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07/09/2005
-
21h00
da Folha Online
O presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), confirmou que colocará em votação na próxima semana requerimento que convoca para depor o ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
O senador Geraldo Mesquita Júnior (PSOL-AC) --autor do requerimento-- argumentou nesta terça-feira em sua justificativa que, ao depor pela primeira vez na CPI dos Bingos, em 9 de agosto, o advogado Rogério Tadeu Buratti afirmou não ter tido mais contato com Palocci desde que ele assumiu o Ministério da Fazenda. No entanto, a quebra do sigilo telefônico de Buratti, "comprova que ele, por diversas vezes, telefonou para o ministro, inclusive para a sua residência em Brasília".
A quebra do sigilo de Buratti, no ano de 2002, revelou pelo menos quatro ligações do advogado para telefones celulares do ministro da Fazenda, então prefeito de Ribeirão Preto, e outras 10 para o então secretário municipal de Fazenda de Ribeirão, Ralf Barquete.
Na época das ligações, Buratti ocupava uma das quatro vice-presidências do Grupo Leão Leão. Buratti havia deixado, "a pedido", o cargo de secretário de Governo da primeira gestão de Palocci, em 1994, sob suspeita de manipular licitações de obras.
A intenção de convocar Palocci para depor na CPI ficou fortalecida depois que Buratti, no seu segundo depoimento, em 25 de agosto, reiterou denúncias que havia feito ao Ministério Público de São Paulo de que a empresa Leão Leão pagava propina de R$ 50 mil mensais à prefeitura de Ribeirão Preto (SP), no período em que Palocci era prefeito do município. O dinheiro, segundo Buratti, era arrecadado pelo secretário de Fazenda, Ralf Barquete --falecido em 2004-- e repassado ao ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares.
Em depoimento à CPI na semana passada, o então chefe de gabinete do ministro da Fazenda, Juscelino Dourado, disse desconhecer o pagamento da suposta propina. E chegou a garantir que, ao longo dos 13 anos de convivência com o ministro da Fazenda, "Palocci teve uma vida regrada e que sempre foi muito cuidadoso com as finanças de suas campanhas eleitorais, não havendo jamais a existência de caixa dois".
Juscelino Dourado também negou que Palocci tivesse recebido Buratti no Ministério da Fazenda e informou que as ligações telefônicas do advogado --que classificou de "amigo"-- eram endereçadas a ele, Dourado, e não a Palocci. No dia seguinte ao depoimento, Dourado pediu demissão.
Rogério Buratti foi secretário de governo da prefeitura de Ribeirão Preto na primeira gestão de Palocci (1993 a 1996). Ele foi demitido após denúncias de favorecimento a empreiteiras. Buratti também é acusado de ter cobrado propina de R$ 6 milhões da multinacional Gtech, a mando do ex-assessor da Casa Civil, Waldomiro Diniz para facilitar a renovação, em abril de 2003, de contrato destinado à operacionalização das loterias federais, entre a empresa e a CEF (Caixa Econômica Federal).
Com Agência Senado
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Antonio Palocci
Leia o que já foi publicado sobre a CPI dos Bingos
CPI dos Bingos vota na próxima semana convocação de Palocci
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O presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), confirmou que colocará em votação na próxima semana requerimento que convoca para depor o ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
O senador Geraldo Mesquita Júnior (PSOL-AC) --autor do requerimento-- argumentou nesta terça-feira em sua justificativa que, ao depor pela primeira vez na CPI dos Bingos, em 9 de agosto, o advogado Rogério Tadeu Buratti afirmou não ter tido mais contato com Palocci desde que ele assumiu o Ministério da Fazenda. No entanto, a quebra do sigilo telefônico de Buratti, "comprova que ele, por diversas vezes, telefonou para o ministro, inclusive para a sua residência em Brasília".
A quebra do sigilo de Buratti, no ano de 2002, revelou pelo menos quatro ligações do advogado para telefones celulares do ministro da Fazenda, então prefeito de Ribeirão Preto, e outras 10 para o então secretário municipal de Fazenda de Ribeirão, Ralf Barquete.
Na época das ligações, Buratti ocupava uma das quatro vice-presidências do Grupo Leão Leão. Buratti havia deixado, "a pedido", o cargo de secretário de Governo da primeira gestão de Palocci, em 1994, sob suspeita de manipular licitações de obras.
A intenção de convocar Palocci para depor na CPI ficou fortalecida depois que Buratti, no seu segundo depoimento, em 25 de agosto, reiterou denúncias que havia feito ao Ministério Público de São Paulo de que a empresa Leão Leão pagava propina de R$ 50 mil mensais à prefeitura de Ribeirão Preto (SP), no período em que Palocci era prefeito do município. O dinheiro, segundo Buratti, era arrecadado pelo secretário de Fazenda, Ralf Barquete --falecido em 2004-- e repassado ao ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares.
Em depoimento à CPI na semana passada, o então chefe de gabinete do ministro da Fazenda, Juscelino Dourado, disse desconhecer o pagamento da suposta propina. E chegou a garantir que, ao longo dos 13 anos de convivência com o ministro da Fazenda, "Palocci teve uma vida regrada e que sempre foi muito cuidadoso com as finanças de suas campanhas eleitorais, não havendo jamais a existência de caixa dois".
Juscelino Dourado também negou que Palocci tivesse recebido Buratti no Ministério da Fazenda e informou que as ligações telefônicas do advogado --que classificou de "amigo"-- eram endereçadas a ele, Dourado, e não a Palocci. No dia seguinte ao depoimento, Dourado pediu demissão.
Rogério Buratti foi secretário de governo da prefeitura de Ribeirão Preto na primeira gestão de Palocci (1993 a 1996). Ele foi demitido após denúncias de favorecimento a empreiteiras. Buratti também é acusado de ter cobrado propina de R$ 6 milhões da multinacional Gtech, a mando do ex-assessor da Casa Civil, Waldomiro Diniz para facilitar a renovação, em abril de 2003, de contrato destinado à operacionalização das loterias federais, entre a empresa e a CEF (Caixa Econômica Federal).
Com Agência Senado
Especial
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