Publicidade
Publicidade
16/08/2005
-
09h07
ANDRÉA MICHAEL
SILVANA DE FREITAS
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal o bloqueio da conta da offshore Dusseldorf Company Ltd., aberta pelo publicitário Duda Mendonça para receber R$ 10,5 milhões de caixa dois do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. A empresa tem sede nas Bahamas e conta bancária, segundo os investigadores, nos Estados Unidos.
O bloqueio da conta faz parte de um conjunto de providências sugeridas na última quinta-feira pela PF ao ministro do STF Joaquim Barbosa, relator do inquérito que apura o "mensalão" --suposto pagamento de mesada a parlamentares da base aliada ao governo em troca de apoio-- e a prática de formação de caixa dois.
Como as providências têm alcance internacional, o trâmite deve se dar com a intermediação do Ministério da Justiça, por meio do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional.
A PF também sugeriu ao ministro Joaquim Barbosa a quebra do sigilo de oito contas de empresas que alimentaram a Dusseldorf.
São elas: Deal Financial Corporation, Trade Link Bank, Rural International Bank, Radial Enterprise, Kanton Business, Banco Rural Europa, SM Import e SM Comex.
Os pedidos de bloqueio da conta e quebra dos sigilos serão encaminhados ao procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, que dará parecer favorável ou não. Em caso positivo, cabe ao ministro Joaquim Barbosa, do Supremo, decidir se acata ou não o pedido da Polícia Federal.
Orientação
Em depoimento à CPI dos Correios na semana passada, Duda afirmou ter aberto a Dusseldorf, nas Bahamas, seguindo orientação que o empresário Marcos Valério havia dado à sua sócia.
A conta bancária da offshore seria supostamente o meio proposto pelo empresário mineiro para que Duda recebesse o pagamento de pendências referentes a campanhas petistas que fez em 2002.
Marcos Valério, por sua vez, afirma que foi Duda quem o instruiu a mandar dinheiro para contas no exterior.
Usando uma rede de movimentação financeira que Valério já conheceria no exterior, segundo Duda e Zilmar disseram à CPI, foram depositados na conta da Dusseldorf R$ 10,5 milhões como amortização de uma dívida total de R$ 15,5 milhões.
Principalmente pela movimentação financeira do publicitário e de sua sócia no exterior, a PF suspeita não ter sido a primeira vez que Duda, marqueteiro experiente na política, recebeu dinheiro de caixa dois por serviços prestados em campanhas.
No domingo, a Folha revelou que Duda e Zilmar movimentaram, entre 1997 e 2000, pelo menos US$ 1,5 milhão nos EUA, em regra usando como origem ou destino do dinheiro suas contas no BankBoston e a intermediação de uma conta bancária pertencente à offshore Agata, no MTB Bank, instituição financeira nos Estados Unidos.
A Agata tem sede nas Ilhas Virgens Britânicas e é controlada por doleiros brasileiros que estão sob investigação da Polícia Federal.
Investigação
Os procuradores da República e os delegados da Polícia Federal que atuam na investigação do chamado mensalão reuniram-se ontem à tarde para discutir os próximos passos do inquérito criminal que tramita no STF.
Concluída a primeira etapa da apuração, o procurador-geral da República deverá sugerir ao STF nos próximos dias que autorize a realização das novas operações solicitadas pela PF e conceda a renovação do prazo da investigação por mais 30 dias.
A lista de pedidos da PF inclui, ainda, a autorização do STF para formação de um banco de dados comum entre a CPI dos Correios e a Polícia Federal.
Seria uma forma de otimizar as informações já disponíveis, evitando novos pedidos de quebra de sigilo e, ao mesmo tempo, permitindo o acesso mais rápido aos dados --já que a CPI tem autonomia para propor e ela mesma autorizar o acesso a dados sigilosos, sem ter de passar pelo Judiciário.
Entre os depoimentos previstos nesta nova fase da investigação está o de Jeany Mary Corner, suposta agenciadora de garotas de programa. Desde a semana passada, a PF tenta encontrá-la em Brasília, sem sucesso.
Segundo depoimento dado a PF pelo empresário Ricardo Penna Machado, ex-sócio de Marcos Valério, Jeany agenciou a participação de seis garotas de programas em uma festa promovida pelo empresário mineiro em setembro de 2003, na suíte presidencial do hotel Gran Bittar, em Brasília.
