Publicidade
Publicidade
17/08/2005
-
09h25
EDUARDO SCOLESE
LUCIANA CONSTANTINO
da Folha de S.Paulo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem a representantes de movimentos sociais, estudantes e sindicalistas que a possibilidade de impeachment está distante do Planalto. Disse que a atual turbulência política vai se manter por um "bom tempo" e que não ficará "isolado" e "choramingando" diante da crise.
"Está longe de alguém chegar aqui e encontrar corrupção e conseguir o impeachment", declarou, segundo relato de participantes. E prosseguiu no tema, ao elogiar a manifestação de ontem na Esplanada dos Ministérios: "Acho coerente vocês [movimentos e entidades] defenderem o estado de direito e a democracia".
Aos manifestantes, que ontem nas ruas de Brasília atacaram as "elites" que defendem o impeachment, o presidente disse que "os setores que querem derrubar o governo" poderiam ter atuado antes, caso não existissem tais movimentos e entidades.
"Esse processo [de ataques ao governo] poderia ter ocorrido muito antes. Só não ocorreu porque fui eleito com uma base social muito forte e bem organizada", disse, segundo relatos.
Desde a semana passada, principalmente após o depoimento do publicitário Duda Mendonça e o agravamento da crise, a possibilidade de impeachment passou a ser debatida abertamente. Anteontem, porém, a oposição avaliou que tal investida ainda não tem sustentação na sociedade.
No encontro de ontem, ocorrido a pedido da Presidência, Lula iniciou sua fala após ouvir uma longa pauta de reivindicações dos movimentos, entre sem-teto, sem-terra, estudantes e sindicalistas. Lembrou de casos de presidentes que, segundo ele, também foram "massacrados" durante seus mandatos. Citou Getúlio Vargas (1930-1945 e 1951-1954), Juscelino Kubitschek (1956-1961) e João Goulart (1961-1964).
A seguir, disse que a população deve ficar com a "alma machucada" ao ler o noticiário que trata da atual crise política. "A proporção de ataques tem se intensificado de tal forma que o que me anima é a manutenção de minha popularidade. Ela [popularidade] não se equivale ao tamanho da porrada."
PT deve desculpas
Assim como fizera em pronunciamento na última sexta-feira, Lula tratou da "necessidade de o PT" pedir desculpas à sociedade. Sobre o partido, Lula citou o exemplo de uma criança que suja a fralda e tem vergonha de mostrar aos pais. "O certo seria falar a verdade e se limpar depois."
Ao tratar da política econômica, um dos alvos da manifestação de ontem dos movimentos sociais, Lula disse haver divergências dentro do governo sobre os caminhos a adotar, mas não colocou a sua posição. Se limitou a dizer que considera "muito alta" a taxa básica de juros, de 19,75% ao ano.
José Alencar
O vice-presidente José Alencar (PL-MG) saiu ontem em defesa própria e na do presidente, afirmando que será "muito difícil" envolvê-los em denúncias de irregularidades.
Em entrevista após solenidade com militares no Planalto, Alencar confirmou "acordo político" do PT com o PL nas eleições de 2002 para pagamento de campanha de deputados nos Estados, mas disse que os recursos não foram repassados.
Leia mais
Reeleição de Lula ficou difícil, diz dom Cláudio
Para Garotinho, PT e PSDB são iguais até na corrupção
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a crise no governo Lula
Leia a cobertura completa sobre a CPI dos Correios
Leia a cobertura completa sobre o caso do "mensalão"
Impeachment está longe do Planalto, afirma Lula
Publicidade
LUCIANA CONSTANTINO
da Folha de S.Paulo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem a representantes de movimentos sociais, estudantes e sindicalistas que a possibilidade de impeachment está distante do Planalto. Disse que a atual turbulência política vai se manter por um "bom tempo" e que não ficará "isolado" e "choramingando" diante da crise.
"Está longe de alguém chegar aqui e encontrar corrupção e conseguir o impeachment", declarou, segundo relato de participantes. E prosseguiu no tema, ao elogiar a manifestação de ontem na Esplanada dos Ministérios: "Acho coerente vocês [movimentos e entidades] defenderem o estado de direito e a democracia".
Aos manifestantes, que ontem nas ruas de Brasília atacaram as "elites" que defendem o impeachment, o presidente disse que "os setores que querem derrubar o governo" poderiam ter atuado antes, caso não existissem tais movimentos e entidades.
"Esse processo [de ataques ao governo] poderia ter ocorrido muito antes. Só não ocorreu porque fui eleito com uma base social muito forte e bem organizada", disse, segundo relatos.
Desde a semana passada, principalmente após o depoimento do publicitário Duda Mendonça e o agravamento da crise, a possibilidade de impeachment passou a ser debatida abertamente. Anteontem, porém, a oposição avaliou que tal investida ainda não tem sustentação na sociedade.
No encontro de ontem, ocorrido a pedido da Presidência, Lula iniciou sua fala após ouvir uma longa pauta de reivindicações dos movimentos, entre sem-teto, sem-terra, estudantes e sindicalistas. Lembrou de casos de presidentes que, segundo ele, também foram "massacrados" durante seus mandatos. Citou Getúlio Vargas (1930-1945 e 1951-1954), Juscelino Kubitschek (1956-1961) e João Goulart (1961-1964).
A seguir, disse que a população deve ficar com a "alma machucada" ao ler o noticiário que trata da atual crise política. "A proporção de ataques tem se intensificado de tal forma que o que me anima é a manutenção de minha popularidade. Ela [popularidade] não se equivale ao tamanho da porrada."
PT deve desculpas
Assim como fizera em pronunciamento na última sexta-feira, Lula tratou da "necessidade de o PT" pedir desculpas à sociedade. Sobre o partido, Lula citou o exemplo de uma criança que suja a fralda e tem vergonha de mostrar aos pais. "O certo seria falar a verdade e se limpar depois."
Ao tratar da política econômica, um dos alvos da manifestação de ontem dos movimentos sociais, Lula disse haver divergências dentro do governo sobre os caminhos a adotar, mas não colocou a sua posição. Se limitou a dizer que considera "muito alta" a taxa básica de juros, de 19,75% ao ano.
José Alencar
O vice-presidente José Alencar (PL-MG) saiu ontem em defesa própria e na do presidente, afirmando que será "muito difícil" envolvê-los em denúncias de irregularidades.
Em entrevista após solenidade com militares no Planalto, Alencar confirmou "acordo político" do PT com o PL nas eleições de 2002 para pagamento de campanha de deputados nos Estados, mas disse que os recursos não foram repassados.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice