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15/08/2005
-
15h17
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
Devido à sessão solene do Senado em homenagem ao deputado Miguel Arraes (PSB-PE), que morreu no último sábado, o discurso de despedida do senador Cristovam Buarque (DF) do PT será feito somente nesta terça-feira.
No início da manhã de hoje a assessoria do senador havia informado que o discurso só ocorreria amanhã. Por volta do meio-dia, a assessoria de Cristovam comunicou que ele havia decidido antecipar para hoje o seu desligamento do PT.
No início da tarde, como o Senado entrou em sessão solene em homenagem a Arraes, o pronunciamento do senador ficou novamente para amanhã.
Cristovam é o primeiro petista eleito para um cargo federal que deixa a legenda após as denúncias do suposto esquema de pagamento de mesada a parlamentares da base em troca de apoio político, o chamado "mensalão".
A expectativa é de que o senador fique um tempo sem partido, para depois se filiar ao PPS, presidido pelo deputado Roberto Freire (PE).
Cristovam, que foi governador do Distrito Federal pelo PT e Ministro da Educação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nunca teve um bom relacionamento com o ex-ministro da Casa Civil, deputado José Dirceu (PT-SP).
Seus atritos com o chamado núcleo duro do partido e a incapacidade deste de impedir Cristovam de fazer críticas ao governo levaram o presidente Lula a demiti-lo do cargo de ministro por telefone, enquanto ele estava de férias na Europa.
Apesar de fazer críticas ao governo, Cristovam não é integrante da ala esquerda do partido. Em Brasília, sofreu resistência justamente desta ala. Ex-reitor da Universidade de Brasília, Cristovam sempre teve uma postura mais independente dentro do PT.
A "gota d'água" para seu desligamento do partido foi o discurso do presidente Lula na última sexta-feira, quando pela primeira vez o presidente falou diretamente sobre a crise política.
Segundo Cristovam, o pronunciamento feito pelo presidente o deixou "frustrado, angustiado e bastante preocupado" com os rumos do país. De acordo com o senador, a fala de Lula não apresentou a "dimensão histórica" que o momento exige e não esclareceu suficientemente as denúncias de irregularidades que provocaram a atual crise política.
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da Folha Online, em Brasília
Devido à sessão solene do Senado em homenagem ao deputado Miguel Arraes (PSB-PE), que morreu no último sábado, o discurso de despedida do senador Cristovam Buarque (DF) do PT será feito somente nesta terça-feira.
No início da manhã de hoje a assessoria do senador havia informado que o discurso só ocorreria amanhã. Por volta do meio-dia, a assessoria de Cristovam comunicou que ele havia decidido antecipar para hoje o seu desligamento do PT.
Sérgio Lima/Folha Imagem |
O senador Cristovam Buarque vai deixar o PT |
Cristovam é o primeiro petista eleito para um cargo federal que deixa a legenda após as denúncias do suposto esquema de pagamento de mesada a parlamentares da base em troca de apoio político, o chamado "mensalão".
A expectativa é de que o senador fique um tempo sem partido, para depois se filiar ao PPS, presidido pelo deputado Roberto Freire (PE).
Cristovam, que foi governador do Distrito Federal pelo PT e Ministro da Educação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nunca teve um bom relacionamento com o ex-ministro da Casa Civil, deputado José Dirceu (PT-SP).
Seus atritos com o chamado núcleo duro do partido e a incapacidade deste de impedir Cristovam de fazer críticas ao governo levaram o presidente Lula a demiti-lo do cargo de ministro por telefone, enquanto ele estava de férias na Europa.
Apesar de fazer críticas ao governo, Cristovam não é integrante da ala esquerda do partido. Em Brasília, sofreu resistência justamente desta ala. Ex-reitor da Universidade de Brasília, Cristovam sempre teve uma postura mais independente dentro do PT.
A "gota d'água" para seu desligamento do partido foi o discurso do presidente Lula na última sexta-feira, quando pela primeira vez o presidente falou diretamente sobre a crise política.
Segundo Cristovam, o pronunciamento feito pelo presidente o deixou "frustrado, angustiado e bastante preocupado" com os rumos do país. De acordo com o senador, a fala de Lula não apresentou a "dimensão histórica" que o momento exige e não esclareceu suficientemente as denúncias de irregularidades que provocaram a atual crise política.
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