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30/08/2005 - 09h12

Para Delcídio, periodicidade não é o que define "mensalão"

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da Folha de S.Paulo

O presidente da CPI dos Correios, Delcídio Amaral (PT-MS), admitiu ontem a hipótese de distribuição de recursos a parlamentares segundo sua demonstração de lealdade ao governo. Para Delcídio, apesar do apelido --"mensalão"-- a partilha de verbas não teria de acontecer necessariamente todo mês para existir.

"Depende de migração partidária, de grandes votações...Tudo isso", argumentou Delcídio, afirmando que o pagamento poderia ocorrer conforme a pauta do governo no Congresso ou a filiação de parlamentares da oposição aos partidos da base aliada.

Ao comentar as declarações do presidente do Conselho de Ética da Câmara, Ricardo Izar (PTB-SP), --de que não existe o "mensalão"-- Delcídio alegou que "depende de como se caracteriza 'mensalão'".

"Eu, que tenho acesso aos dados detalhadamente, não posso afirmar isso [que não existe "mensalão"]. Só vou poder afirmar isso quando cruzar todos os dados com as informações que faltam. Eu não faria essa afirmação."

"E o mais importante: depende muito do que se caracteriza como "mensalão". Se é um coisa periódica como está na cabeça de cada um ou se é um coisa episódica."

Em São Paulo para uma reunião na Polícia Federal e um almoço com os conselheiros da Bovespa, Delcídio afirmou ainda que a "chave [da investigação] é a origem do dinheiro". "Se não tivermos como descobrir a origem do dinheiro, essa CPI dos Correios será uma CPI parecida com as outras, onde investigaram quem recebeu na ponta, quem usufruiu, mas ninguém levantou os agentes que garantiram tudo aquilo."

Tanto na PF como na Bovespa, Delcídio manifestou a preocupação de que a CPI não seja transformada num circo. Com a polícia, ele discutiu a qualidade do depoimento do doleiro Toninho da Barcelona, convocado para as três CPIs. "Como são CPIs midiáticas, acompanhadas 24 horas por dia, está virando.... sabe os 15 minutos de fama do [artista plástico americano] Andy Warhol? Andy Warhol morreu e eu duvidava um pouco dessa frase dele e hoje estou começando a achar que ele se antecipou em muitos e muitos anos a esse espetáculo que nós estamos vendo aqui", disse.

Essa foi a preocupação expressa ontem pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para o qual é "preciso evitar essa fogueira das vaidades". Delcídio concorda, mas não aceita a idéia de depoimentos em conjunto.

Especial
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