13/09/2005 - 15h35

Planalto não apoiou ida de Severino à presidência, diz Dilma

CLARICE SPITZ
da Folha Online

A ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, afirmou nesta terça-feira que o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), tem direito à presunção de inocência diante das acusações de cobrança de propina para a renovação do contrato de um restaurante da Câmara. Dilma também afirmou, por duas vezes, que o governo não apoiou a ida de Severino à presidência da Câmara.

"O Planalto não foi responsável pela condução de Severino à presidência da Câmara. O Planalto estabeleceu com o partido de Severino uma aliança. O Planalto, diante de uma acusação contra o presidente da Câmara, tem a mesma reação para os seus aliados e adversários. Repudiamos qualquer tentativa de tentar transformar por qualquer mecanismo, que vá da caça às bruxas a qualquer mecanismo político, a presunção de culpa no método de estabelecer as relações entre punição e inocência no Brasil. Vivemos num mundo em que há presunção do inocência", afirmou.

A ministra participou de fórum sobre economia, na capital paulista.

Acusações

Severino já descartou a possibilidade de afastamento do cargo e negou as acusações de corrupção.

Essas acusações, que envolvem pagamento de propina, foram reforçadas com a divulgação de um documento publicado no site da revista semanal "Veja". Datado de 2002, o documento é supostamente assinado por Severino e prorroga a concessão para o restaurante Fiorella, do empresário Sebastião Buani, no 10º andar do anexo 4 do Congresso até 2005.

Severino afirmou que o documento apresentado para provar que autorizou indevidamente a prorrogação do contrato é falsificado. Ele afirmou ainda que o documento foi periciado a seu pedido e que é "fraudulento".

O presidente da Câmara é acusado de receber R$ 10 mil por mês de Buani, para permitir que o empresário explorasse a concessão do restaurante. O empresário alega que teria pago a propina para manter seu estabelecimento em funcionamento, mesmo após o fim de sua concessão.

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