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05/09/2005 - 09h23

Oposição se reúne para pedir o afastamento de Severino

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da Folha de S.Paulo

A situação política de Severino Cavalcanti tende a se agravar. Lideranças dos partidos de oposição se reúnem hoje para discutir um posicionamento em relação às denúncias contra o presidente da Câmara. Além das investigações, os parlamentares já se manifestaram favoráveis ao afastamento de Severino do cargo.

O encontro será aberto e deve reunir representantes de PSDB, PFL, PPS e PV. O líder da minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA), vai propor a redação de um documento pedindo que Severino deixe o cargo durante a apuração das denúncias. Os oposicionistas planejam colher assinaturas para abrir um processo de afastamento de Severino, que seria votado no plenário. Também deve ser discutida a entrada de uma representação no Conselho de Ética contra o parlamentar.

Conforme a última edição das revistas semanais "Veja" e "Época", Severino teria recebido, ao longo de 2003, uma mesada de R$ 10 mil do empresário Sebastião Buani, que comanda a rede de restaurantes Fiorela. A pedido de Severino, a Polícia Federal vai investigar tentativa de extorsão por parte de Buani.

O dinheiro seria um pagamento de Buani para prosseguir à frente de restaurantes e lanchonetes estabelecidos na Câmara, sem participar de licitação pública para renovar contratos assinados e cuja validade havia expirado.

"É preciso fazer uma investigação para saber qual é a verdade", afirmou o líder do PSDB na Câmara, deputado Alberto Goldman (SP). Segundo ele, além da denúncia, Severino terá de explicar porque responsabiliza o PSDB pela acusações contra o "mensalinho" que teria sido recebido quando era primeiro-secretário da Câmara dos Deputados.

Em entrevista publicada no último sábado no blog do jornalista Jorge Moreno, de "O Globo", Severino disse que o PSDB e o PFL estavam por trás das denúncias com o objetivo de derrubá-lo.

"É inaceitável que ele faça esse tipo de acusação e fique impune", disse Goldman. Ao acusar o PSDB, disse Goldman, Severino eliminou qualquer possibilidade de negociação institucional com o partido. "Ou ele desmente ou pediremos a renúncia dele."

Para o deputado José Carlos Aleluia, o único caminho de Severino é o afastamento. "Ele é um porta-voz da Casa, mas se esqueceu disso. Saiu em defesa do "mensalão". Sua entrevista à Folha foi um desastre. Depois, para completar, veio a denúncia do restaurante", afirmou.

Em entrevista à Folha, na última semana, Severino defendeu penas mais brandas que a cassação para os parlamentares que usaram dinheiro de caixa dois para pagar contas de campanha.

Severino se defende das acusações. Disse que está sendo vítima de uma tentativa de extorsão. Ontem, informou que já pediu ao TCU (Tribunal de Contas da União) que audite os contratos com a empresa Buani & Paulucci.

Buani não respondeu aos recados deixados pela reportagem no final de semana. Segundo um parente, o empresário só estaria disposto a falar na investigação que será feita pela Polícia Federal. No sábado, ele falou à Globo e ao SBT, mas não entrou no mérito da acusação, informando apenas que preferia falar na Justiça.

Vice-presidente da Câmara, o deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL), que estava ontem em Maceió, disse estar acompanhando o desenrolar dos fatos a uma distância "quilométrica".

"A próxima data em meu cronograma [da Mesa] é o dia 13 de setembro, quando vamos tomar posições relativas aos [18] deputados [envolvidos nas investigações sobre o "mensalão']", disse Nonô, sucessor de Severino em caso de um eventual afastamento temporário do atual presidente da Casa.

Deputados do PT não quiseram comentar a situação de Severino.

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