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"Eleitor esquece conquistas rápido", diz Jobim
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
Ao fazer uma análise do cenário sucessório presidencial, o ministro da defesa, Nelson Jobim, declarou que ainda é um "problema" saber "qual é a capacidade de transferência de votos do presidente Lula para a [ex-]ministra Dilma".
Para Jobim, que é filiado ao PMDB, "o eleitor não vota no passado, vota para o futuro e esquece muito rapidamente as conquistas recentes". Citou um exemplo: "O sujeito que recebe água, abre a torneira e sai água.
Correndo água, não tem problema nenhum, ele esquece disso. Ele só reclama quando falta água". "O governo Lula chegou num patamar "x" de realizações. A discussão [eleitoral] é o que pode ser agregada a isso. O debate está nesse nível: no que vai ser feito adiante. O voto não é um voto de agradecimento (...) de gratidão. Votos são de esperança", declarou Jobim em uma entrevista gravada em vídeo para o UOL.
O raciocínio de Jobim coincide com a argumentação principal do PSDB e da candidatura do tucano José Serra a presidente. Em seu discurso de despedida do cargo de governador de São Paulo, Serra usou o bordão "o Brasil pode mais" -cujo objetivo é tentar jogar o debate eleitoral para o futuro, não para o que foi feito no atual governo.
Jobim e Serra têm uma relação de amizade antiga. O tucano foi padrinho de casamento do ministro da Defesa. Indagado se vai participar do processo eleitoral, respondeu negativamente. E ajudar na campanha de Serra? "Ele nem me pede isso. Sabe que eu não posso."
Vice-Presidência
Sobre seu partido, o PMDB, indicar o candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff (PT), Jobim diz que "neste momento" o "nome ideal" é o do deputado Michel Temer. Mas faz uma ressalva: "Não sei o que será em junho, que é o momento da definição dos quadros".
Em outro trecho da entrevista ao UOL, o ministro disse que seu relatório sobre a compra de aviões para a Força Aérea Brasileira ficará pronto neste mês. Em maio ou princípio de junho, o presidente Lula poderá então tomar uma decisão a respeito.
Jobim voltou a declarar predileção pela proposta oferecida pela França e não pelos aviões dos dois países concorrentes, Estados Unidos e Suécia.
O ministro também afirmou que do ponto de vista dos militares, 25 anos de prazo de sigilo máximo para certos documentos públicos são suficientes. O assunto está em debate na Câmara, que deve votar nesta semana um projeto de lei de acesso a informações públicas. Deputados relataram que setores militares e do Itamaraty querem prazos maiores de sigilo para papéis ultrassecretos.
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