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04/04/2010 - 09h46

Campanha de Dilma não dá espaço para o PT de raiz

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FERNANDO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Quando são comparadas as equipes de campanha de Dilma Rousseff com as de Lula, há uma diferença essencial: hoje há poucos nomes identificados com os primórdios do PT. Entre os principais assessores da pré-candidata nenhum foi figura de destaque nos anos 80, quando o partido foi fundado.

As quatro pessoas com funções mais relevantes na campanha de Dilma eram desconhecidas do público até dez anos atrás. Fernando Pimentel (ex-prefeito de Belo Horizonte), Antonio Palocci (ex-ministro da Fazenda), José Eduardo Dutra (presidente do PT) e João Santana (publicitário) em quase nada se comparam ao staff de Lula em 2002: a troika (trinca) José Dirceu, José Genoino e Luiz Gushiken, somada ao marqueteiro Duda Mendonça.

O grupo hegemônico de oito anos atrás foi abatido por escândalos durante a gestão Lula. A tropa atual é, em geral, de comportamento mais reservado. A escolha do marqueteiro de Dilma resume a mudança.

Em 2002, Lula teve a seu lado o mercurial Duda Mendonça, famoso por campanhas de sucesso para a iniciativa privada e para políticos encrencados.

Já João Santana é mais introspectivo. Foi adotado como uma saída de emergência por Lula em 2006 em meio ao rescaldo do escândalo do mensalão. Nunca entrou em concorrências para ter contas publicitárias de estatais federais no país. No comando do marketing de Dilma há mais de um ano, não deu entrevistas.

Nos vários escalões de assessores que acompanharão Dilma, pouco se enxerga do que poderia ser chamado de PT de raiz. Seu mais fiel assistente é Giles Azevedo, geólogo de 48 anos que foi seu chefe de gabinete na Casa Civil. Eles se conheceram em 1993, quando participaram do governo gaúcho de Alceu Collares (PDT).

Teoria da cebola

Centralizadora, Dilma definiu numa reunião recente como deseja sua equipe: "Esse comando tem de ser igual a uma cebola, em círculos, em camadas". No círculo central dessa cebola, pouca gente entrará ou terá acesso. O trio Pimentel, Palocci e Dutra comandará a campanha de maneira fechada, sob instruções diretas de Dilma --que por sua vez estará em contato estreito com Lula.

A segunda camada será composta por colaboradores não tão frequentes. Dois já identificados são o deputado federal José Eduardo Cardozo (PT-SP) e o estadual Rui Falcão (PT-SP). Cardozo foi mencionado nos bastidores como possível tesoureiro da campanha. A decisão ainda está longe de ser tomada. Já foi convidado para a função José Filippi Jr., responsável pela área na reeleição de Lula. Filippi, porém, está nos EUA estudando, volta só em junho e ainda não deu resposta.

Outros integrantes terão papéis específicos: João Santana já participa de todas as reuniões. Gilberto Carvalho é o enviado de Lula à campanha.

Na outra camada da cebola está a equipe que trabalha mais próxima a Dilma, na operação da campanha. Nesse círculo o mais poderoso é Giles Azevedo.

 

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