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09/08/2005 - 09h47

CPI dos Bingos deve ouvir três no caso Waldomiro Diniz

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ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília

A CPI dos Bingos deve ouvir nesta terça-feira, a partir das 10h, os depoimentos de Rogério Tadeu Buratti, ex-assessor de Waldomiro Diniz, Enrico Gianelli, ex-advogado da Gtech Brasil, e José Luiz do Amaral Quintans, auditor da Caixa e ex-gerente Nacional de Loterias. Quintans seria o responsável pelas negociações entre a CEF e a Gtech.

A Gtech é a empresa multinacional detentora da concessão para a exploração das loterias da Caixa Econômica Federal. A empresa teria sofrido cobrança de propina do ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz para que seu contrato com a CEF fosse renovado.

O STF (Supremo Tribunal Federal) negou pedido de habeas corpus feito por Buratti para depor como investigado. Ele vai ser interrogado como testemunha, ou seja, tem a obrigação de falar a verdade. Caso caia em contradição em algum momento do depoimento, pode ser preso.

A CPI dos Bingos foi criada para apurar o envolvimento do ex-assessor da Casa Civil com casas de bingos. As denúncias contra ele apontaram para uma tentativa de intermediação, junto à Caixa, para a renovação do contrato com a Gtech.

Na última semana, a CPI ouviu os depoimentos de Marcelo Rovai, atual gerente da Gtech e de seu ex-presidente Antônio Carlos da Rocha. Os dois confirmaram as acusações de que a empresa foi alvo de achaque por parte do ex-assessor da Casa Civil. A cobrança de propina teria sido feita por Rogério Tadeu Buratti.

Segundo o presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), a comissão quer saber de Buratti informações sobre a ligação dele com o então consultor da presidência da CEF Ralf Barquete dos Santos durante a renovação do contrato com a Gtech.

Este contrato está sob suspeita de corrupção. O seu valor é de R$ 650 milhões e foi assinado pela Gtech em abril de 2003. Buratti e Barquete (que morreu em junho de 2004) foram assessores do ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) na prefeitura de Ribeirão Preto (SP) e já tiveram seus sigilos fiscal, bancário e telefônico quebrados pela CPI de 2002 a 2005.

Palocci administrou a cidade entre 1993 e 1996 e entre 2001 e 2002, quando deixou o cargo para ser um dos coordenadores da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. A quebra de sigilos não atinge o período em que dos dois foram assessores de Palocci. No caso de Barquete, o que está sob investigação é o seu espólio.

Amanhã, a comissão ouve Marcelo Coelho Aguiar, que trabalhou até o mês passado na Secretaria de Comunicação do Governo e é sócio da MM Consultoria. A empresa teria recebido da Gtech cerca de R$ 2 milhões por supostos honorários advocatícios relativos à medida cautelar no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Na ação cautelar, a Gtech também estava representada pela Fischer&Foster Advogados e Sigmaringa Seixas Advogados.

Na quinta-feira ocorre o depoimento mais esperado da CPI dos Bingos. Pela primeira vez desde o seu afastamento do governo, o ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz vai prestar um depoimento público e explicar o seu envolvimento com a Gtech e a sua atuação como presidente da Loterj (Loteria Estadual do Rio de Janeiro).

Neste período, ainda como integrante do governo do Rio de Janeiro, Waldomiro Diniz foi flagrado em uma fita cobrando propina do empresário do ramo de jogos, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

O ex-assessor da Casa Civil entrou com pedido de habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) para evitar qualquer ordem de prisão durante seu depoimento à CPI.

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