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09/09/2005
-
09h18
LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Folha de S.Paulo
O Ministério Público Federal pediu ontem a prisão preventiva de Paulo Maluf (PP), ex-prefeito de São Paulo, e de seu filho Flávio. Os dois foram acusados de tentar coagir uma testemunha e de dificultar a investigação.
Além do pedido de prisão, a Procuradoria ofereceu uma denúncia (acusação formal) contra pai e filho por formação de quadrilha, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A soma das penas mínimas é de oito anos de prisão.
A juíza da 2ª Vara Federal Sílvia Maria Rocha deverá analisar hoje o pedido de prisão.
Para o Ministério Público Federal, as escutas telefônicas revelam que o ex-prefeito e o filho tentaram impedir o depoimento do doleiro Vivaldo Alves, o Birigüi.
O doleiro, apontado como operador do dinheiro dos Maluf no exterior, disse ter movimentado pelo menos US$ 161 milhões por meio da conta Chanani, do Safra National Bank de Nova York (EUA). Ele afirmou que todo o dinheiro era de Maluf e de seu filho.
Segundo Simeão Damasceno de Oliveira, ex-diretor da construtora Mendes Júnior, o dinheiro que abasteceu contas dos Maluf no exterior foi desviado de obras públicas durante a gestão dele na Prefeitura de São Paulo (1993-1996).
Oliveira e Birigüi também foram denunciados ontem pela Procuradoria: o primeiro por ser o operador do dinheiro no exterior e o segundo por ser responsável pela divisão da propina.
Para o doleiro, a Procuradoria pediu a delação premiada (redução da pena), porque ele ajudou a investigação (forneceu nomes, números e valores de contas). As informações de Birigüi foram confirmadas, com precisão de centavos, pelo banco Safra.
Apesar de a Polícia Federal ter solicitado também a prisão do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta (1997-2000), a Procuradoria entendeu que o caso deve ser investigado em outro inquérito que já está em andamento.
Grampos
Pelas conversas gravadas que embasam o pedido de prisão dos Maluf, Flávio telefonou ao menos três vezes para o doleiro, a quem convidou para uma conversa.
Num dos diálogos, Flávio, após referir-se a Birigüi como "amigo", pediu que não se esquecesse da conversa que tiveram. "Garanto o que conversamos, e a forma, entendeu? É o melhor para você. Te garanto. Te garanto. Você entendeu? Confia em mim."
Num outro diálogo, desta vez com seu pai, Flávio disse qual era a orientação ao doleiro. "Entra mudo e sai calado".
O suposto suborno teria sido feito por um dos advogados de Maluf durante reunião marcada a pedido de Flávio com o doleiro.
Advogados de Maluf afirmaram ontem que irão aguardar com serenidade a decisão da juíza. A defesa argumenta que os Maluf não podem ser presos por coação de testemunhas, pois Birigüi é réu e, pela legislação brasileira, o acusado não tem o compromisso de falar a verdade.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Paulo Maluf
Procuradoria pede a prisão preventiva de Maluf e filho
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da Folha de S.Paulo
O Ministério Público Federal pediu ontem a prisão preventiva de Paulo Maluf (PP), ex-prefeito de São Paulo, e de seu filho Flávio. Os dois foram acusados de tentar coagir uma testemunha e de dificultar a investigação.
Além do pedido de prisão, a Procuradoria ofereceu uma denúncia (acusação formal) contra pai e filho por formação de quadrilha, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A soma das penas mínimas é de oito anos de prisão.
A juíza da 2ª Vara Federal Sílvia Maria Rocha deverá analisar hoje o pedido de prisão.
Para o Ministério Público Federal, as escutas telefônicas revelam que o ex-prefeito e o filho tentaram impedir o depoimento do doleiro Vivaldo Alves, o Birigüi.
O doleiro, apontado como operador do dinheiro dos Maluf no exterior, disse ter movimentado pelo menos US$ 161 milhões por meio da conta Chanani, do Safra National Bank de Nova York (EUA). Ele afirmou que todo o dinheiro era de Maluf e de seu filho.
Segundo Simeão Damasceno de Oliveira, ex-diretor da construtora Mendes Júnior, o dinheiro que abasteceu contas dos Maluf no exterior foi desviado de obras públicas durante a gestão dele na Prefeitura de São Paulo (1993-1996).
Oliveira e Birigüi também foram denunciados ontem pela Procuradoria: o primeiro por ser o operador do dinheiro no exterior e o segundo por ser responsável pela divisão da propina.
Para o doleiro, a Procuradoria pediu a delação premiada (redução da pena), porque ele ajudou a investigação (forneceu nomes, números e valores de contas). As informações de Birigüi foram confirmadas, com precisão de centavos, pelo banco Safra.
Apesar de a Polícia Federal ter solicitado também a prisão do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta (1997-2000), a Procuradoria entendeu que o caso deve ser investigado em outro inquérito que já está em andamento.
Grampos
Pelas conversas gravadas que embasam o pedido de prisão dos Maluf, Flávio telefonou ao menos três vezes para o doleiro, a quem convidou para uma conversa.
Num dos diálogos, Flávio, após referir-se a Birigüi como "amigo", pediu que não se esquecesse da conversa que tiveram. "Garanto o que conversamos, e a forma, entendeu? É o melhor para você. Te garanto. Te garanto. Você entendeu? Confia em mim."
Num outro diálogo, desta vez com seu pai, Flávio disse qual era a orientação ao doleiro. "Entra mudo e sai calado".
O suposto suborno teria sido feito por um dos advogados de Maluf durante reunião marcada a pedido de Flávio com o doleiro.
Advogados de Maluf afirmaram ontem que irão aguardar com serenidade a decisão da juíza. A defesa argumenta que os Maluf não podem ser presos por coação de testemunhas, pois Birigüi é réu e, pela legislação brasileira, o acusado não tem o compromisso de falar a verdade.
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