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11/09/2005 - 12h25

Severino diz que documento com sua assinatura é fraudulento

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da Folha Online

O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), acusado de receber propina na Câmara, negou as acusações neste domingo durante pronunciamento que precedeu entrevista coletiva. "A história é um completo absurdo", afirmou. Ele disse ainda que permanecerá à frente da Casa, afastando a possibilidade de renúncia.

Severino afirmou que a assinatura da cópia do contrato para a concessão do restaurante Fiorella, na Câmara, que, supostamente seria sua, é falsa. O documento, segundo Severino, foi examinado por um perito oficial, que concluiu tratar-se de uma falsificação.

A suposta cópia do contrato foi apresentada à Polícia Federal pelo ex-gerente do Fiorella, Izeilton Carvalho, na semana passada. A cópia também foi reproduzida pela revista semanal "Veja" em seu site. Izeilton afirmou em depoimento à Polícia Federal que Severino cobrou uma mesada do empresário Buani para prorrogar a concessão de uso do restaurante na Câmara. Buani, mais tarde, confirmou a história, em entrevista coletiva.

"A meu pedido, o documento publicado pela revista 'Veja' foi examinado por um perito oficial. É forçoso constatar que o documento foi montado eletronicamente. Trata-se assim de uma falsificação [de minha assinatura]. Afirmo, com absoluta convicção que o documento é fraudulento. Não assinei, nem assinaria tal documento. Ele [documento] é inócuo perante a lei, não implica qualquer consequência juridica", disse o presidente da Câmara, durante entrevista coletiva no Espaço Cultural da Casa.

Acompanhado de seu advogado José Eduardo Alckmin, Severino reafirmou que não irá renunciar. "Resistirei como presidente da Câmara, Não posso me curvar diante de meus adversários. Tenho meu passado. Minha vida pública não começou ontem.", disse ele e acrescentou: "presidirei todas as sessões".

Versões

Severino Cavalcanti também procurou desmontar a versão apresentada por Buani ao chamar a atenção para dois fatores: primeiro, ao mencionar o caráter inócuo do contrato; segundo, é difícil acreditar que um empresário "experiente" como Buani tenha aceito esse contrato.

Segundo Severino, a história foi montada por Buani para prorrogar a concessão do restaurante mediante chantagem, com a ajuda de seus empregados. "A versão apresentada, visceralmente mentirosa, baseia-se em depoimentos de interessados em construir a sórdida acusação", disse ele.

O presidente da Câmara afirmou que o contrato, assinado do dia 4 de abril de 2002, teve trâmite ilegal na Casa e não tem qualquer validade jurídica. "Não é possível acreditar um empresário teria se considerado atendido com um despacho nessas circunstâncias. A história é um completo absurdo", disse ele e acrescentou: "O que é mais relevante é que o período de prorrogação foi negado, inclusive com a minha concordância".

Severino também negou ter recebido o suposto "mensalinho" do empresário Buani e que a prorrogação do contrato ocorreu com "expressa recomendação da área técnica, sem qualquer interferência minha" e por conta uma "situação excepcional": a reforma da cozinha no anexo 3.

Ele rebateu a versão da revista "Veja" de que a reforma teria começado somente em novembro em 2003, após o fim dos pagamentos do suposto "mensalinho". De acordo com Severino, "a diretoria-geral possui toda a documentação de que as providências necessárias para a reforma foram tomadas".

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Severino Cavalcanti
  • Leia o que já foi publicado sobre o empresário Sebastião Buani
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