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04/08/2005 - 22h05

Pimentel defende seu ex-tesoureiro e cobra explicação do PT

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da Agência Folha, em Belo Horizonte
da enviada especial da Folha a Belo Horizonte

O prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), defendeu seu ex-tesoureiro de campanha em 2004, Rodrigo Barroso Fernandes, cujo nome aparece na listagem do Banco Rural como responsável por um saque de R$ 274 mil da conta da SMPB Comunicação, em que Marcos Valério de Souza é sócio.

"Eu pessoalmente não tenho nada a dizer sobre isso. Mas o Rodrigo negou ter recebido esses valores e vai se defender. Vamos esperar que as apurações sejam feitas e, no final, ele seja inocentado, como tenho certeza que será."

Pimentel disse que os valores atribuídos ao seu ex-assessor, que deixou há duas semanas a presidência da Fundação Municipal de Cultura para se defender da acusação, é diferente dos valores citados na lista entregue por Valério à Polícia Federal. Por essa lista, Rodrigo aparece como o indicado por Carlos Magno, tesoureiro do PT-MG, para sacar. O total recebido seria de R$ 774 mil.

"O diretório regional vai ter que explicar essa denúncia de que houve repasse de R$ 500 mil [a diferença entre os R$ 774 mil e os R$ 274 mil da lista do Rural]. O caso do Rodrigo é diferente, ele nega ter conhecimento desse saque. Contratou advogado e vai provar sua inocência."

PT

A presidente do PT de Minas Gerais, deputada federal Maria do Carmo Lara, disse que o partido continua buscando esclarecimentos sobre esses valores e que Carlos Magno, até o momento, só reconhece ter recebido R$ 90 mil, dinheiro enviado por Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT nacional, e usado para as despesas do diretório mineiro.

A deputada disse que o tesoureiro do partido está em São Paulo tentando esclarecer essa informação colocada por Valério na sua lista e que, somente após uma ampla apuração, será possível saber se existiram mais retiradas além dos R$ 90 mil. "Ele está fazendo levantando com a direção nacional. Ele não sabe o que aconteceu, não tem como assumir esse total", disse.

Renato Siqueira, secretário de Comunicação do PT-MG, disse que o partido não tem ainda informações se os R$ 90 mil assumidos por Magno estão na prestação de contas de 2004 do diretório regional. Essa informação o partido ainda busca.

Entre os R$ 774 mil listados por Valério, estariam os R$ 274.167,36 supostamente sacados pelo ex-tesoureiro de Pimentel e ex-secretário de Planejamento da Prefeitura de Belo Horizonte até 2004. Na lista de Valério, aparece um saque de R$ 274 mil (valor redondo) em 12 de agosto do ano passado, mesmo dia que consta o saque em nome de Rodrigo na lista do Rural.

Dirceu

O prefeito de Belo Horizonte não foi tão incisivo ao defender a inocência de José Dirceu, ex-ministro chefe da Casa Civil, acusado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de ser o "chefe" do esquema de repasse de dinheiro das empresas de Valério.

"Essa questão será respondida pelas investigações que estão em curso na Polícia Federal e nas instâncias das CPIs e no Ministério Público. Quem for culpado tem que ser punido", disse.

Pimentel defendeu ainda o presidente Lula, afirmando que ele "está preservado" e que o governo "não tem envolvimento". "Aliás, o Brasil está muito bem e saudável, numa prova pujante de democracia", afirmou.

Ligado ao Campo Majoritário do PT, Pimentel disse que a crise do partido é uma "crise de ressurreição" e que o partido renascerá mais "nacional" e forte, numa alusão à hegemonia paulista na última direção executiva do partido.

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