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29/08/2005 - 09h18

CPI quer mais dados de Buratti sobre Palocci

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SILVIO NAVARRO
LUIZ FRANCISCO
da Folha de S.Paulo

O presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim de Morais (PFL-PB), disse que estuda enviar um ofício ao Ministério Público de São Paulo para pedir esclarecimentos adicionais sobre a acusação, feita por Rogério Buratti, de que o ministro Antonio Palocci (Fazenda) recebia propina da empreiteira Leão Leão quando era prefeito de Ribeirão Preto.

Morais quer que promotores questionem Buratti sobre a declaração, feita em entrevista à Folha, de que "uma investigação razoável consegue comprovar que existia um fluxo de saída de dinheiro" da Leão Leão. Segundo Buratti, ex-assessor de Palocci e ex-vice-presidente da Leão Leão, a propina era de R$ 50 mil por mês.

"Como é fácil provar? Ele está falando o que deveria ter dito à CPI", disse o senador. Palocci não foi localizado para falar sobre o caso.

Com uma lista de depoimentos em série considerados fundamentais, Efraim de Morais afirmou ontem que "os fatos que serão ouvidos" até o final da semana poderão culminar na convocação de Palocci para esclarecer as denúncias de corrupção durante sua gestão na prefeitura.

Segundo Efraim, "há grande expectativa" em relação aos depoimentos do chefe-de-gabinete de Palocci, Juscelino Dourado, e do ex-advogado da empresa GTech --especializada em informatização de loterias-- Enrico Gianelli, ambos agendados para amanhã.

"Vamos aguardar esses depoimentos e, se houver dados convincentes, vamos convocar o ministro", disse o presidente da CPI.

Enrico Gianelli é suspeito de intermediar contatos entre diretores da GTech e o advogado Rogério Buratti, ex-secretário de Governo de Palocci em 1993 e 1994, no momento em que a empresa buscava renovar um contrato com a Caixa Econômica Federal. "Esse Gianelli é peça fundamental nesse jogo, era o grande cérebro da GTech para chegar ao Executivo", disse o presidente da CPI.

No caso de Dourado, a CPI suspeita que ele era usado por Buratti para tráfico de influência no ministério. Documentos resultantes de quebras de sigilos telefônicos de Buratti mostram conversas entre ele e representantes de empresas interessadas em chegar a Palocci --o elo para agendar reuniões seria Dourado.

Além dos dois depoimentos, Efraim pretende colocar em votação hoje a convocação de Sueli, viúva de Ralf Barquete (morto por câncer em 2004). Ex-secretário de Fazenda de Palocci em Ribeirão Preto, Barquete foi apontado por Buratti como o elo do PT com empresários do jogo e a empreiteira Leão Leão.

O relator da CPI, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), afirmou que outro depoimento importante será o de João Francisco Daniel, irmão de Celso Daniel, prefeito de Santo André assassinado em em janeiro de 2002.

Para o Ministério Público, a morte de Daniel teria relação com um suposto esquema de pagamento de propina por empresas na gestão dele.

Apesar de ressalvar que a CPI "não é uma delegacia de polícia", Garibaldi admitiu que a apuração das denúncias "poderá passar" pela morte do ex-prefeito.

Para o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), "será inevitável" entrar no caso da morte de Celso Daniel. "É um dos casos mais complicados e emblemáticos que não foram solucionados e que vai pegar pessoas importantes do PT".

Já senadora Ideli Salvatti (PT-SC) afirmou existir uma "articulação pefelista" contra o governo na CPI dos Bingos.

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