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10/08/2005
-
09h57
FÁBIO ZANINI
da Folha de S.Paulo
Em reunião fechada com a bancada do PT na Câmara, o presidente do partido, Tarso Genro, foi à carga contra a direção anterior, ligada ao ex-ministro José Dirceu.
Mais uma vez, ele disse que o partido foi contemplativo em sua relação com o governo e cogitou a hipótese de desistência da candidatura à presidência do PT, apontando como ideal um nome que unifique 80% do partido. Na saída do encontro, que durou cerca de duas horas, Tarso disse que ele e Dirceu têm opiniões divergentes.
"Somos [ele e Dirceu] dois quadros políticos com tradição partidária, que têm opiniões idênticas em alguns temas, divergentes em muitos outros. Isso determinou inclusive que nós estivéssemos permanentemente no partido fazendo um debate e até liderando posições diferentes", afirmou Tarso, que disse também que sua relação pessoal com Dirceu permanece "normal e inalterada".
Ele admitiu as diferenças mesmo depois de ser procurado por Dirceu, que decidiu conversar com Tarso para esclarecer declarações do presidente do PT. Na segunda-feira, Tarso disse que preferiria que Dirceu não participasse das reuniões do partido.
O que acendeu a ira do atual presidente, nomeado pelo partido para um período transitório até a eleição, não foi apenas a atuação nos bastidores de Dirceu no último sábado, na reunião do Diretório Nacional.
O ex-ministro bloqueou a principal medida sugerida por Tarso, que seria negar legenda para as próximas eleições aos deputados que renunciarem. Dirceu também foi contra processo rápido de expulsão do ex-tesoureiro Delúbio Soares, seu aliado interno, argumentando que ele tem direito a defesa.
Ontem, Dirceu afirmou que "não tem problema com Tarso". "Apóio Tarso e farei tudo por sua eleição", disse.
No encontro com a bancada, Tarso, no entanto, não poupou críticas à direção anterior. Disse que as relações das instâncias partidárias com o governo eram "inexistentes". Em clima de campanha, prometeu mudanças. "As indicações do partido para o governo, que deveriam constar em ata, eram absolutamente informais. As questões não eram discutidas previamente. As relações da bancada com o partido e do partido com o governo precisam de formalidade", defendeu.
Dirceu chegou atrasado, depois do discurso de Tarso, e, quase no final da reunião, pediu a palavra e sentou à mesa.
O ex-ministro, em uma intervenção de oito minutos, procurou desinflar a crise. Afirmou que não teve interferência nenhuma com relação à punição de Delúbio, mas que é contra processo sumário. Ele também disse que negar legenda aos deputados é um ato inócuo, porque eles poderiam reverter a decisão na Justiça.
Dirceu negou ainda que esteja conspirando internamente. Em determinado momento, ele chegou a defender a candidatura de Tarso à presidência do PT com apoio do Campo Majoritário. Mas deu sua alfinetada: "Quanto à questão se tem ou não tem Campo Majoritário, quem vai decidir isso é o partido".
O presidente do PT, no entanto, deu ontem sinais ambíguos sobre a disposição para continuar candidato. Em determinados momentos, chegou a ficar a um passo de renunciar à candidatura, apesar de negar que vá fazê-lo.
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Mais uma vez, ele disse que o partido foi contemplativo em sua relação com o governo e cogitou a hipótese de desistência da candidatura à presidência do PT, apontando como ideal um nome que unifique 80% do partido. Na saída do encontro, que durou cerca de duas horas, Tarso disse que ele e Dirceu têm opiniões divergentes.
"Somos [ele e Dirceu] dois quadros políticos com tradição partidária, que têm opiniões idênticas em alguns temas, divergentes em muitos outros. Isso determinou inclusive que nós estivéssemos permanentemente no partido fazendo um debate e até liderando posições diferentes", afirmou Tarso, que disse também que sua relação pessoal com Dirceu permanece "normal e inalterada".
Ele admitiu as diferenças mesmo depois de ser procurado por Dirceu, que decidiu conversar com Tarso para esclarecer declarações do presidente do PT. Na segunda-feira, Tarso disse que preferiria que Dirceu não participasse das reuniões do partido.
O que acendeu a ira do atual presidente, nomeado pelo partido para um período transitório até a eleição, não foi apenas a atuação nos bastidores de Dirceu no último sábado, na reunião do Diretório Nacional.
O ex-ministro bloqueou a principal medida sugerida por Tarso, que seria negar legenda para as próximas eleições aos deputados que renunciarem. Dirceu também foi contra processo rápido de expulsão do ex-tesoureiro Delúbio Soares, seu aliado interno, argumentando que ele tem direito a defesa.
Ontem, Dirceu afirmou que "não tem problema com Tarso". "Apóio Tarso e farei tudo por sua eleição", disse.
No encontro com a bancada, Tarso, no entanto, não poupou críticas à direção anterior. Disse que as relações das instâncias partidárias com o governo eram "inexistentes". Em clima de campanha, prometeu mudanças. "As indicações do partido para o governo, que deveriam constar em ata, eram absolutamente informais. As questões não eram discutidas previamente. As relações da bancada com o partido e do partido com o governo precisam de formalidade", defendeu.
Dirceu chegou atrasado, depois do discurso de Tarso, e, quase no final da reunião, pediu a palavra e sentou à mesa.
O ex-ministro, em uma intervenção de oito minutos, procurou desinflar a crise. Afirmou que não teve interferência nenhuma com relação à punição de Delúbio, mas que é contra processo sumário. Ele também disse que negar legenda aos deputados é um ato inócuo, porque eles poderiam reverter a decisão na Justiça.
Dirceu negou ainda que esteja conspirando internamente. Em determinado momento, ele chegou a defender a candidatura de Tarso à presidência do PT com apoio do Campo Majoritário. Mas deu sua alfinetada: "Quanto à questão se tem ou não tem Campo Majoritário, quem vai decidir isso é o partido".
O presidente do PT, no entanto, deu ontem sinais ambíguos sobre a disposição para continuar candidato. Em determinados momentos, chegou a ficar a um passo de renunciar à candidatura, apesar de negar que vá fazê-lo.
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