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02/08/2005 - 11h47

Presidente do PSDB admite caixa dois e culpa assessor pelo esquema

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FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

O presidente do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG), admitiu nesta terça-feira que sua campanha à reeleição do governo do Estado em 1998 teve caixa dois, mas jogou a responsabilidade para o coordenador administrativo-financeiro de sua campanha em 1998, Cláudio Mourão da Silveira.

Azeredo aproveitou a sessão de votação de requerimento de hoje da CPI dos Correios para prestar um depoimento espontâneo.

Folha Imagem
O presidente do PSDB, Eduardo Azeredo
O presidente do PSDB, Eduardo Azeredo
De acordo com uma carta escrita a mão por Silveira e enviada a Azeredo, o ex-coordenador de sua campanha admitiria ter pedido à SMPB, empresa de Marcos Valério, apoio "a vários candidatos a deputado". "Como gerenciador das finanças da campanha tomei a decisão de apoiar candidatos a deputado, no entendimento de que esta ação pudesse fortalecer a campanha majoritária", disse Mourão em carta datada de 29 de julho de 2005.

Azeredo, diante disso, diz ser inocente das acusações feitas contra ele de que sua campanha teria usado os mesmos dispositivos já admitidos pelos ex-dirigentes do PT, em que empresas de Valério faziam empréstimos e repassavam os recursos a diretórios petistas para o pagamento de dívidas de campanha.

"Conforme deixa clara a correspondência, a responsabilidade por esses aportes foi da coordenação da campanha. Permaneço, pois, com a consciência tranqüila de que me pautei pela lei e pela ética, ao prestar contas da campanha com os fatos e documentos que conhecia", afirmou o senador. "O presidente Lula também tem deixado entender que não sabia de todos os fatos que o cercam e que se relacionam com as denúncias agora trazidas à luz", acrescentou.

A existência de caixa dois foi a razão alegada ontem para que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, renunciasse ao mandato de deputado. Em seu discurso, Costa Neto confirmou a existência de caixa dois, mas negou que houvesse o pagamento de "mensalão".

Desvio de foco

Azeredo atribuiu as acusações contra ele à suposta tentativa do governo de desviar o foco das investigações da CPI dos Correios. "Ninguém precisa fazer esforço de inteligência para logo perceber que se tenta na verdade desviar o foco da investigação das graves denúncias que envolvem setores do governo federal e de seus partidos aliados", afirmou. "Buscam deliberadamente amplificar e confundir fatos eleitorais com o descalabro das denúncias que aí estão", continuou.

Azeredo afirmou que "eventuais irregularidades no processo eleitoral" não podem ser confundidos com "outra coisa, mais grave e hedionda" que seria o pagamento de mesada a parlamentares para votarem em favor do governo.

Ainda no seu discurso à CPI, o senador negou ainda que avalizou um empréstimo de R$ 9 milhões, feito pela DNA, outra empresa de Valério, para transferência a deputados durante a campanha de 1998.

Pelas informações levadas à comissão parlamentar, os garantidores do empréstimo seriam três sócios da DNA, inclusive Marcos Valério.De acordo com Azeredo, a conta da empresa com o governo Azeredo foi dada como garantia durante a negociação do empréstimo realizado em 30 de junho de 1999, "quando eu não era mais o governador do Estado".

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