que vários parlamentares começaram a cogitar a saída do PT. Ele disse ainda que foram suas declarações admitindo a possível debandada do PT que colocaram Luizianne no foco das atenções.
"Ela [Luizianne] disse que nesse momento de crise, o próprio registro do partido estava em perigo. E que o PT poderia perder o símbolo da transformação social. Foi só isso que ela disse."
Procurada pela reportagem, a prefeita de Fortaleza não foi encontrada para comentar a sua possível saída do PT.
Nova legenda
A Folha Online apurou que não existe consenso ainda entre os deputados de esquerda do PT sobre a legenda que eles pretendem integrar. Alguns defendem a adesão ao PSOL, de Heloisa Helena. Outros defendem a criação de uma nova legenda de esquerda. Haveria ainda parlamentares dispostos a aderir ao PV e PSB.
No meio deles, também há quem defenda a permanência do grupo no PT. Nesse caso, o grupo faria parte de uma dissidência, que sempre disputaria as decisões estratégicas com o Campo Majoritário --corrente que controla 60% do partido.
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