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21/09/2005
-
16h54
da Folha Online
O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), renunciou nesta quarta-feira à presidência e ao mandato parlamentar. No final de seu discurso, ele disse que voltará e que será absolvido pelo povo. "Todos seremos, muito breve, julgados pelo povo. Para quem dedicou sua vida à política, esse é o julgamento que conta, a sentença que importa. Voltarei. O povo me absolverá", disse.
Acusado de receber "mensalinho" para prorrogar a concessão de um restaurante da Câmara, Severino negou a propina e disse que sai do Congresso da mesma maneira que chegou: endividado.
No discurso, Severino fez menção a seu pai, afirmando que ele sustentava a família com dificuldades. "Cresci no meio das durezas que são pobres, na terra onde as crianças desde cedo são sertanejos fortes", declarou.
O parlamentar foi pressionado por seus colegas, que reputaram como "insustentável" sua permanência na Câmara após a confirmação das denúncias de Sebastião Buani, que sustenta ter pagado propina para garantir o funcionamento do restaurante Fiorella.
O cargo será assumido pelo primeiro vice-presidente da Casa, o deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL), por um período de cinco sessões, prazo para a eleição de um novo titular.
A denúncia foi publicada pela revistas semanais há cerca de 15 dias e inicialmente não foi confirmada pelo próprio Buani. O empresário, no entanto, voltou atrás e confirmou em entrevista coletiva o pagamento de propina ao presidente da Câmara, na época em que ele era primeiro-secretário da Casa. Ele afirmou que, em troca da exploração de restaurantes, entregou ao deputado entre R$ 110 mil e R$ 120 mil até 2003.
Pouco antes, a revista "Veja" publicou em seu site um documento assinado por Severino em 2002, que supostamente estendia o período de concessão para o restaurante de Buani. A publicação afirmou que o documento foi periciado por um especialista, que garantiu sua legitimidade. Severino negou todas as acusações.
As denúncias contra Severino ganharam mais força após o depoimento do ex-gerente do restaurante, Izeilton Carvalho, na Polícia Federal. Ele confirmou os pagamentos de propina ao presidente da Câmara e sugeriu que para comprová-los bastaria a quebra do sigilo bancário de Severino e de Buani.
O "inferno astral" de Severino é ainda anterior a essas denúncias. No final de agosto, em uma entrevista à Folha de S.Paulo, ele defendeu penas mais brandas para os parlamentares que foram beneficiados por saques das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. O teor das declarações provocou polêmica na Casa e um bate-boca que ganhou as páginas dos jornais entre Severino e o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ).
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Severino Cavalcanti renuncia ao mandato e diz que voltará
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O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), renunciou nesta quarta-feira à presidência e ao mandato parlamentar. No final de seu discurso, ele disse que voltará e que será absolvido pelo povo. "Todos seremos, muito breve, julgados pelo povo. Para quem dedicou sua vida à política, esse é o julgamento que conta, a sentença que importa. Voltarei. O povo me absolverá", disse.
Acusado de receber "mensalinho" para prorrogar a concessão de um restaurante da Câmara, Severino negou a propina e disse que sai do Congresso da mesma maneira que chegou: endividado.
Alan Marques/FI |
Severino Cavalcanti renuncia após denúncias |
O parlamentar foi pressionado por seus colegas, que reputaram como "insustentável" sua permanência na Câmara após a confirmação das denúncias de Sebastião Buani, que sustenta ter pagado propina para garantir o funcionamento do restaurante Fiorella.
O cargo será assumido pelo primeiro vice-presidente da Casa, o deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL), por um período de cinco sessões, prazo para a eleição de um novo titular.
A denúncia foi publicada pela revistas semanais há cerca de 15 dias e inicialmente não foi confirmada pelo próprio Buani. O empresário, no entanto, voltou atrás e confirmou em entrevista coletiva o pagamento de propina ao presidente da Câmara, na época em que ele era primeiro-secretário da Casa. Ele afirmou que, em troca da exploração de restaurantes, entregou ao deputado entre R$ 110 mil e R$ 120 mil até 2003.
Pouco antes, a revista "Veja" publicou em seu site um documento assinado por Severino em 2002, que supostamente estendia o período de concessão para o restaurante de Buani. A publicação afirmou que o documento foi periciado por um especialista, que garantiu sua legitimidade. Severino negou todas as acusações.
As denúncias contra Severino ganharam mais força após o depoimento do ex-gerente do restaurante, Izeilton Carvalho, na Polícia Federal. Ele confirmou os pagamentos de propina ao presidente da Câmara e sugeriu que para comprová-los bastaria a quebra do sigilo bancário de Severino e de Buani.
O "inferno astral" de Severino é ainda anterior a essas denúncias. No final de agosto, em uma entrevista à Folha de S.Paulo, ele defendeu penas mais brandas para os parlamentares que foram beneficiados por saques das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. O teor das declarações provocou polêmica na Casa e um bate-boca que ganhou as páginas dos jornais entre Severino e o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ).
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