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14/09/2005
-
09h55
da Folha Online
O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou na noite de ontem ao Conselho de Ética da Câmara que o ex-ministro-chefe da Casa Civil, deputado José Dirceu (PT-SP), não sabia da movimentação das finanças do PT feitas pelo ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares.
"Acredito que ele [Dirceu] não tem nenhuma responsabilidade naquilo que ficou conhecido como empréstimos ou 'valerioduto'. A função de chefe da Casa Civil e coordenador político do governo é suficientemente grande para que ele não se envolvesse nos assuntos internos do PT", disse. Segundo Chinaglia, as influências de José Dirceu no PT eram "apenas políticas".
Chinaglia contou que, quando José Dirceu era presidente do PT --de 1995 a 2002--, "dificilmente Delúbio Soares agiria à revelia ou sem o conhecimento dele".
"Zé era um dirigente muito aplicado e acompanhava todos os passos não só do Delúbio mas da Executiva", disse. "Normalmente poucos se interessavam e questionavam a prestação de contas do partido. O que não exclui a hipótese de que outro dirigente, além do tesoureiro, soubesse mais detalhadamente a movimentação financeira do partido", reiterou.
Mensalão
O líder do governo na Câmara confirmou que o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) falou sobre "aliciamento de deputados" ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reunião em março deste ano.
"A reunião já havia terminado, aquilo causou surpresa e o presidente Lula se sentiu impelido a dar algum tipo de resposta, então pediu a mim e ao ministro Aldo [ex-ministro da Coordenação Política, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP)] para apurarmos."
Segundo Chinaglia, Jefferson não deu detalhes nem referiu-se à compra de votos. Tampouco mencionou se quem pagaria propina seria o governo ou o partido. "Ele falou que, através de dinheiro, haveria cooptação de deputado. A impressão que fiquei, na ocasião, foi de que se referia a dinheiro para atrair deputados de um partido para outro. Lamentavelmente não dei muito crédito."
O líder do governo foi convidado a depor como testemunha de defesa do deputado José Dirceu, que está respondendo à representação por quebra de decoro parlamentar.
Depoimentos
O Conselho de Ética decidiu na noite de ontem convidar o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e sua mulher, Renilda Santiago, para depor.
Os dois foram indicados como testemunhas de acusação no processo encaminhado pelo PTB contra o deputado José Dirceu.
Com Agência Brasil
Especial
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Dirceu não acompanhava contas do PT, diz Chinaglia
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O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou na noite de ontem ao Conselho de Ética da Câmara que o ex-ministro-chefe da Casa Civil, deputado José Dirceu (PT-SP), não sabia da movimentação das finanças do PT feitas pelo ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares.
"Acredito que ele [Dirceu] não tem nenhuma responsabilidade naquilo que ficou conhecido como empréstimos ou 'valerioduto'. A função de chefe da Casa Civil e coordenador político do governo é suficientemente grande para que ele não se envolvesse nos assuntos internos do PT", disse. Segundo Chinaglia, as influências de José Dirceu no PT eram "apenas políticas".
Chinaglia contou que, quando José Dirceu era presidente do PT --de 1995 a 2002--, "dificilmente Delúbio Soares agiria à revelia ou sem o conhecimento dele".
"Zé era um dirigente muito aplicado e acompanhava todos os passos não só do Delúbio mas da Executiva", disse. "Normalmente poucos se interessavam e questionavam a prestação de contas do partido. O que não exclui a hipótese de que outro dirigente, além do tesoureiro, soubesse mais detalhadamente a movimentação financeira do partido", reiterou.
Mensalão
O líder do governo na Câmara confirmou que o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) falou sobre "aliciamento de deputados" ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reunião em março deste ano.
"A reunião já havia terminado, aquilo causou surpresa e o presidente Lula se sentiu impelido a dar algum tipo de resposta, então pediu a mim e ao ministro Aldo [ex-ministro da Coordenação Política, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP)] para apurarmos."
Segundo Chinaglia, Jefferson não deu detalhes nem referiu-se à compra de votos. Tampouco mencionou se quem pagaria propina seria o governo ou o partido. "Ele falou que, através de dinheiro, haveria cooptação de deputado. A impressão que fiquei, na ocasião, foi de que se referia a dinheiro para atrair deputados de um partido para outro. Lamentavelmente não dei muito crédito."
O líder do governo foi convidado a depor como testemunha de defesa do deputado José Dirceu, que está respondendo à representação por quebra de decoro parlamentar.
Depoimentos
O Conselho de Ética decidiu na noite de ontem convidar o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e sua mulher, Renilda Santiago, para depor.
Os dois foram indicados como testemunhas de acusação no processo encaminhado pelo PTB contra o deputado José Dirceu.
Com Agência Brasil
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