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21/08/2005
-
15h54
FABIANA FUTEMA
da Folha Online
A entrevista concedida neste domingo pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci, dividiu a opinião de integrantes dos partidos de esquerda. Para alguns, Palocci deu "desculpas esfarrapadas". Para outros, será a palavra de Palocci contra as acusações.
Na entrevista, que durou mais de duas horas, Palocci negou as acusações feitas pelo advogado e seu ex-assessor, Rogério Tadeu Buratti, diz que permanecerá à frente da pasta e que não mudará os rumos da política econômica.
Na última sexta-feira, Buratti afirmou a promotores do Ministério Público do Estado de São Paulo que Palocci, quando ainda era prefeito de Ribeirão Preto, recebia R$ 50 mil por mês de empresa de lixo em troca de favorecimento em licitação.
Além disso, reportagem publicada pela revista 'Veja' neste final de semana diz que Buratti atuou como lobista de empresários de Ribeirão Preto junto ao gabinete de Palocci.
Para a deputada Luciana Genro (PSOL-RS), o ministro deu um "monte de desculpa esfarrapada" para tentar se defender das acusações de Buratti. "Para mim, é evidente que ele se relacionou com Buratti enquanto ministro e isso não tem explicação."
A deputada disse ainda que Palocci não tem mais credibilidade para permanecer à frente da Fazenda. "Ele deu as mesmas desculpas esfarrapadas usadas por [José] Dirceu [ex-ministro da Casa Civil. Os mesmos indícios [de corrupção] que serviram para afastar Dirceu do governo não são aplicados agora no caso de Palocci."
Para ela, isso acontece porque Palocci é "o fiador da política econômica do governo Lula junto às elites financeiras". "Ele não sai porque a elite financeira não deseja isso."
O deputado João Batista Araújo, o Babá (PSOL-RJ), concordou com as opiniões de Luciana Genro. "Mais uma vez a burguesia financeira tenta livrar a cara de Palocci e do presidente Lula."
Provas
Por outro lado, o deputado Ivan Valente (PT-SP) --pertencente à APS (Ação Popular Socialista)-- disse que será preciso apresentar novas provas se quiserem comprometer o nome de Palocci. "Ficou palavra contra palavra. A palavra de Palocci contra a de Buratti. Enquanto não houver novas provas, será difícil acusar o ministro."
Mesmo assim, ele afirma que a tranqüilidade demonstrada por Palocci na entrevista de hoje reflete o apoio que o ministro recebe do setor financeiro. "O setor financeiro tem muita empatia pelo ministro e isso ajuda na manutenção da estabilidade política."
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da Folha Online
A entrevista concedida neste domingo pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci, dividiu a opinião de integrantes dos partidos de esquerda. Para alguns, Palocci deu "desculpas esfarrapadas". Para outros, será a palavra de Palocci contra as acusações.
Na entrevista, que durou mais de duas horas, Palocci negou as acusações feitas pelo advogado e seu ex-assessor, Rogério Tadeu Buratti, diz que permanecerá à frente da pasta e que não mudará os rumos da política econômica.
Na última sexta-feira, Buratti afirmou a promotores do Ministério Público do Estado de São Paulo que Palocci, quando ainda era prefeito de Ribeirão Preto, recebia R$ 50 mil por mês de empresa de lixo em troca de favorecimento em licitação.
Além disso, reportagem publicada pela revista 'Veja' neste final de semana diz que Buratti atuou como lobista de empresários de Ribeirão Preto junto ao gabinete de Palocci.
Para a deputada Luciana Genro (PSOL-RS), o ministro deu um "monte de desculpa esfarrapada" para tentar se defender das acusações de Buratti. "Para mim, é evidente que ele se relacionou com Buratti enquanto ministro e isso não tem explicação."
A deputada disse ainda que Palocci não tem mais credibilidade para permanecer à frente da Fazenda. "Ele deu as mesmas desculpas esfarrapadas usadas por [José] Dirceu [ex-ministro da Casa Civil. Os mesmos indícios [de corrupção] que serviram para afastar Dirceu do governo não são aplicados agora no caso de Palocci."
Para ela, isso acontece porque Palocci é "o fiador da política econômica do governo Lula junto às elites financeiras". "Ele não sai porque a elite financeira não deseja isso."
O deputado João Batista Araújo, o Babá (PSOL-RJ), concordou com as opiniões de Luciana Genro. "Mais uma vez a burguesia financeira tenta livrar a cara de Palocci e do presidente Lula."
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Por outro lado, o deputado Ivan Valente (PT-SP) --pertencente à APS (Ação Popular Socialista)-- disse que será preciso apresentar novas provas se quiserem comprometer o nome de Palocci. "Ficou palavra contra palavra. A palavra de Palocci contra a de Buratti. Enquanto não houver novas provas, será difícil acusar o ministro."
Mesmo assim, ele afirma que a tranqüilidade demonstrada por Palocci na entrevista de hoje reflete o apoio que o ministro recebe do setor financeiro. "O setor financeiro tem muita empatia pelo ministro e isso ajuda na manutenção da estabilidade política."
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