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18/09/2005
-
08h02
EPAMINONDAS NETO
da Folha Online
Sete candidatos competem pela presidência do PT neste domingo, em meio a pior crise da legenda em seus 25 anos. As propostas dos candidatos são o melhor reflexo sobre o dilema que o maior partido de esquerda enfrenta: enquanto alguns como Markus Sokol são opositores declarados do presidente Lula, outros fazem uma defesa manifesta da maior figura do partido, a exemplo de Ricardo Berzoini e Maria do Rosário.
Existe um relativo consenso em alguns pontos, como, por exemplo, a reforma política.
Outro ponto também defendido de forma unânime pelos candidatos: a retomada do contato com as bases --os movimentos sociais. Praticamente todos acreditam que um dos principais erros da legenda foi se afastar da militância.
Ainda há relativa unanimidade na crítica dos candidatos às alianças que o governo fez com partidos de direita para compor sua base aliada. De forma velada, parecem indicar que foi um dos principais erros e um dos motivos que levaram à crise política.
O perfil dos candidatos também revela a predominância de São Paulo na organização de poder do partido. O PT divulgou que, dos sete candidatos, pelo menos quatro votam em cidades do Estado, enquanto outros dois são de Porto Alegre (RS).
Veja abaixo os candidatos:
Markus Sokol: candidato da chapa "Terra, Trabalho e Soberania", o economista Sokol é contra a administração "Lula-Palocci-Rosseto" e tem como bandeira a "estatização" de empresas ocupadas por trabalhadores, a reforma agrária para 1 milhão de famílias e a reestatização de ferrovias. Para Sokol, o governo deveria romper com a chamada base aliada e retomar "o objetivo de organizar o povo".
Valter Pomar: vinculado à chapa "A Esperança é Vermelha", Pomar quer apoiar movimentos de massa em defesa do governo. O candidato está no PT desde 1980, tendo sido secretário municipal de cultura de Campinas (SP). Para ele, o PT precisa reconhecer seus erros, punir os culpados e "desmascarar os propósitos da direita brasileira".
Raul Pont: O candidato da chapa "Coragem de Mudar" foi vice-prefeito e depois prefeito de Porto Alegre. Pont defende mais autonomia do partido frente ao governo e defende a "reconstrução" do PT a partir da autocrítica das alianças com a direita.
Maria do Rosário: É, junto com Ricardo Berzoini, a candidata que faz a defesa mais pronunciada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar do apoio, a candidata da chapa "Movimento" diz que é preciso "mudar os rumos da política econômica" e "fazer o debate ideológico" sobre "os caminhos para o socialismo". Ainda segundo ela, "o PT precisa resgatar a utopia socialista" e "voltar a ser fermento na massa dos oprimidos".
Plinio de Arruda Sampaio: Veterano de 40 anos da política, o candidato da chapa "Esperança Militante" também vê possibilidade de "entendimento com o governo Lula" mas defende a renegociação da dívida externa para "reduzir ou eliminar o superávit primário e liberar recursos para investimentos e gastos sociais". Diz que Lula teve "comportamento impecável" na crise, mas critica a lentidão da cúpula do PT.
Ricardo Berzoini: Candidato da chapa "Construindo um Novo Brasil", é o atual secretário-geral do partido, tendo ocupado as pastas da Previdência Social e do Trabalho no governo Lula. É a voz solitária na defesa da política econômica atual. Representante do chamado "Campo Majoritário".
Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê: É o candidato da chapa "Movimento Popular", sendo uma liderança do movimento dos sem-teto em São Paulo. Defende o "não ao superávit primário" e o controle social sobre "projetos sociais, empresas públicas e empresas estratégicas". Atualmente, tem um mandado de prisão preventiva expedido contra ele e se encontra foragido da Justiça. Representantes da chapa o consideram "vítima da criminalização dos movimentos sociais".
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Sete candidatos competem pela presidência do PT neste domingo, em meio a pior crise da legenda em seus 25 anos. As propostas dos candidatos são o melhor reflexo sobre o dilema que o maior partido de esquerda enfrenta: enquanto alguns como Markus Sokol são opositores declarados do presidente Lula, outros fazem uma defesa manifesta da maior figura do partido, a exemplo de Ricardo Berzoini e Maria do Rosário.
Existe um relativo consenso em alguns pontos, como, por exemplo, a reforma política.
Outro ponto também defendido de forma unânime pelos candidatos: a retomada do contato com as bases --os movimentos sociais. Praticamente todos acreditam que um dos principais erros da legenda foi se afastar da militância.
Ainda há relativa unanimidade na crítica dos candidatos às alianças que o governo fez com partidos de direita para compor sua base aliada. De forma velada, parecem indicar que foi um dos principais erros e um dos motivos que levaram à crise política.
O perfil dos candidatos também revela a predominância de São Paulo na organização de poder do partido. O PT divulgou que, dos sete candidatos, pelo menos quatro votam em cidades do Estado, enquanto outros dois são de Porto Alegre (RS).
Veja abaixo os candidatos:
Markus Sokol: candidato da chapa "Terra, Trabalho e Soberania", o economista Sokol é contra a administração "Lula-Palocci-Rosseto" e tem como bandeira a "estatização" de empresas ocupadas por trabalhadores, a reforma agrária para 1 milhão de famílias e a reestatização de ferrovias. Para Sokol, o governo deveria romper com a chamada base aliada e retomar "o objetivo de organizar o povo".
Valter Pomar: vinculado à chapa "A Esperança é Vermelha", Pomar quer apoiar movimentos de massa em defesa do governo. O candidato está no PT desde 1980, tendo sido secretário municipal de cultura de Campinas (SP). Para ele, o PT precisa reconhecer seus erros, punir os culpados e "desmascarar os propósitos da direita brasileira".
Raul Pont: O candidato da chapa "Coragem de Mudar" foi vice-prefeito e depois prefeito de Porto Alegre. Pont defende mais autonomia do partido frente ao governo e defende a "reconstrução" do PT a partir da autocrítica das alianças com a direita.
Maria do Rosário: É, junto com Ricardo Berzoini, a candidata que faz a defesa mais pronunciada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar do apoio, a candidata da chapa "Movimento" diz que é preciso "mudar os rumos da política econômica" e "fazer o debate ideológico" sobre "os caminhos para o socialismo". Ainda segundo ela, "o PT precisa resgatar a utopia socialista" e "voltar a ser fermento na massa dos oprimidos".
Plinio de Arruda Sampaio: Veterano de 40 anos da política, o candidato da chapa "Esperança Militante" também vê possibilidade de "entendimento com o governo Lula" mas defende a renegociação da dívida externa para "reduzir ou eliminar o superávit primário e liberar recursos para investimentos e gastos sociais". Diz que Lula teve "comportamento impecável" na crise, mas critica a lentidão da cúpula do PT.
Ricardo Berzoini: Candidato da chapa "Construindo um Novo Brasil", é o atual secretário-geral do partido, tendo ocupado as pastas da Previdência Social e do Trabalho no governo Lula. É a voz solitária na defesa da política econômica atual. Representante do chamado "Campo Majoritário".
Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê: É o candidato da chapa "Movimento Popular", sendo uma liderança do movimento dos sem-teto em São Paulo. Defende o "não ao superávit primário" e o controle social sobre "projetos sociais, empresas públicas e empresas estratégicas". Atualmente, tem um mandado de prisão preventiva expedido contra ele e se encontra foragido da Justiça. Representantes da chapa o consideram "vítima da criminalização dos movimentos sociais".
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