Especial
Leia a cobertura completa sobre a CPI dos Correios
Leia a cobertura completa sobre o caso do "mensalão"
PF pede ao STF bloqueio de conta de Duda no exterior
Publicidade
SILVANA DE FREITAS
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal o bloqueio da conta da offshore Dusseldorf Company Ltd., aberta pelo publicitário Duda Mendonça para receber R$ 10,5 milhões de caixa dois do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. A empresa tem sede nas Bahamas e conta bancária, segundo os investigadores, nos Estados Unidos.
O bloqueio da conta faz parte de um conjunto de providências sugeridas na última quinta-feira pela PF ao ministro do STF Joaquim Barbosa, relator do inquérito que apura o "mensalão" --suposto pagamento de mesada a parlamentares da base aliada ao governo em troca de apoio-- e a prática de formação de caixa dois.
Como as providências têm alcance internacional, o trâmite deve se dar com a intermediação do Ministério da Justiça, por meio do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional.
A PF também sugeriu ao ministro Joaquim Barbosa a quebra do sigilo de oito contas de empresas que alimentaram a Dusseldorf.
São elas: Deal Financial Corporation, Trade Link Bank, Rural International Bank, Radial Enterprise, Kanton Business, Banco Rural Europa, SM Import e SM Comex.
Os pedidos de bloqueio da conta e quebra dos sigilos serão encaminhados ao procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, que dará parecer favorável ou não. Em caso positivo, cabe ao ministro Joaquim Barbosa, do Supremo, decidir se acata ou não o pedido da Polícia Federal.
Orientação
Em depoimento à CPI dos Correios na semana passada, Duda afirmou ter aberto a Dusseldorf, nas Bahamas, seguindo orientação que o empresário Marcos Valério havia dado à sua sócia.
A conta bancária da offshore seria supostamente o meio proposto pelo empresário mineiro para que Duda recebesse o pagamento de pendências referentes a campanhas petistas que fez em 2002.
Marcos Valério, por sua vez, afirma que foi Duda quem o instruiu a mandar dinheiro para contas no exterior.
Usando uma rede de movimentação financeira que Valério já conheceria no exterior, segundo Duda e Zilmar disseram à CPI, foram depositados na conta da Dusseldorf R$ 10,5 milhões como amortização de uma dívida total de R$ 15,5 milhões.
Principalmente pela movimentação financeira do publicitário e de sua sócia no exterior, a PF suspeita não ter sido a primeira vez que Duda, marqueteiro experiente na política, recebeu dinheiro de caixa dois por serviços prestados em campanhas.
No domingo, a Folha revelou que Duda e Zilmar movimentaram, entre 1997 e 2000, pelo menos US$ 1,5 milhão nos EUA, em regra usando como origem ou destino do dinheiro suas contas no BankBoston e a intermediação de uma conta bancária pertencente à offshore Agata, no MTB Bank, instituição financeira nos Estados Unidos.
A Agata tem sede nas Ilhas Virgens Britânicas e é controlada por doleiros brasileiros que estão sob investigação da Polícia Federal.
Investigação
Os procuradores da República e os delegados da Polícia Federal que atuam na investigação do chamado mensalão reuniram-se ontem à tarde para discutir os próximos passos do inquérito criminal que tramita no STF.
Concluída a primeira etapa da apuração, o procurador-geral da República deverá sugerir ao STF nos próximos dias que autorize a realização das novas operações solicitadas pela PF e conceda a renovação do prazo da investigação por mais 30 dias.
A lista de pedidos da PF inclui, ainda, a autorização do STF para formação de um banco de dados comum entre a CPI dos Correios e a Polícia Federal.
Seria uma forma de otimizar as informações já disponíveis, evitando novos pedidos de quebra de sigilo e, ao mesmo tempo, permitindo o acesso mais rápido aos dados --já que a CPI tem autonomia para propor e ela mesma autorizar o acesso a dados sigilosos, sem ter de passar pelo Judiciário.
Entre os depoimentos previstos nesta nova fase da investigação está o de Jeany Mary Corner, suposta agenciadora de garotas de programa. Desde a semana passada, a PF tenta encontrá-la em Brasília, sem sucesso.
Segundo depoimento dado a PF pelo empresário Ricardo Penna Machado, ex-sócio de Marcos Valério, Jeany agenciou a participação de seis garotas de programas em uma festa promovida pelo empresário mineiro em setembro de 2003, na suíte presidencial do hotel Gran Bittar, em Brasília.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice