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31/08/2005
-
17h06
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
O chefe de gabinete do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, Juscelino Dourado, informou em depoimento à CPI dos Bingos nesta quarta-feira que nenhum assunto ou negócio da empresa Leão Leão foi tratado dentro do gabinete de Palocci.
"Nunca passou pelo Ministério da Fazenda qualquer negócio da empresa Leão Leão", afirmou. Dourado também disse que "nunca ouviu falar do esquema da caixinha da Leão Leão" e duvida que o ministro Palocci iria aceitar tal esquema.
O chefe de gabinete negou que o advogado Rogério Tadeu Buratti tenha tentado intervir a favor da empresa para que o ministro da Fazenda recebesse representantes da Leão Leão.
Ele confirmou que Buratti esteve no mínimo nove vezes em seu gabinete no ministério da Fazenda, mas afirmou que em nenhum momento Buratti teve qualquer encontro com Palocci ou tratou de negócios com ele. "As conversas giravam em torno de nosso relacionamento social".
Dourado informou ainda que, pelo que sabe, "nunca tratou de negócios referentes a Gtech", nem mesmo durante o período de renovação do contrato no valor de R$ 630 milhões entre a empresa e a CEF (Caixa Econômica Federal).
Recusa
O chefe de gabinete disse que Palocci se recusou a receber seu ex-secretário da Fazenda em Ribeirão Preto no ano de 2004 --que, na época, exercia um cargo de direção na CEF (Caixa Econômica Federal)--, Ralf Barquete.
Segundo Dourado, Barquete procurou o ministro para tratar de assuntos da Caixa, mas não detalhou qual assunto, e a orientação de Palocci foi a mesma dada para todos os dirigentes de empresas: ele só seria recebido pelo ministro se estivesse acompanhado pelo presidente da CEF.
"O ministro Palocci é muito criterioso com a questão de hierarquia. Ele só recebe dirigentes de empresas ou secretários-adjuntos se estiverem acompanhados pelos presidentes das empresas ou de seus respectivos secretários".
As declarações de Dourado provocaram comentários irônicos por parte dos integrantes da CPI. "O que afinal ele [Dourado] e Buratti conversavam nestes encontros no gabinete do Ministério da Fazenda. Era sobre futebol, mulher, política?", indagou o senador Leonel Pavan (PSDB-SC)
Pavan acabou irritado porque para todas as perguntas as respostas foram negativas e Dourado manteve a sua versão de que os encontros se resumiam a discussão de questões sociais entre os dois.
Após saber da recusa do ministro Palocci em receber Ralf Barquete e Buratti, o relator da CPI, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) ironizou: "Mas vocês de Ribeirão Preto são muito formais. Quer dizer que o ministro abandonou todos os amigos de Ribeirão Preto?" Para essa ironia, Dourado não teve resposta.
A CPI dos Bingos suspeita que Dourado era usado por Buratti para tráfico de influência no ministério. Documentos resultantes de quebras de sigilos telefônicos de Buratti mostram conversas entre ele e representantes de empresas interessadas em chegar a Palocci --o elo para agendar reuniões seria Dourado.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Juscelino Dourado
Leia o que já foi publicado sobre a CPI dos Bingos
Dourado diz que negócios da Leão Leão nunca foram tratados por Palocci
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da Folha Online, em Brasília
O chefe de gabinete do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, Juscelino Dourado, informou em depoimento à CPI dos Bingos nesta quarta-feira que nenhum assunto ou negócio da empresa Leão Leão foi tratado dentro do gabinete de Palocci.
"Nunca passou pelo Ministério da Fazenda qualquer negócio da empresa Leão Leão", afirmou. Dourado também disse que "nunca ouviu falar do esquema da caixinha da Leão Leão" e duvida que o ministro Palocci iria aceitar tal esquema.
Sérgio Lima/Folha Imagem |
Juscelino Dourado, em depoimento à CPI dos Bingos |
Ele confirmou que Buratti esteve no mínimo nove vezes em seu gabinete no ministério da Fazenda, mas afirmou que em nenhum momento Buratti teve qualquer encontro com Palocci ou tratou de negócios com ele. "As conversas giravam em torno de nosso relacionamento social".
Dourado informou ainda que, pelo que sabe, "nunca tratou de negócios referentes a Gtech", nem mesmo durante o período de renovação do contrato no valor de R$ 630 milhões entre a empresa e a CEF (Caixa Econômica Federal).
Recusa
O chefe de gabinete disse que Palocci se recusou a receber seu ex-secretário da Fazenda em Ribeirão Preto no ano de 2004 --que, na época, exercia um cargo de direção na CEF (Caixa Econômica Federal)--, Ralf Barquete.
Segundo Dourado, Barquete procurou o ministro para tratar de assuntos da Caixa, mas não detalhou qual assunto, e a orientação de Palocci foi a mesma dada para todos os dirigentes de empresas: ele só seria recebido pelo ministro se estivesse acompanhado pelo presidente da CEF.
"O ministro Palocci é muito criterioso com a questão de hierarquia. Ele só recebe dirigentes de empresas ou secretários-adjuntos se estiverem acompanhados pelos presidentes das empresas ou de seus respectivos secretários".
As declarações de Dourado provocaram comentários irônicos por parte dos integrantes da CPI. "O que afinal ele [Dourado] e Buratti conversavam nestes encontros no gabinete do Ministério da Fazenda. Era sobre futebol, mulher, política?", indagou o senador Leonel Pavan (PSDB-SC)
Pavan acabou irritado porque para todas as perguntas as respostas foram negativas e Dourado manteve a sua versão de que os encontros se resumiam a discussão de questões sociais entre os dois.
Após saber da recusa do ministro Palocci em receber Ralf Barquete e Buratti, o relator da CPI, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) ironizou: "Mas vocês de Ribeirão Preto são muito formais. Quer dizer que o ministro abandonou todos os amigos de Ribeirão Preto?" Para essa ironia, Dourado não teve resposta.
A CPI dos Bingos suspeita que Dourado era usado por Buratti para tráfico de influência no ministério. Documentos resultantes de quebras de sigilos telefônicos de Buratti mostram conversas entre ele e representantes de empresas interessadas em chegar a Palocci --o elo para agendar reuniões seria Dourado.
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