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14/09/2005
-
21h23
da Folha Online
O plenário da Câmara aprovou nesta quarta-feira a cassação do mandato do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) por quebra de decoro parlamentar. Na abertura do processo de cassação, Jefferson foi acusado de denunciar o esquema do "mensalão" sem apresentar provas.
Foram 313 votos a favor da cassação e 156 contra. Com isso, Jefferson perde seus direitos políticos por oito anos. A Casa registrou ainda 5 votos em branco, 13 abstenções e dois votos nulos. Ao todo, 489 deputados participaram da votação, que foi secreta.
Jefferson saiu do plenário da Câmara depois de fazer o seu discurso e havia se comprometido a conceder uma entrevista coletiva. O clima no plenário é calmo e poucos parlamentares acompanham a apuração.
Antes do início da votação, Jefferson fez um discurso duro contra o PT, o presidente Lula, com "farpas" para o relator de seu processo de cassação e a mídia.
"Tirei a roupa do rei. Mostrei ao Brasil quem são esses fariseus", gritou Jefferson, ao final do discurso, em uma provável referência aos integrantes do PT envolvidos no escândalo do "mensalão".
Ele ironizou o fato do relator Jairo Carneiro (PFL-BA) não ter admitido a existência do "mensalão". Os ataques mais pesados, no entanto, foram reservados para os políticos do PT, como o deputado José Dirceu (SP) e o ex-presidente da legenda José Genoino.
Sobre o presidente Lula, classificou de "preguiçoso" e disse que cometeu crime por omissão. Ele comparou o presidente a Genoino, que afirmou ter assinado contratos de empréstimo sem ler.
Antes de Jefferson, discursaram o relator de seu processo, o deputado Jairo Carneiro (PFL-BA), e os seus advogados. Carneiro fez uma recapitulação das declarações do parlamentar: o "mensalão", os avisos ao Executivo, as denúncias de corrupção em empresas, a exemplo da Eletronorte e o IRB (Instituto de Resseguros do Brasil).
Os advogados Itapuã Messias e Luiz Francisco Correia Barbosa despenderam pouco mais de 30 minutos para fazer a defesa de seu cliente. Messias lembrou as denúncias do parlamentar sobre o "mensalão" e afirmou que "as mentiras contadas por Jefferson têm a mania de se transformarem em verdades". Barbosa falou em inviolabilidade "de palavras e votos" de parlamentares.
Início
Jefferson denunciou, em entrevista publicada pela Folha de S.Paulo, que congressistas aliados recebiam o que chamou de um "mensalão" de R$ 30 mil. Admitiu ter recebido R$ 4 milhões do PT para caixa dois de campanha das mãos do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e foi citado como o líder do esquema de corrupção nos Correios.
Ontem, questionado sobre a possível cassação, o ex-presidente do PTB afirmou em tom de brincadeira que vai virar cantor: "Vou cantar". Ele tem feito aulas de canto e, desde que fez as denúncias sobre o suposto "mensalão", passa o dia em seu apartamento cantando óperas.
CCJ
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara rejeitou anteontem o recurso apresentado por Jefferson contra a decisão do Conselho de Ética da Câmara que pediu, por unanimidade, a cassação de seu mandato.
Em seu parecer, o relator deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) rejeitou os argumentos de Jefferson de que o Conselho violou o processo legal e cerceou seu direito de defesa ao dispensar testemunha e não garantir oportunidade para a apresentação de suas alegações finais por escrito.
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Plenário da Câmara aprova cassação de Roberto Jefferson
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O plenário da Câmara aprovou nesta quarta-feira a cassação do mandato do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) por quebra de decoro parlamentar. Na abertura do processo de cassação, Jefferson foi acusado de denunciar o esquema do "mensalão" sem apresentar provas.
Foram 313 votos a favor da cassação e 156 contra. Com isso, Jefferson perde seus direitos políticos por oito anos. A Casa registrou ainda 5 votos em branco, 13 abstenções e dois votos nulos. Ao todo, 489 deputados participaram da votação, que foi secreta.
Sérgio Lima/FI |
O deputado cassado Roberto Jefferson |
Antes do início da votação, Jefferson fez um discurso duro contra o PT, o presidente Lula, com "farpas" para o relator de seu processo de cassação e a mídia.
"Tirei a roupa do rei. Mostrei ao Brasil quem são esses fariseus", gritou Jefferson, ao final do discurso, em uma provável referência aos integrantes do PT envolvidos no escândalo do "mensalão".
Ele ironizou o fato do relator Jairo Carneiro (PFL-BA) não ter admitido a existência do "mensalão". Os ataques mais pesados, no entanto, foram reservados para os políticos do PT, como o deputado José Dirceu (SP) e o ex-presidente da legenda José Genoino.
Sobre o presidente Lula, classificou de "preguiçoso" e disse que cometeu crime por omissão. Ele comparou o presidente a Genoino, que afirmou ter assinado contratos de empréstimo sem ler.
Antes de Jefferson, discursaram o relator de seu processo, o deputado Jairo Carneiro (PFL-BA), e os seus advogados. Carneiro fez uma recapitulação das declarações do parlamentar: o "mensalão", os avisos ao Executivo, as denúncias de corrupção em empresas, a exemplo da Eletronorte e o IRB (Instituto de Resseguros do Brasil).
Os advogados Itapuã Messias e Luiz Francisco Correia Barbosa despenderam pouco mais de 30 minutos para fazer a defesa de seu cliente. Messias lembrou as denúncias do parlamentar sobre o "mensalão" e afirmou que "as mentiras contadas por Jefferson têm a mania de se transformarem em verdades". Barbosa falou em inviolabilidade "de palavras e votos" de parlamentares.
Início
Jefferson denunciou, em entrevista publicada pela Folha de S.Paulo, que congressistas aliados recebiam o que chamou de um "mensalão" de R$ 30 mil. Admitiu ter recebido R$ 4 milhões do PT para caixa dois de campanha das mãos do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e foi citado como o líder do esquema de corrupção nos Correios.
Sérgio Lima/FI |
Deputados em sessão da cassação de Jefferson |
CCJ
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara rejeitou anteontem o recurso apresentado por Jefferson contra a decisão do Conselho de Ética da Câmara que pediu, por unanimidade, a cassação de seu mandato.
Em seu parecer, o relator deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) rejeitou os argumentos de Jefferson de que o Conselho violou o processo legal e cerceou seu direito de defesa ao dispensar testemunha e não garantir oportunidade para a apresentação de suas alegações finais por escrito.
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