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18/08/2005
-
14h47
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
Os integrantes da CPI dos Correios aprovaram nesta quinta-feira a reconvocação do ex-chefe do Departamento de Administração e Contratação de Material da estatal Maurício Marinho. Os membros da comissão solicitaram também ao Ministério Público todos os depoimentos prestados até o momento por Marinho.
Em relato feito à CPI na semana passada, procuradores do Ministério Público disseram que Marinho fez revelações importantes sobre o caso de corrupção nos Correios, com a participação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ).
De acordo com matéria publicada hoje no jornal "O Globo", Marinho apontou o deputado petebista como coordenador do esquema de arrecadação de dinheiro nos Correios para a legenda. Fiscalizava as operações de desvio de recursos o genro de Jefferson, Marcus Vinícius Vasconcelos Ferreira.
Ele revelou também que o esquema tinha o aval do ex-diretor de Administração dos Correios Antônio Osório Batista e do ex-presidente da estatal João Henrique, apadrinhado pelo PMDB.
O relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), afirmou que o novo depoimento de Marinho deverá ser marcado para depois da análise da íntegra das declarações feitas pelo ex-funcionário dos Correios ao Ministério Público.
Briga política
Em sessão de três horas na CPI dos Correios predominaram as disputas políticas, críticas severas às investigações da CPI do Mensalão e a discussão sobre qual linha de investigação seguirá a comissão.
A oposição queria convocar o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, apontado no depoimento do doleiro Antônio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, como responsável por fazer remessas irregulares de recursos para o exterior.
Os oposicionistas queriam ainda convocar o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, e quebrar seus sigilos bancário, fiscal e telefônico para investigar a veracidade da versão apresentada por ele do pagamento de um empréstimo de R$ 29 mil feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva da conta do PT destinada a receber recursos do Fundo Partidário.
Outra tentativa dos oposicionistas foi marcar para a próxima semana o depoimento do chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência, Luiz Gushiken --já convocado--, e chamar para depor no plenário da comissão o doleiro Toninho da Barcelona.
CPI do Abafão
Os governistas operaram e barraram a estratégia dos oposicionistas. A votação desses requerimentos fica para outra sessão.
Da parte dos governistas, os integrantes da comissão conseguiram aprovar uma série de requerimentos com a finalidade de transferir para a CPI do Mensalão depoimentos de investigados, como de Daniel Dantas, que fez depósitos milionários nas contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, do ex-diretor de Engenharia de Furnas Dimas Toledo, do deputado petista José Mentor (SP), relator da extinta CPI mista do Banestado.
A transferência desses nomes para a CPI presidida pelo senador Amir Lando (PMDB-RO) foi criticada pela oposição. Os pefelistas disseram que a comissão do "mensalão" não investigará essas pessoas. "Mensalão é o buraco negro. O que for pra lá será esquecido", afirmou Ônyx Lorenzoni (RS). "Mandaram os nomes para a CPI do Abafão", completou Antonio Carlos Magalhães Neto (BA).
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CPI dos Correios aprova reconvocação de Maurício Marinho
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da Folha Online, em Brasília
Os integrantes da CPI dos Correios aprovaram nesta quinta-feira a reconvocação do ex-chefe do Departamento de Administração e Contratação de Material da estatal Maurício Marinho. Os membros da comissão solicitaram também ao Ministério Público todos os depoimentos prestados até o momento por Marinho.
Em relato feito à CPI na semana passada, procuradores do Ministério Público disseram que Marinho fez revelações importantes sobre o caso de corrupção nos Correios, com a participação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ).
De acordo com matéria publicada hoje no jornal "O Globo", Marinho apontou o deputado petebista como coordenador do esquema de arrecadação de dinheiro nos Correios para a legenda. Fiscalizava as operações de desvio de recursos o genro de Jefferson, Marcus Vinícius Vasconcelos Ferreira.
Ele revelou também que o esquema tinha o aval do ex-diretor de Administração dos Correios Antônio Osório Batista e do ex-presidente da estatal João Henrique, apadrinhado pelo PMDB.
O relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), afirmou que o novo depoimento de Marinho deverá ser marcado para depois da análise da íntegra das declarações feitas pelo ex-funcionário dos Correios ao Ministério Público.
Briga política
Em sessão de três horas na CPI dos Correios predominaram as disputas políticas, críticas severas às investigações da CPI do Mensalão e a discussão sobre qual linha de investigação seguirá a comissão.
A oposição queria convocar o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, apontado no depoimento do doleiro Antônio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, como responsável por fazer remessas irregulares de recursos para o exterior.
Os oposicionistas queriam ainda convocar o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, e quebrar seus sigilos bancário, fiscal e telefônico para investigar a veracidade da versão apresentada por ele do pagamento de um empréstimo de R$ 29 mil feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva da conta do PT destinada a receber recursos do Fundo Partidário.
Outra tentativa dos oposicionistas foi marcar para a próxima semana o depoimento do chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência, Luiz Gushiken --já convocado--, e chamar para depor no plenário da comissão o doleiro Toninho da Barcelona.
CPI do Abafão
Os governistas operaram e barraram a estratégia dos oposicionistas. A votação desses requerimentos fica para outra sessão.
Da parte dos governistas, os integrantes da comissão conseguiram aprovar uma série de requerimentos com a finalidade de transferir para a CPI do Mensalão depoimentos de investigados, como de Daniel Dantas, que fez depósitos milionários nas contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, do ex-diretor de Engenharia de Furnas Dimas Toledo, do deputado petista José Mentor (SP), relator da extinta CPI mista do Banestado.
A transferência desses nomes para a CPI presidida pelo senador Amir Lando (PMDB-RO) foi criticada pela oposição. Os pefelistas disseram que a comissão do "mensalão" não investigará essas pessoas. "Mensalão é o buraco negro. O que for pra lá será esquecido", afirmou Ônyx Lorenzoni (RS). "Mandaram os nomes para a CPI do Abafão", completou Antonio Carlos Magalhães Neto (BA).
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